Capítulo 15

22 4 0
                                    

                        GIULIA

Eu tenho algumas teorias para explicar o motivo pelo qual eu estou tão ansiosa para receber alguém na minha casa. A primeira é a falta de amigos, quer dizer, eu conheço muita gente e com certeza muita gente me conhece mas a verdade é que não tenho nenhum amigo desde a 5ª série, desde que Emy e eu tivemos uma briga boba que eu nem me lembro bem o motivo e muito provavelmente ela também não, e então não nos falamos como antes. A segunda é que realmente preciso estudar ou eu tomo bomba na prova de física e posso não conseguir me recuperar e finalmente vem a terceira teoria, acho que essa eu não consigo dizer nem em pensamento.
Meus pais não estavam em casa como de costume. Eles nunca paravam no mesmo lugar em que eu estivesse por muito tempo. Papai disse que iria para a empresa mas provavelmente estava jogando nosso dinheiro fora em alguma coisa inútil. Minha mãe com certeza estava fazendo algum tratamento de pele para ficar mais bonita e continuar jovem, mais do que já é. Eu queria dizer que não me importo em ficar sozinha, queria mesmo.
Olhei para os meus materiais de estudo que estavam encima da cama e me voltei para o espelho afim de checar se eu parecia bem. Meu reflexo parecia ansioso mas muito bem vestido. — sorri encarando o vestido solto azul que fazia com que eu parecesse a Megan Denise Fox em seus dias mais leves.
A campainha tocou e me apressei para ir abrir a porta mas quando desci, Joana já havia atendido e Bô estava no hall de entrada observando ao seu redor. Quando me viu seus lábios se curvaram num belo sorriso, aliás ela é muito bonita do tipo jogada e maluquinha mas é. Ela é divertida e tão empolgante que as vezes me esqueço que estudo num colégio muitas vezes desanimador, o que é bom.

— Você é pontual. — me aproximei.

— Eu levo os estudos a sério. — seus olhos percorreram o meu corpo milímetro a milímetro.

— Adorei o boné. — foi o que conegui dizer.

Seu cabelo longo liso na raiz e levemente ondulado nas pontas lhe davam um toque meio garotinha, mas sua estatura e seu corpo claramente eram de mulher, sem falar nos olhos castanhos confiantes e decididos que se expressavam perfeitamente bem por si só. O que mais posso dizer? Acho que seu estilo largado a deixa ainda mais bonita.

— Valew, Cê tá uma gata. — seus olhos novamente desceram pelo meu corpo mas pararam no meu decote. Seu jeito meio sem vergonha me fez sorrir.

— Bom, eu deixei as coisas lá no meu quarto mas se quiser estudar num outro lugar da casa eu...

— No quarto tá ótimo. — falou antes que eu me prolongasse.

— Ok, vamos? — me virei e comecei a subir os degraus da escada novamente enquanto Bô me seguia e olhava incansávelmente para a minha bunda na maior cara de pau, até que por fim chegamos ao meu quarto.

— E aí, gostou do meu quarto? — tentei parecer o mais normal possível apesar de não me sentir assim.

— Legal. — disse ao pegar um sutiã de cima da cama com o dedo indicador. Me apressei até ela, peguei a peça e a joguei longe em qualquer lugar, ri um pouco sem graça com a situação e ela achou graça.

— Vamos começar? — seu olhar malicioso me alcançou. — A... a estudar. — completei gaguejando.

— Ãhã. — sorriu de canto.

Estudamos como tinhamos combinado, Bô levou a sério e me explicou tudo o que sabia e vai por mim, ela sabe tudo sobre física e pra melhorar explica muito bem. Ela não me parece o tipo de pessoa estudiosa o que faz dela uma caixinha de surpresas.

— Nossa, você é tão boa nisso. — falei depois de quase três horas de explicações.

— Sério você é muito boa. — fechei o caderno. — Tirou todas as minhas dúvidas. — sorri.

— Tem muita coisa pra tirar aqui ainda. — sorriu de volta.

— Quer comer alguma coisa? — coloquei uma mecha de cabelo para trás da minha orelha.

— Ãhã, quero sim. — se aproximou de mim. — Cê nem imagina a fome que eu tô. — tirou o caderno das minhas mãos.

Ri de seu atrevimento afinal não conhecia nenhum menino tão atrevido igual a ela.

— Ok eu vou buscar alguma coisa. — me levantei mas fui puxada para a cama novamente.

— Tudo o que eu tô afim tá aqui. — seu rosto se aproximou do meu, o que me deixou um tanto nervosa.

Não sou virgem mas com certeza nunca transei com uma garota antes, rolaram muitos flertes com meninas ao longo dos meus 17 anos mas nada parecido com isso.

— Bô, é que eu nunca... — seus lábios encostaram nos meus.

— É só diversão gata. — sussurrou. Uma de suas mãos pousou sobre minha coxa.

— Tu experimenta e me diz se curtiu, é só. — seus lábios não chegaram a me beijar o que me fez reclamar em pensamento. — Prometo que cê vai gostar. — sua boca aterriçou em meu pescoço.

Que calor.
Meu corpo todo acordou como um vulcão e entre as minhas pernas acontecia uma festa como uma dança de Ula. Assim que senti sua língua acariciar o meu pesoço soltei um gemido involuntariamente, acho que essa foi a deixa para que sua mão subisse até o pano já úmido da minha calsinha.

— Bô... — tentei argumentar mas sua mão ligeira me fez soltar outro gemido enquanto que com a outra mão ela virou a aba do boné para trás.

— Shhh, deixa rolar. — seus lábios subiram novamente até a minha boca e finalmente ela me beijou e eu deixei rolar sem ter a mínima ideia de como acabaria.
Excitada? Não, é frio demais pra descrever o que eu sentia.

MaloqueiraOnde histórias criam vida. Descubra agora