Capítulo 33

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EMILY

— Vê se me esquece Dario! — minha paciência chegou ao fim. Dario não me deixava passar, não parava de dizer coisas idiotas das quais eu não queria ouvir, nunca.

— Qual é Emy, eu sempre fui ligado na sua. — seus braços se fecharam envolta da minha cintura. — Você é a única menina que eu gosto e a única que não me dá bola.

— Uau, você é tão modesto que chega a me encantar. — ironizei. Me soltei de seus braços mas o idiota voltou a me puxar e prender. — Já chega Dario, para! Me larga, você está me assustando. — tentei me soltar.

Eu realmente comecei a ficar assustada, Dario me encarava como se estivesse focado demais e não me largava de jeito nenhum.

— Dario, me solta! — comecei a bater nele pra valer.

— Só quero um beijo. — tentou me beijar, me esforcei ao máximo para que seus lábios não chegassem aos meus.

— Solta ela seu filho da puta! — Dario foi empurrado e cambaleou para trás, enquanto eu caí dolorosamente no chão. A maloqueira estava na minha frente fuzilando Dario com os olhos e ele fazia o mesmo com ela.

— Ficou louca sua puta? — Dario se aproximou dela.

— Cê tentou agarrar a mina a força imbecil. Que é, tá cheirando merda ou o que? — ela o enfrentou.

— Isso não é da sua conta, não se mete! — ele estava a ponto de bater nela. —Sai daqui. — ordenou Dario.

O engraçado era que todos os dias a todo momento, tem alguém passando pelos corredores do colégio, mas quando se precisa de ajuda uma bomba explode mas ninguém aparece pra ajudar.

— Ah é? — soltou o ar como um riso sarcástico, porém frustrado. — Saka só no que é da minha conta. — a maloqueira deu um soco no nariz de Dario que colocou a mão na região atingida gemendo de dor.

— Sua puta! — ele irado voltou a se aproximar da maloqueira no intuito de machucá-la, antes que ele pudesse fazer algo, me coloquei entre os dois e percebi que Bô não estava nenhum pouco preocupada, ela apenas o encarava.

— Chega Dario! — falei.

— Eu vou quebrar essa vagabunda!

— Se tentar fazer alguma coisa eu juro que falo com o seu pai! — soei o mais séria que pude. — E ele não é tão compreensivo quanto a sua mãe.

Dario voltou o olhar pra mim, indignado com a ameaça, mas continuei o encarando séria para que ele pensasse duas vezes antes de tentar fazer alguma coisa. Por fim ele saiu bufando, revirei os olhos e soltei um suspiro de alívio.

— Olha como ela me defendeu. — a maloqueira sussurrou no meu ouvido, me virei pra ela.

— Você é muito irritante, sabia? — ela sorria feito uma idiota. — Mas, obrigada. — agradeci, resignada.

Querendo ou não admitir, ela me defendeu e fez isso com tanta coragem que não agradecer seria um pecado.

—Se quiser me agradecer... — ela se inclinou pra frente e fez um biquinho que me fez rir.

Ela não perde tempo. Nossa, que garota idiota!

— Nem nos seus sonhos. — peguei o livro que havia caído no chão. — Agora me dá licença que o sinal já tocou. — passei ao seu lado e não consegui evitar um sorriso.

— Ai meu coração. — zombou ela.

— Maloqueira idiota. — revirei os olhos.


[...]

Ela anda toda jogada e provavelmente não penteia o cabelo, seus traços são tão joviais como o de uma menininha, as unhas cortadas sem esmalte, a pele lisa sem vestígio algum de maquiagem, o cabelo não conhece pente ou escova mas mesmo assim é bonito. Em seu rosto se forma uma covinha quando sorri e seus dentes são tão perfeitinhos, seus lábios parecem tão macios.
Beijar uma garota deve ser horrível. — pensei enquanto observava a maloqueira olhar para as pernas da Giu, que do outro lado da sala mexia as pernas propositalmente. Não me surpreenderia se estivesse rolando, mas tinha que ser com essa escrota Giu? Essa, babaca!
Bô olhou pra mim e rapidamente disfarcei fingindo que estava focada na lição, o que talvez ela tenha percebido que não.
Um bilhete foi posto encima da minha mesa, Thaís olhou pra mim e indicou com a cabeça, a maloqueira.
"Pensando em mim?" — era o que estava escrito na frente e sem querer sorri mais uma vez. Atrás tinha mais alguma coisa. "Te espero as nove na frente da tua casa, fica gostosa". — a olhei automaticamente e ela piscou.
Até parece que vou me encontrar com essa louca.

MaloqueiraOnde histórias criam vida. Descubra agora