Maloqueira

Capítulo 51

                        BOÁRA

— Aaah. — suspirei. — Que dia. — sorri satisfeita enquanto andava pela grama bem cuidada da parte de trás da escola. Fiquei de me encontrar com Duca ali mesmo pra não ter perigo de algum dos seguranças do velhote me seguir.

— Suua idiota! — antes mesmo de olhar pro lado senti meu corpo ser empurrado contra a grama e algo cair em cima de mim. — Foi você não foi? Pode confessar que foi você, sua nojenta! — a ursinha gritava na mesma posição que da outra vez, só que mais violenta. — Eu vou te matar! — disse ela me enchendo de bolacha. Me virei contra a grama deixando a fera me bater nas costas, embora estivesse doendo eu estava me divertindo e não me segurei, comecei a rir.

— Para de rir sua maloqueira desgraçada, o que você fez não tem desculpa, ok! — senti sua mão sobre os meu cabelo mas por alguma razão ela parou. Achei que ía puxar com força, até tava torcendo pra isso, mas não.

— Cê tá ligada que eu curto sexo selvagem não tá? — brinquei e a ursinha me deu outro tapa nas costas só que dessa vez, de leve.

— E você continua brincando? Que espécie de ser humano é você, hein? — me virei de frente pra ela.

— Larga de ser otária, foi só uma brincadeira e se tu contar pra alguém eu nego até o último, e ainda te dou a maior surra. — avisei

— Você é louca garota! — a ursinha saiu de cima de mim e num impulso peguei suas pernas e as puxei fazendo com que ela caísse de barriga na grama. Seu gritinho rouco ao cair me fez sorrir. Não rir dela, mas sim sorrir. — Sua idiota eu vou gritar! — sua respiração estava numa euforia. Subi em cima da chata e me peguei a encarando de maneira indiscreta até mesmo pra mim. Digo, eu não olho pra ninguém assim e não devia olhar dessa forma pra alguém que eu mal conheço. Seu rosto todo rosado e seus cílios enormes eram apenas complementos num rosto perfeito. Quando me dei conta já estava deitada em cima dela, sentindo seu perfume doce.

— Cala a porra da boca. — ordenei, no intuito de calar os meus pensamentos. Cara eu comecei a suar, até parecia a primeira vez que eu me aproximava de uma mina.

— Você não manda em... — a interrompi com um beijo.

Que sensação maluca é essa? É como se os nossos lábios se encaixassem perfeitamente. Ela então permitiu que a minha língua encontrasse a dela, e foi o que fiz.

Ela é tão doce, tão frágil, é como se eu estivesse devorando açúcar.