Capítulo 35

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                        EMILY

Fui atrás da Giu que entrou no banheiro e se trancou numa das últimas cabines, me sentei no chão e me encostei na parede, ouvi seu choro e não sabia ao certo o que dizer, não eramos íntimas e não sei se ainda eramos amigas, mas de uma coisa eu tinha certeza, Giulia será sempre a garota que ameaçou me bater no jardim se eu não fosse amiga dela, e aquela atitude foi o que me fez gostar tanto dela.

— Eu estou aqui, se quiser conversar... — coloquei a minha mão por baixo da porta da cabine e continuamos em silêncio.

Depois de um tempo ali sentada, ouvi o barulho da porta se abrindo me levantei e Giulia saiu com o rosto vermelho mas sem nenhuma lágrima. Sem olhar pra mim, ela começou a limpar um pouco da maquiagem que estava borrada.

— Emy, eu to bem não precisava ter vindo. — deu um suspiro de alívio, acho que de tanto chorar.

— Aquela garota não podia ter te agredido daquele jeito, ela...

— O tapa não doeu tanto assim e acho que valeu por ter dormido com o namorado dela, (sem saber que ele tinha namorada, claro) mas, é isso. Quanto ao que a Maria falou... — ela deu de ombros. — Não me importo com o que as pessoas pensam sobre mim. É só que... — ela não terminou e apesar de saber que ela iria me dizer o real motivo por ter se magoado, respeitei seu silêncio. — Eu to bem, ok.

— Ok. — a olhei por algum tempo e finalmente me dei conta de que ela não me queria por perto então fui embora, mas ao abrir a porta do banheiro me deparei com a maloqueira, que antes de entrar sustentou o meu olhar por segundos, longos demais para serem contados. Desisti daquela batalha e passei por ela, voltei para a sala sem olhar pra trás.

MaloqueiraOnde histórias criam vida. Descubra agora