Capítulo 59

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                    B O Á R A


— Me solta! — a vagabunda gritava enquanto eu segurava seu cabelo e a prendia de joelhos com a cabeça pressionada sobre a cama.

— Bô, calma! — Giulia se aproximou.

— Agora essa filha da puta vai me pedir desculpa de joelhos. — apertei minha mão entre seus cabelos e a pressionei ainda mais forte contra a cama.

— Sua louca, me larga! Ai, socorro! — a vadia gritava.

— Pede desculpa agora sua otária, ou eu juro que tu só sai daqui no estilo Ronaldinho. — puxei seu cabelo pra trás fazendo ela me olhar, dando a oportunidade dela me pedir desculpa olhando na minha cara.

— Nunca! — me desafiou e tentou se soltar mas eu a joguei no chão e subi em cima da filha da puta.

— Aéé? — peguei naquela juba de novo e enrolei na minha mão.

— Bô para! — Giu pediu.

— Aaaai! Me solta! — ela me empurrava, mas de cima dela eu não saía.

— Tu não é a corajosa? Quero ver tu meter mala agora, sua vadia! — pressionei minha mão em seu rosto. — Anda, pede desculpa!

— Meninas! — Karla entrou no quarto. — Meninas pelo amor de Deus, parem com isso! — ela correu em nossa direção e tentou me tirar de cima da metida a otária.

— Boára solta ela! — Karla pediu. — Bô... — ela tirou a minha mão do cabelo da ursinha e finalmente me tirou de cima dela.

— Ai professora, me ajuda... — a ursinha tentou se levantar mas tava com dificuldade. — Professora essa garota é maluca. — disse cheia de manha. — Ela queria me matar, essa garota é louca! — se apoiou na cama e conseguiu se sentar. — Prende essa assassina pelo amor de Deus! — passou a mão na juba toda embaraçada.

— Eu ainda vou te matar! — antes mesmo de chegar até a cama Karla me segurou.

— Para Boára! — ordenou. — Mas, o que está acontecendo aqui meninas? O que houve? — ela encarou nós três.

— Professora essa maluca está bêbada! — reclamou, prestes a chorar.

— Eu vou te mostrar o bêbada. — tentei de novo me aproximar da vadia mas Karla não deixou.

— Chega! Chega! — Karla gritou.

A minha raiva ainda não tinha passado e tudo o que eu queria era chegar perto da otária. Tudo o que eu mais queria era dar uma surra na filha da puta.

[...]


— Bem... — Karla se sentou numa cadeira entre a cama da Lara que era onde eu estava sentada e a cama da ursinha, onde ela desembaraçava o cabelo com as mãos. — Agora nós vamos conversar como três mulheres civilizadas.

Giulia foi embora pois Karla a dispensou, ficamos então nós três. Karla sentada no meio, a ursinha e eu trocando olhares de ódio.

— Ai, o meu cabelo. — choramingou a idiota outra vez.

— Ótimo. Agora me digam, o que aconteceu aqui? — perguntou Karla.

A ursinha me encarou e eu a ameacei com o olhar.

— Professora, essa idiota estava... — fez uma pausa. — Ela estava... — fez outra. Ela cogitava alguma coisa enquanto olhava pra mim e então suspirou resignada. — Ela estava provocando, me chamando de gorda. — disse finalmente, mas não a verdade. Karla olhou pra ursinha inexpressiva por um tempo e foi a vez dela suspirar.

— Ok. — disse, tentando achar alguma gravidade no problema. — Bô. — me olhou, pedindo pra que eu me explicasse.

— Que foi? Até parece que ninguém vê as banhas dela saindo pra fora. Parece a baleia azul encalhada na terra. — falei, irônica.

— Bô...
— Baleia é a tua avó! — a ursinha interrompeu Karla.

— Parem! — Karla falou suficientemente auto. — Meninas, parem com isso já! Eu não quero mais discussões, entenderam? — encarou nós duas. — Se essa coisa desagradável acontecer de novo eu serei obrigada a deixá-las de castigo a viagem toda. Querem que eu tranque vocês no quarto sozinhas. para que pensem numa maneira de se darem bem?

— Ela nem cabe dentro do quarto. — disparei.

— Sua maloqueira pulguenta! — revidou ela.

— Como é que é garotas? Eu não entendi. — Karla inclinou o rosto um pouco pra frente.

— Professora, vai ser só você virar as costas que essa garota vai me matar.

— Bô...? — Karla então olhou pra mim.

— Eu não vou matar ninguém. — olhei pra ursinha. — Não enquanto ninguém estiver acordada.

— Boára! — Karla chamou minha atenção.

— Tá legal. Tô de boa. — me rendi.

— Olha que legal, fizemos as pazes. — a louca sorriu. — Agora já está na hora de irem dormir, amanhã vamos fazer trilha e nada como uma boa noite de sono pra dar disposição. — ela se levantou. — Boa noite meninas e, se comportem. — deu um último sorriso e saiu ao mesmo tempo que Lara entrou e nos olhou um pouco confusa mas logo entrou no banheiro.

— AAAA! Meus cremes! — os gritos de Lara me fizeram olhar na direção do banheiro.

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