Capítulo 28

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                         GIULIA

Bô dormia tranquilamente na minha cama, seu braço entorno do meu corpo e seus seios quentes em minhas costas me batia um sono, mas eu não queria perder nem um segundo sequer daquele momento. Dormir poderia significar um fim e eu preferi aproveitar cada pedacinho do nosso momento ali, com ela me abraçando por trás enquanto fungava vez ou outra o meu cabelo, com sua mão firme apertando a minha cintura e a minha mão segurando a dela.

Bô finalmente se mexeu e me deu um beijo no rosto, se inclinou mais um pouco e beijou a minha boca. Me virei de frente pra ela e nos perdemos num beijo lento e quente, cheio de tesão e aquelas promessas.

— Tô muito ligada na tua sabia? — disse entre um beijo e outro.

— Tá falando sério? — passei a mão em seu rosto e ela apenas assentiu. — Eu acho que estou me apaixonando por você. — ela sorriu de um jeito tão bobo que o meu coração derreteu.

— Giulia! — uma voz longe me chamou. A ignorei e continuei beijando a Bô que estava prestes a me fazer uma garota feliz de novo.

— Giuliaa! — mais uma vez aquela voz, dessa vez um pouco mais próximo. Tentei ignorá-la novamente e relaxei para que a garota maravilhosa que estava na minha cama pudesse me massagear pela quarta vez. — Giulia, acorda!

Dessa vez a voz acabou com o clima e os meus olhos finalmente se abriram. Senti a decepção alfinetar o meu peito quando olhei para Joana que abria as cortinas ferrando com a minha visão.

— Que horas são? — passei as mãos em meu rosto e soltei um bocejo enquanto me espreguiçava.

— São 09:30. — ela começou a arrumar o meu quarto.

— Joana eu estou de ressaca. Por que me acordou? — coloquei o travesseiro na minha cabeça.

— Sua tia Isadora vem almoçar com você hoje, achei que quisesse arrumar tudo antes dela chegar.

Tirei o travesseiro da cabeça quase que ao mesmo tempo em que ela dizia cada palavra. Me ergui e olhei Joana que pegava as minhas roupas do chão e as jogava dentro de um cesto.

— Ai meu Deus, a tia Dora! — me levantei animada.

A ovelha negra da família. Esse é o título que ela gosta de usar e é a única pessoa do meu sangue com quem eu posso conversar, isso quando ela está por perto, quando não está viajando ou fazendo da vida dos meus pais e tios um inferno.
Às vezes me pergunto se sou uma péssima filha, já que eu gosto da tia Dora justamente por ela ser tão "dane-se".

— Eu vou tomar um banho. — corri para o banheiro.

O que será que ela vai dizer quando souber que eu transei com uma garota, duas vezes? O que ela vai dizer quando souber que eu finalmente achei alguém que faz aquilo com a língua que ela tanto comentou?

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