Capítulo 2

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EMILY

Como posso descrever um dia como ontem? Vejamos: Cansativo, assustador, estressante e com certeza não foi um dos melhores dias. Papai não sai do meu pé pra saber sobre um suposto namorado, no qual ele deseja muito já que o Gu e eu demos um tempo quando ele foi pra faculdade. Dudu continua irritante como sempre, parece até que não cresceu e sinceramente quem parece a irmã mais velha aqui sou eu. E pra melhorar uma maluca entra no meu carro fugindo da polícia e embora ela tenha sido presa, fiquei morrendo de medo de me pegarem dirigindo sem habilitação. Me esforço tanto em não levar multa pra quase ser pega, presa e não conseguir tirar a habilitação nunca.

Enfim, não tem problema porque hoje é um outro dia.

Eu já estava arrumada, perfumada e perfeitamente pronta pra ir pro colégio, apesar de não gostar daquele lugar tenho que ir, e aturar tudo e todos.
Desci e fui direto pra cozinha onde Danda estava preparando um delicioso café da manhã, mas como eu não estava com fome apenas tomei um copo de suco.

— Emy minha linda, você não vai comer nem mesmo um pedaço de bolo? — perguntou Danda com a voz mais doce do mundo.

Essa mulher é a única com quem sou sempre gentil. Não tem como não ser.

— Não Dandinha, estou com pressa mas prometo voltar pro almoço ok. — lhe dei um beijo no rosto e a senhora de pele negra e cabelos grisalhos sorriu.

Danda é a empregada mais velha da casa, a única que conheceu minha mãe e que foi sua amiga. Eu não gosto de vê-la trabalhar pra gente, preferiria que ela descansasse e eu contratasse uma nova empregada pra ficar em seu lugar mas ela é muito orgulhosa e além disso vive dizendo que ama cozinhar e agradar a todos nós. Ela também é a única pessoa que meu irmão realmente gosta e dá ouvidos.
Resolvi ir para o colégio com o motorista, não queria correr o risco de ir pra cadeia, eu sou menor de idade e não posso dirigir ainda.
O motorista me deixou na porta do colégio e quando desci do carro tive mesmo que respirar fundo antes de entrar.

O colégio Cabral é uma das escolas particulares mais respeitadas de São Paulo, e por quê não dizer do Brasil? Os alunos que compõem o colégio costumam ser filhos de pessoas importantes como empresários, políticos não muito visados, advogados, médicos... entre tantos outros, porém nada que chame muita atenção, como artistas ou quaisquer que estejam muito envolvidos com a mídia.

Passei por entre alguns conhecidos que me cumprimentaram e logo cheguei ao grupinho mais popular do colégio e sério, eu não sou popular e se sou é só porque de vez em quando ando com eles, afinal nossas famílias se conhecem e somos colegas desde a primeira série.

— E aí Emy gatinha. — Dario se aproximou e me deu um abraço.

— Sério mesmo que você tem que me abraçar? — falei ríspida e ele sorriu. Já estava acostumado comigo.

— Temos uma festinha pra ir hoje à noite Emy! — Giúlia falou super animada.

— Esse lance de festas no meio da semana não te intimida? — perguntei a ela

— Intimidaria por quê? — me encarou sem entender

— Porquê você está pra ser reprovada em química, biologia, português e em espanhol também. — ela ficou um pouco sem graça.

Não sei bem o que dizer sobre a nossa amizade. Giu e eu nos dávamos bem até a 5ª série mas algo mudou, e de repente não nos falamos mais, ao menos não o suficiente para sermos consideradas amigas.

— Qual é Emy! Você não gosta de diversão? — Junior se aproximou, tentando dar uma de sexy. Revirei os olhos e bufei.
Ainda bem que ele vai embora do país semana que vem.

— Talvez eu dê uma passada no lugar, agora com licença que eu tenho que ir. — me esquivei e me direcionei rumo a biblioteca.

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