LARA
Eu nunca tinha me apaixonado por alguém antes, aliás tudo o que eu já vivi próximo disso foi frustrado ou intediante e no caso do Tom trata-se dos dois.— Pode acreditar naquela vagaba nova? — enquanto ele falava eu me encontrava absorta em lembranças. — Lara! — me chamou.
— Hum. — respondi.
— Tá pensando em quê?
Perguntas como essa mereciam silêncio mas é com o meu futuro marido cm quem estou falando, portanto...
— Uau, você quer estar a par até dos meus pensamentos? — me levantei da cama e fui até closet escolher uma roupa para sair.
— Você tá quieta e não disse merda nenhuma sobre a vadia nova. Você sempre tem algo a dizer sobre as novatas.
Tá acontecendo alguma coisa? — senti seu olhar obre mim, mas não virei para encará-lo, continuei separando roupas e sapatos.
— Qual é Tom? Eu tenho coisas mais importantes pra pensar.
Nela. Meus pensamentos eram da Bô.
— Importantes tipo o que? — questionou
.
— Tipo a próxima coleção da Gucci. Tipo o meu aniversário. Tipo a univerdade e tipo a minha vida. — ironia não era o meu forte, era algo que eu precisava treinar.— Senta aqui gata. — seu sorriso malicioso me causou um embrulho no estômago.
— Não dá, eu vou sair. — coloquei um short e uma blusa larga enquanto perambulava pelo quarto.
— Posso saber aonde você vai? — parei e soltei um suspiro.
— Quer saber Thomas? Não! Você não pode saber aonde eu vou, ok! Para de me fazer essas perguntas porque a sua inépcia me irrita.
A parte boa era que ele não ligava para os meus ataques.
— Você tá muito gostosa. — seu comentário me fez revirar os olhos.
A parte ruim era que ele não ligava para os meus ataques.— Ah tá. Tchau! — saí logo após colocar o par sapatos plataforma e pegar minha bolsa exclusiva.
[...]
Dinheiro. Dizem que não é tudo mas todas as respostas envolvem um punhado de papel com valor significativo para a sociedade. Aqueles que ainda insistem em dizer que bens materiais não é tudo é porque não têm nada então fica fácil dizer qualquer coisa para os outros e para si mesmo.
Minha gatinha saiu de dentro de um carro velho e detonado, estava mais para um ferro velho do que para carro. Tenho certeza de que o dono disso é o Duca. — pensei.
Já estava anoitecendo e eu fiquei algumas horas esperando nos degraus enfrente ao portão de sua casa. Eu jamais faria algo assim por alguém.
Seu olhar se deparou com o meu e em seu rosto já não havia nenhum vestígio de um sorriso.— Tá fazendo o que aqui? — Boára, hostil como sempre.
— Amor, eu estou a horas te esperando. Onde você estava? — sorri pois era a única coisa a se fazer.
— Na boa, seja lá o que tu quer não tô afim. — ela deu alguns passos em direção a entrada afim de desviar de mim mas me pus em sua frente, o que a fez bufar e dar um passo para trás impaciente.
— Não vai me dar um beijo? — nossos olhares então se chocaram.
É uma questão de tempo. Tudo é uma questão de tempo.
— Lara, eu não tô afim de papo e muito menos contigo. Rala da minha frente. — tentou novamente seguir caminho para dentro de sua casa e eu novamente a impedi. Não só me pus a sua frente como minha mão se pôs em sua barriga.
— Não. — sussurrei. — Vamos conversar.
— Mano, cê entendeu o que eu disse? Eu não tô af... — a calei com meus dedos sobre seus lábios.
— Larga a mão de ser teimosa Boára. — coloquei meu braço entorno de seu pescoço. — Eu posso te explicar tudo. Sei que vacilei com você amor mas eu não tive outra alternativa.
— Teve sim. — desviou um pouco o rosto para livrar seus lábios da minha mão.
— Teve a oportunidade de mandar toda a real, aliás várias. E aquele lance do teu pai não te aceitar, era mentira? Porque tá na cara que o teu velho não me suporta mas ele não sabe da real, sabe? — meu desconforto era nítido, tão nítido que ela se afastou novamente. — Cê queria conversar patricinha, vai falar a verdade ou não?
Dizer uma mentira é fácil e contar a verdade com certeza é difícil mas admitir que errou para aquilo que te enfraquece é como entrar num mundo cheio de portas para infinitos diferentes mas o medo perturba tanto que você não abre nenhuma delas.
— Ele sabe que você é lésbica. — enfim falei depois de uma longa pausa. — Sabe que eu gosto muito de você mas... — passei a mão em meu cabelo. — Até o dia que você foi mandada para a delegacia ele não sabia que você é rica e nem que o seu avô é um homem importante. Meu pai achava que você era uma menina de rua e que eu resolvi te ajudar. — disparei.
Enquanto me ouvia falar ela baixou o olhar mostrando a decepção fria em seu rosto.
Se ela me entendesse...
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Maloqueira
RomanceDizem que existe uma pessoa para cada pessoa. Alguém que vai chegar pra trazer o caos, te encher de dúvidas, te sacanear de vez em quando, te enlouquecer, acabar com o seu dia e te fazer chorar. As vezes essa mesma pessoa também vai te trazer paz e...