E M I L Y
— Calma sardentinha, aquela mina é meio doida. Vai ficar emburrada por causa dela? — Gustavo acariciava minhas coxas.
— Gustavo, você viu o que ela fez. Aquela maloqueira idiota não para de me provocar. — afastei sua mão.
— Não se preocupa gata, eu vou falar com ela, tá legal? — seus lábios selaram os meus. — Mas agora fica calma, relaxa. — Guto me beijou carinhosamente enquanto subia suas mãos insistentemente pelas minhas pernas. Retribuí o beijo e tentei espantar dos meus pensamentos aquilo que me aborrecia tanto.
O quarto dos garotos estava bagunçado mas só estávamos Gustavo e eu, a boca do meu ex namorado traçou um caminho até o meu pescoço e eu sei que devia talvez aproveitar um pouco, curtir a pegação mas não consegui sentir nada além de irritação.
— Eu vou pro meu quarto, tá. Obrigada pela blusa, depois te devolvo. — falei, seguida de me afastar.
— Qual é Emy, vamos aproveitar que estamos sozinhos gata. — me puxou pra cama.
— Não, Gu estamos num dormitório compartilhado e eu não vou ficar com você aqui. — me levantei. — Aliás eu nem devia ter vindo pra cá. — dei um selinho. — Tchau, a gente se vê amanhã. — lhe dei mais um selinho e saí o mais rápido que pude.
[...]
A noite chegou rápido e por ser o primeiro dia de viagem eu estava cansada, por isso tomei um banho e fui ler um livro, o mais legal é que durante a tarde toda ninguém me interrompeu. Parece que Lara passou o dia no spá e a maloqueira saiu pra vadiar, com certeza.
Me levantei para ir ao banheiro pegar a pulseira que a mamãe me deu quando eu era pequena e que papai mandou arrumar para ficar do tamanho do meu pulso agora, sempre sinto falta dela quando a tiro. Procurei pela pulseira e a encontrei em cima da pia, a corrente era de ouro, fina e delicada que carregava um pingente de coração.Enquanto a colocava no pulso ouvi um barulho de risos e respiração ofegante, parei pra prestar atenção, caminhei até a porta entreaberta do banheiro e me deparei com a visão perturbadora da maloqueira em cima de Giulia e pra piorar as duas estavam em cima da minha cama.
— É disso que tu gosta né safada? — a maloqueira agarrava o cabelo de Giulia.
— Continua... — Giu suspirou.
Minha boca se abriu em forma de um "Ó" e meus olhos se arregalaram ao presenciar tamanha safadeza.
Ai que nojo! Que nojo!
Eu não acredito nisso. Aquelas idiotas estão transando em cima da minha cama! Isso não vai ficar assim, eu vou acabar com essa falta de vergonha é agora!
— Ai meu Deus, que nojo. — sussurrei. Olhei a minha volta e procurei por algo sem saber exatamente o que. Encontrei alguns potes de cremes que provavelmente eram da Lara. Peguei dois deles e joguei os cremes dentro da pia, abri a torneira com o maior cuidado pra não fazer barulho e enchi os frascos de água. Abri a porta do banheiro e caminhei até as duas que nem notaram a minha presença.
Nojo!
Olhei mais uma vez para aquela cena nojenta das duas se pegando em cima da minha cama, em cima das minhas coisas. Como a Giu pode cair na lábia dessa safada?
Despejei a água nas duas e no susto, Giulia chutou a maloqueira pra fora da cama o que a fez soltar um "ai" melancólico.
— Porra! — reclamou a maloqueira que em seguida olhou pra mim.
[...]— Bô, você está bem? — Giulia perguntou realmente preocupada.
— Mas o que...? Tá maluca sua otária?
— Desculpa Bô, não foi a minha intensão te machucar. — Giu se desculpou.
— Não é contigo gata, é com essa idiota! — se levantou. — Tá ficando louca?
— Agora eu é que sou a louca. Vocês não têm vergonha na cara não? — a maloqueira me olhou sem entender. — Vocês estavam transando na minha cama, em cima das minhas coisas! Esse aqui é um quarto compartilhado, se esqueceu que não é só você que dorme aqui? — olhei pra maloqueira.
— É? Eu vou dar a vergonha nessa tua cara sua filha da... — Giulia se pôs entre a maloqueira e eu.
— Calma Bô, eu acho que a Emy tem razão. A gente fez mal em vir pra cá, ok. — tentou apaziguar a situação.
— E daí? Essa otária não tem a porra do direito de meter o loko desse jeito! — me encarava, furiosa. — Quer saber, tu não passa de uma vadia. — encheu a boca pra falar. — É isso "mermo", e ainda vem tentar botar moral? Eu quero é que tu vai se fu... — antes que terminasse a frase joguei a água do pote que ainda restava em minha mão, na cara dela. A maloqueira instintivamente colocou a mão em seu rosto e em seguida passou a barra da sua camiseta para tirar o excesso de água. Giulia me encarou perplexa, e quando olhei pra maloqueira novamente já era tarde, fui lançada contra a cama. — Agora eu te mato. — disse, ainda mais furiosa.
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Maloqueira
RomanceDizem que existe uma pessoa para cada pessoa. Alguém que vai chegar pra trazer o caos, te encher de dúvidas, te sacanear de vez em quando, te enlouquecer, acabar com o seu dia e te fazer chorar. As vezes essa mesma pessoa também vai te trazer paz e...