Capítulo 32

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                        BOÁRA

As três primeiras aulas foram um tédio, aliás quase tudo nessa merda de lugar é um tédio e esse mundo definitivamente não é o meu. Uma pá de mauricinhos e patricinhas cheios das ideias, cheios de marra tentando pisar nos mais fracos ou pouco se lixando pra merda da vida fora desses muros feitos de algodão doce.
Eu quero real cair fora e ir embora, esquecer que tenho essa porcaria de família e esquecer tudo. Eu quero esquecer tudo.
Enquanto isso não acontece, não hoje pelo menos, eu vou me divertindo como eu posso.
Ao chegar no banheiro percebi que não havia ninguém e logo acendi o meu cigarro, encostei na parede entre a ultima cabine e o espelho enorme. Enquanto eu fumava, minha mente viajou legal até a noite em que vi a ursinha tomando banho.
A patricinha tem cara de quem nunca sequer cogitou uma trepada sacana, nunca nem sentiu um tapinha naquela pele branquinha dela. Antes de cair fora desse lugar, antes de ir embora eu vou querer pelo menos um beijinho daquela ursinha.

— Te achei. — Patricia entrou no banheiro falando com a voz manhosa.

— Tava me procurando? — me fingi de desentendida.

— Umhum. — sorriu e veio lentamente a meu encontro fazendo charminho colocando os cabelos pra trás e como eram levemente ondulados voltavam rapidamente para a frente de seu rosto. Continuei tragando o meu cigarro, mas meus olhos não desviavam da linda e fogosa loira a minha frente que já se aproximara jogando seu corpo contra o meu. — Aqui alguém pode nos ver, por que não vamos pro campo abandonado? — fez biquinho.

— Não preciso ir até lá pra te dar uma fungada. — a contornei com meus braços, entramos na cabine e a encostei na porta.

— Eu to com um fogo... — Patricia já não demonstrava mais nenhuma timidez desde a primeira vez que nos encontramos pra estudar.

— Tá até saindo fumaça. — falei brincando.

—Mentirosa! — riu

— É sério gata, deixa eu te mostrar. — traguei o meu cigarro, aproximei minha boca da dela, entreabrimos nossos lábios ao mesmo tempo e um pouco de fumaça saiu da minha boca tomando a dela.

— E não é que é mesmo.

Ah, essa cara de safada...

— Eu te disse. — mordi seus lábios.

— Sabe. — disse Patricia entre um beijo e outro no meu pescoço. — Eu aprendi muito sobre o corpo humano, graças a você.

— Sério? — perguntei e ela apenas assentiu.

— Então me mostra o que tu aprendeu gata. — mal terminei de falar e a mina passou a língua no meu pescoço, foi descendo um pouco até levantar um pouco a minha camiseta dando leves mordidas na minha barriga. Enquanto isso eu dei outra tragada no meu cigarro.

— Cê aprende rápido hein gata. — encostei a cabeça na parede e relaxei.


[...]


— Podemos terminar o que começamos, na minha casa hoje a noite. — sorriu Patricia me dando um selinho.

— Ah gatinha nem vai dar, tenho uma parada pra fazer hoje sakas? — fingi cara de decepção.

— Awn, que peninha. Promete me ligar? — pediu ainda com um biquinho formado em seus lábios.

— Só se eu tiver louca pra esquecer. — sorri e lhe dei um último selinho.

— Vou esperar tá. — ela piscou. Antes de sair apertei sua bunda e então a observei ir embora e tão logo entrou Lara, o que me fez andar em direção a porta imediatamente.

— Espera! — ela segurou meu braço. Soltei um suspiro de irritação.

— Sai fora! — soltei meu braço de sua mão e sem olhar direito nos olhos dela, saí do banheiro.

Não consigo nem encarar um erro.

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