Capítulo 63

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                          B O Á R A

Finalmente Karla saiu do meu pé e eu pude dar um rolê sozinha, nada como conhecer algumas gatas pra levantar o ânimo.

— Por um acaso tu é modelo? — sorri para a gata de cabelo cumprido e pele negra, mais alta que eu e dona de um sorriso matador.

— Na verdade, não. — sorriu sem graça.

— Sério Mel? — encostei o braço na bancada da recepção. — Na real, tu parece modelo. Gata pra caralho.

— Para, assim você me deixa sem graça. — baixou o olhar, envergonhada.

— Qual é, cê já deve "tá" acostumada. — me aproximei um pouco. — E aí, vai me passar teu número pra eu te convidar pra sair?

— Ah, eu...

— Com licença, me desculpa interromper a péssima cantada, mas eu queria te dizer uma coisa antes que você caia na lábia dessa maloqueira. — a ursinha surgiu de algum lugar e se colocou entre a gata negra e eu.

— E você, quem é? — Melissa olhou a ursinha de cima a baixo.

— Eu? Vou ser a sua melhor amiga agora, querida. — a ursinha me olhou rapidamente e se voltou para a garota.

— Tá fazendo o que? — peguei no braço dela mas Emy se soltou.

— Minha amiga? Sério? — Mel cruzou os braços.

— Olha, se você conhecesse a metade das garotas em que essa menina colocou a boca, nem olharia pra ela. — a ursinha me indicou com o olhar. Melissa me encarou de relance mas voltou a olhar pra Emy.

Filha da puta!

— Tá ficando doida? — peguei no braço dela de novo e não a soltei.

— Sério, eu teria medo de pegar uma doença no seu lugar. — tentei tapar a boca da filha da puta mas ela segurava a minha mão. Mel me encarou enojada e sem dizer nada caiu fora. A ursinha se soltou e começou a rir.

— Aaah vagabunda eu te mato.., — a empurrei e a pressionei contra o balcão.

— Own, a maloqueira perdeu um encontro foi? —riu.

— Cala a porra da boca, sua otária! — fechei meus dedos em seu rosto. — Tá maluca é? Por que cê fez isso?

— Quer saber o porquê? — sua expressão mudou, ela me encarava com raiva. — Eu quero livrar as garotas de você. Todas elas! Porque você é uma idiota!

— Aé? — apertei minha mão contra sua face. — E tu nem tá com ciúme, né? — minha boca quase encostou na dela.

— Ciúme? — soltou um breve sorriso, ironico. — Não fala besteira garota. — ela tentou se soltar. — Eu só vou te avisar uma coisa, ok. Vê se deixa a Giu em paz, entendeu? Se você machucar ela, eu juro que te mato. — dessa vez a boca dela encostou na minha.

— Cê me tira do sério ursinha. — falei, sem desgrudar nossos lábios. Ela me empurrou e se vendo longe de mim saiu, chocada com algo. Passei as mãos no rosto e soltei um suspiro, irritada.

Ursinha otária!

MaloqueiraOnde histórias criam vida. Descubra agora