Capítulo 65

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                       B O Á R A


Eu sou uma otária! A ursinha vive me fazendo de idiota e eu pago de burra, por que? Porque eu ainda não parei pra dar uma coça de verdade naquela filha da puta!

Entrei no quarto e pra minha felicidade Lara não estava, acho que eu só precisava tomar um banho e cair fora de novo, ir ver os moleques e ainda tinha aquele lance com a Lara pra resolver.

Olhei pra cama da ursinha antes de chegar na minha e por consequência minhas pernas me levaram até o cobertor rosa que ela trouxe, em cima da cômoda ao lado do abajur tinha a foto de uma mulher que mal dava pra ver o rosto porque a foto já tava velha e gasta. Meus olhos pairaram na blusinha delicada de renda que ela usa pra dormir, ergui o pequeno pano com a ponta do dedo e depois de olhar pra peça, a levei até o meu nariz. O cheiro doce e caloroso me fez fungar forte.

Desgraçada! — joguei a porra da blusa longe. Me joguei na cama dela e fechei os olhos.

Uma trepada, é isso que tanto me tira o sossego. Ela é só mais uma, não tem nada de especial. É só mais uma calcinha.

— O que está fazendo na minha cama? — ao abrir os olhos me deparei com a ursinha. — Sai da minha cama, agora! — aquela raiva sem sentido no olhar ressurgiu. Me levantei, cansada.

— Se o problema é com a tua cama... — cheguei perto, mas ela deu um passo para trás. — A gente pode se resolver na minha. — toda vez que eu me aproximava ela dava alguns passos pra trás, até a gente parar no pé da minha cama.

— Para... — sua voz quase não saiu.

— Parar com o que? — de repente o tempo parou, e só o que eu enxergava eram as sardas decorando um rosto delicado e a boca rosada tão ou mais delicada que o restante do rosto. — Querer, também é pecado ursinha e se a gente vai pro inferno é melhor curtir a viagem. — seus olhos pararam na minha boca.

Ela é só mais uma. — foi o que repeti pra mim mesma enquanto acariciava seu rosto macio, minha boca deslizou da ponta de seu nariz até o contorno do lábio superior.

— O que você está fazendo comigo? — a pergunta saiu num sussurro que me arrepiou até a porra da alma, se é que isso existe.

Num segundo ela me olhava perdida e noutro a ursinha estava me beijando por iniciativa própria. Minha mão num impulso agarrou seu cabelo com certa brutalidade, e a outra agarrou a cintura fina e bem torneada que por si só era o caminho pra tudo o que eu queria. Travamos uma batalha intensa entre a língua dela e a minha, que insistia pra continuar o lance insano enquanto que a dela ficava na defensiva.
Minha boca começou a traçar um caminho diferente, direto para o pescoço cheiroso dele. Senti as mãos da ursinha por entre os fios do meu cabelo, a guiei até o outro lado da cama e assim que estávamos prestes a deitar algo me chamou atenção. Fui movida pela minha intuição de que tinha alguma coisa errada, uma coisa ou algumas coisas se moviam em baixo do lençol.

— O que foi? — senti o olhar confuso da ursinha em mim.

— Pera aí. — a afastei um pouco e puxei o lençol. Um, dois, três ou até mais escorpiões em cima da minha cama, inclusive quando puxei o lençol um caiu do meu lado, o que me fez afastar a ursinha e acabar caindo no chão.

— Aaaa! — gritou Emy. — Ai meu Deus! Meu Deus! — continuou a gritar. Não tive a menor intensão de gritar, o que não significava que eu não estava com medo. — Aaaa! Socorro! — quando percebi, a ursinha também estava no chão, apavorada.

— Vam'cair fora daqui! — me levantei e a peguei pelo braço.

— Aaaa! — gritou.

— Vam'bora! — a ergui e antes de sair peguei o pequeno papel jogado no chão, por intuição ou sei lá, só peguei.

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