Capítulo 24 :

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O lobby estava tranquilo e, como de costume, apenas um elevador em meu complexo de prédios estava funcionando. Eu apertei o botão, debatendo mentalmente se deveria convidá-lo a subir ou não. Não. Convidá-lo seria um erro. Mas eu não quero mesmo que ele vá embora.

Carla: Então... Vou ligar para seu agente para marcar a entrevista para este fim de semana.

Arthur: Ligue pra mim. Não para o meu agente.

Carla: Ok. — O elevador apitou, e, de repente, eu me senti estranha. — Você quer subir para tomar um café? — Ele balançou a cabeça lentamente, negando. — Ok, então. Bem, obrigada pelo jantar. — Entrei no elevador.

Arthur: De nada.

As portas impacientes começaram a fechar. Arthur as parou, mantendo-as abertas enquanto se inclinou e me beijou na bochecha. Sua boca demorou, e ele se inclinou um pouco mais para sussurrar no meu ouvido.

Arthur: Eu não confio em mim sozinho com você. Preciso de um pouco de espaço entre nós, ou nossa amizade não vai acabar bem. — Ele se inclinou para trás, e nós olhamos um para o outro por um momento.

Meu coração estava disparado, meu pulso, acelerado como se eu tivesse acabado de correr uma maratona, e cada fio de  cabelo da parte de trás do meu pescoço estava de pé por causa da eletricidade correndo entre nós.

Ele levantou o braço que segurava a porta e, enquanto ela fechava, ele disse:

Arthur: Doces sonhos, amiga. — Eu sabia que seriam, porque eu estava certa de quem iria aparecer neles naquela noite.

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Keh: Acho que alguém deve estar esgotada da noite passada. — Ela girou em volta de si mesma na minha cadeira ergonômica giratória.

Eu derrubei minha bolsa no chão e olhei para o belo arranjo de flores colocado no meio da minha mesa.

Carla: De onde é que veio isso? — Ela levantou o cartão pequeno da floricultura em sua mão.

Keh: Comélia Flores. Chegou um pouco antes de você entrar.

Carla: Preciso ir ao banheiro. Por que você não fica e se senta em casa? Ah, espere. Você já fez tudo isso. — Ela mostrou língua.

Guardei a bolsa em uma gaveta, joguei meu celular sobre a mesa e olhei para o saco de papel marrom onde eu presumia que estivesse o café da manhã que a Keh nos trouxe.

Carla: Espero que seja algo gorduroso... Preciso disso hoje. — Falei enquanto ia para o banheiro.

Quando voltei para o escritório, Keh estava falando no meu celular.

Keh: Ela está vindo agora. Flores bonitas, a propósito. — Ela estendeu o meu celular com um sorriso insolente.

Carla: Alô.

Arthur: Bom dia. — A voz de Arthur estava marcada por rouquidão da manhã. — Que tipo de flores foram entregues? — Olhei para o arranjo.

Carla: Rosas. Elas são lindas. Obrigada.

Arthur: Nada original.

Carla: Perdão?

Arthur: Que imbecil envia a uma mulher como você rosas comuns?

Carla: Você quer dizer... elas não são suas?

Arthur: Não. E o cara que as enviou mandou a secretária enviar essa porcaria. Provavelmente tem uma conta no florista e um pedido padrão. É um idiota.

Carla: Você nem sabe de quem são. Nem eu sei.

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