Capítulo 97 :

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CARLA DIAZ

Duas semanas depois que o Flamengo venceu o Copa das Confederações, a vida tinha finalmente começado a se acalmar.

Arthur cumpriu sua promessa de estar sempre lá para mim e me deixar ter meu tempo. A única vez que ele tinha sequer tentado me tocar foi logo depois que ele ganhou o jogo.

Todo mundo estava comemorando em campo, e ele conseguiu me encontrar. Ele me pegou, me virou no ar, e, em seguida, plantou um beijo molhado em meus lábios.

Passamos os próximos sete dias correndo muito. Entre a cobertura da mídia, o desfile dos times e as dezenas de entrevistas, fiquei surpresa por ele ainda encontrar tempo para me ver.

Mas ele o fez. Todos os dias ele tinha tempo para mim. Não houve grandes gestos ou tentativas de mudar as coisas, ele simplesmente me mostrou que estaria lá para mim sempre. Como poderia uma garota não se apaixonar quando sabe que pode contar com o homem que adora para pegá-la quando ela cair?

A campainha tocou na hora certa, às três. Eu perguntei a Arthur se ele se importaria de fazer uma curta entrevista esta tarde na emissora. Ele disse que faria, sem hesitação, mesmo que eu soubesse que ele estava praticamente no seu limite de tanta cobertura da mídia.

Eu também sabia que ele não me ouviria quando eu lhe disse que mandasse uma mensagem quando chegasse. Ele sempre subia.

Eu não tinha certeza se estava sendo um cavalheiro ou se esperava que eu tivesse um momento de fraqueza, e então ele não teria mais que ser um cavalheiro. Conhecendo Arthur, era meio a meio. Abri a porta, e lá estava o homem mais delicioso em quem eu já tinha posto os olhos.

Na manhã após o jogo, ele me ligou dizendo que tinha que sair da cama para se barbear antes do dia cheio de entrevistas. Eu tinha mencionado que gostava mais dele com barba sem fazer por alguns dias. Desde então, notei que a barba tornou-se um elemento permanente.

Arthur: Você está atrasada?

Carla: Não. Você chegou cedo. — Eu estava usando um roupão felpudo e o cabelo preso em um rabo de cavalo.

Arthur: Você disse às três. — Ele olhou para o relógio.

Carla: Não, eu disse às quatro. — Eu usei uma de suas técnicas.

Ele realmente acha que eu iria acreditar que tinha constantemente marcado o horário errado? Ele achava que precisava ser astuto para passar uma hora extra no meu apartamento. Mas hoje eu seria a dissimulada. Revirei os olhos e dei um passo para o lado.

Carla: Você tem um problema sério com horários.

Arthur: Eu poderia jurar que você disse três.

Porque eu disse.

Carla: Bem. Você sabe o que fazer. Sinta-se à vontade. Eu só vou tomar um banho rápido. — Desapareci no banheiro e meu banho rápido se transformou em uma sessão de maratona de preparação.

Depilei até o último pelo da cintura para baixo. Depois, passei o hidratante em toda a superfície do meu corpo e escovei meu cabelo úmido. Inicialmente, pensei em caminhar até a sala totalmente nua, e ele se encarregaria do resto. Mas decidi fazer as coisas ao estilo Arthur. Enrolei uma toalha macia seca em volta do meu corpo e me preparei para cruzar uma linha da qual não haveria como retornar.

Carla: Mudança de planos. — Gritei do quarto enquanto me olhava no espelho de corpo inteiro. — Você se importaria se fizéssemos a entrevista aqui?

Arthur: Não. Como você preferir.

Arthur estava assistindo TV, de costas para mim, quando entrei na sala. Eu respirei fundo, rodeei o sofá e fiquei na frente dele. Ele estava largado no sofá, mas animou-se no momento em que me viu de pé envolta em uma toalha.

Carla: Acha que posso lhe fazer algumas perguntas, Arthur Picoli de Conduru? — Falei usando minha escova de cabelo como microfone. — Como é a sensação de ser duas vezes o melhor jogador do campeonato?  — Ele franziu a testa, mas embarcou no meu jogo.

Arthur: É uma sensação muito boa. Mas eu já respondi essa pergunta cerca de mil vezes, Srta. Diaz. Você não tem perguntas originais?

Na primeira vez que ele me perguntou isso, eu fiquei com vontade de chutar sua bunda. Desta vez, amei que ele se lembrou do nosso primeiro encontro. Eu arqueei uma sobrancelha.

Carla: Eu tenho uma pergunta original, na verdade. — Despreocupadamente, estiquei a mão e puxei o nó da toalha enrolada no meu corpo. Ela caiu no chão. — Se eu te dissesse que te amo mais do que qualquer coisa neste mundo, você me daria outra chance?

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