Capítulo 119 :

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ARTHUR

O telefone toca e toca e nada da Carla atender. Assim que a ligação cai na caixa de mensagem, o aparelho vibra.

É Maria e acabo me desesperando ao pensar que algo de ruim podia ter acontecido. Depois que Carla ficou gravida, jamais voltei a deixar o celular desligado. Essa coisa de ser pai é difícil. A gente costuma pensar as piores coisas quando alguém de casa nos liga. Depois Carla ri quando falo que preciso procurar um cardiologista.

Arthur: Fala, preciosa? — Havia encontrado um apelido para nossa querida Maria e ela curtia muito.

Keh zoavam muito da pobre pelo apelido que arranjei, mas eu penso que combinou com ela. Não há como negar que Maria é uma preciosidade em nossas vidas e a casa seria um verdadeiro caos sem ela. Sem falar das comidinhas deliciosas que preparava, porque Carla é um caos na cozinha. Mas pouco importa se é ruim de panela, o importante mesmo é que é fogosa e deliciosa na cama.

Maria: Dona Carla! — Fala ofegante e tenho que pedir para que se acalme. — Então, Dona Carla ficou muito irritada pelo seu atraso e foi para o escritorio sem o senhor.

Arthur: Mandei mensagem que não ia poder mais ir, inferno! —  Respondo puto da vida. Carla não é fácil, e ciumenta do jeito que é com certeza pensou bobagem. — Caramba, Maria! Por que ela tem sempre que pensar o pior de mim? — Pergunto frustrado.

Maria: Precisa responder, Seu Arthur?! Estava tão brava que desligou o celular e o deixou em casa.

Vai levar umas palmadas naquela bunda gostosa para deixar de ser tinhosa.

Maria: Acontece que ela entrou em trabalho de parto.

Arthur: O quê? — É hoje o dia das notícias de fazer parar o coração. — Entrou em trabalho de parto e deixou o celular em casa? —  Saio do banheiro do vestiário, procurando as chaves do carro e a carteira.

Maria: Sim! Clarinha é apressada e quer nascer logo!

Arthur: Onde ela está? No Escritorio? — Pergunto totalmente enlouquecido. — Gente, minha filha vai nascer! —  Falo para todos, sem saber se estava feliz ou apavorado.

A julgar pela cara de espanto de todos, devia estar mais apavorado do que feliz. Mas, Senhor das chuteiras, podiam ao menos disfarçar o espanto.

Maria: Seu Arthur! — Maria exige minha atenção.

Arthur: Fala, Maria!

Maria: Ela já deve ter chegado na maternidade! Pegou um uber quando a bolsa estourou e a Keh, me ligou para avisar.

Arthur: Ao menos teve a sensatez de não dirigir, mas vai levar umas palmadas, vai mesmo.

Maria: Dona Beatriz acabou de ir para lá também. Vai logo, Seu Arthur! É bem capaz de Dona Carla não te perdoar por perder o nascimento da filha. —  Maria estava certa e eita que era uma das mulheres mais sábias que conheci.

Desliguei o celular, exigindo que Renato desse um jeito de me tirar do CT sem chamar a atenção. Mas aquilo que parecia ser algo simples de ser feito se estendeu além do que esperava e os minutos voavam como ventania.

Se minha filha nascesse antes de eu chegar, não me perdoaria, e o pior, não amansaria a Carla facilmente, contando que sexo estava fora da lista dos métodos de amansar nelore para uma mulher que acabava de ter nenêm.

Arthur: Para mim deu! Vou sair com ou sem escolta, escondido ou não, eu vou sair!

Renato: Calma que já vamos dar um jeito! — Ele me olha aflito.

Meu telefone toca e atendo minha mãe com o coração na mão! E nem é exagero de minha parte, porque batia tanto com tanto susto que já tinha o colocado para fora umas mil vezes.

Beatriz: Onde está, seu miserável? — Pergunta com toda a delicadeza do mundo.

Arthur: Mãe, estou no escritório da gavia! E não consigo sair daqui porque tem uma penca de jornalistas na porta. Mãe, eu fui indicado pela fifa ao melhor jogador.

Só ouço um grito de dona Beatriz do outro lado da linha e deve ter falado para alguém.

Arthur: Como está Carla?

Beatriz: Não sei! Acabei de chegar e ninguém sabe me informar as coisas. Mas larga mão de ser lerdo e venha logo para cá! Porque para fazer a filha "cê" foi um raio.

Arthur: "Tô" tentando, mas ainda não tenho asas, viu!

Beatriz: Vou mandar o motorista te pegar! Esteja  pronto para sair quando ele te ligar! Filho, sem desculpas, quero você nessa maternidade antes de minha neta nascer, porque nem pense em deixar Carlinha sozinha em uma hora dessas. Você sabe que ela só tem nós para apoiá-la, porque...

Arthur: Eu entendi! — Falo e desligo, pois o sermão não teria fim e mamãe  não liberaria o motorista para vir me buscar.

O problema é que os minutos continuavam a passar e nem sinal de fumaça do motorista. Volto a ligar para mamãe  e para meu azar ele havia ficado preso no trânsito. A confusão era tanta nos arredores do Ct que não conseguiu chegar.

Arthur: Robson, você está de moto? — Pergunto ao um jogador. Eu ia sair ou não me chamava Arthur.

Robson: Estou! Mas motocicleta não é cavalo, Arthur! —  Minha paciência já devia ter chegado ao limite, porque quase parti para cima do homem.

Arthur: Larga mão de ser ciumento, Robson! — Acabo rindo quando Robson me entrega as chaves e o capacete. Toma aqui as chaves do meu carro! Depois fazemos a troca lá na maternidade! — Pego as chaves de dentro do bolso e entrego-as a Robson.

Xxx: Arthur, deixa de enrolar e vai logo! Sua filha vai nascer! — A mulher que ouvia a conversa disse impaciente.

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