Capítulo 69 :

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Carla: Você comeu alguma coisa?

Arthur: Não. Eu estava esperando por você.

Carla: Desculpe. Não achei que sairia tão tarde.

Arthur: Tudo bem. A Mari me fez companhia.

Aposto que ela fez. Assim que o ajudante limpou a bagunça, Mari voltou com um copo cheio com um líquido claro.

Carla: Espero que seja água.

Mari: Eu lhe trouxe uma bebida nova.

Carla: Eu não acho que ele precise.

Arthur: Claro que eu preciso. — Mari olhou para mim com um olhar condescendente de eu-te-disse e falou:

Mari: É terça-feira.

Carla: Estou bem ciente disso.

Mari: É o único dia em que ele se permite beber.

Carla: Sim, mas parece que ele já bebeu demais.

Mari: Ele teve um dia ruim.

Carla: Acho que devemos pegar algo para comer no restaurante em vez de ficar aqui no bar.

Quando levei Arthur para o local onde a hostess ficava, sua embriaguez ficou muito mais evidente. Seu braço pendia sobre os meus ombros, e ele estava se apoiando um pouco em mim.

Carla: Que tal deixar o restaurante pra lá e pedir serviço de quarto? — perguntei.

Arthur: Que tal se pularmos o serviço de quarto e eu comer você?

Carla: Você é pervertido mesmo quando está bêbado. — Eu ri.

Na suíte de Arthur, pedi um jantar leve para nós dois, embora eu não estivesse muito certa de que Arthur estaria acordado a tempo de a comida chegar. Ele estava atrapalhado com os botões de sua camisa, então o ajudei a se despir quando ele se sentou na cama.

Arthur: Já que você está aí embaixo... — Arthur riu quando me ajoelhei para tirar seus sapatos.

Carla: Eu acho que você está muito embriagado para isso. — Tirei o segundo sapato e descansei minhas mãos nos joelhos.

Arthur deslizou minha mão de seu joelho para entre as pernas, colocando meus dedos ao redor de sua ereção.

Arthur: Dava para ver pelo decote da sua camisa enquanto você desamarrava os sapatos. Eu não estou tão bêbado para isso. E gostei da vista. — Eu ri.

Carla: Por que você não toma um banho antes do jantar chegar? Pode ficar um pouco mais sóbrio.

Arthur: Você irá tomar comigo?

Carla: Agora não.

Arthur: Está bem. Mas eu não vou resolver a questão lá no chuveiro. Vou guardar para você quando eu sair.

Carla: Eu não esperaria nada menos.

A comida que pedi chegou antes que Arthur terminasse o banho. Ele saiu com uma toalha enrolada na cintura, exatamente como da primeira vez que o conheci. Dois meses atrás, eu nunca teria imaginado que toda a autoestima exacerbada e a arrogância de Arthur Picoli só serviam para camuflar suas inseguranças.

Não éramos tão diferentes, afinal. Durante os últimos sete anos desde que Marcelo morreu, todo mundo me dizia que eu evitava relacionamentos reais porque tinha medo de me machucar novamente.

Eu não percebia isso... até que vi minhas próprias ações refletidas em Arthur.

Poderíamos ter métodos diferentes, mas estávamos fazendo o mesmo: protegendo nossos corações da perda.

Você não pode se machucar se não deixa ninguém entrar.

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