Capítulo 36 :

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Estendendo a mão, agarrei um suéter de caxemira azul-marinho.

Carla: Que tal isso? — Eu me virei para mostrar minha seleção e bati direto na parede de tijolos de seu peito.

Ele não se mexeu. Era um grande closet, ainda assim, havia pouco espaço entre as prateleiras atrás de mim e o homem na minha frente. Ele deu de ombros.

Arthur: Se você gosta, eu vou usar.

Carla: Você é fácil.

Arthur: Gostaria de poder dizer o mesmo de você.

Carla: Algo me diz que, se eu fosse, você já teria perdido o interesse.

Arthur: É isso que você acha? Que eu só gosto da caçada? — Eu o olhei diretamente nos olhos.

Carla: Eu acho que sim, acho que você desfruta da caçada. Estou achando que é uma novidade para você. Que você é, normalmente, o caçado, e não o caçador. — Ele deu um passo para mais perto, e eu recuei e bati nas prateleiras atrás de mim.

Colocando um antebraço contra a parede em ambos os lados da minha cabeça, ele efetivamente me enjaulou. Eu deveria querer fugir, mas, em vez disso, tive a súbita vontade de pressionar o meu corpo contra o dele. Felizmente, um pouco de autocontrole ainda existia no meu cérebro. Ele baixou o rosto para o meu.

Arthur: Quem é o encontro desta noite?

Carla: Não é da sua conta. — Ele se inclinou um pouco mais perto, para que os nossos lábios estivessem separados por apenas centímetros. — Você sente o que está sentindo agora quando está perto dele?

Não.

Carla: Talvez.

Arthur: Mentira. Diga-me que posso te beijar. — Ele baixou a cabeça e gentilmente correu o nariz ao longo da minha garganta.

Meu corpo estava zumbindo como o de um garota universitário na cerimônia de iniciação da fraternidade.

Carla: Não. — A palavra saiu quase em um sussurro.

Minha voz estava grossa e tensa, clara evidência do que ele estava fazendo a mim. Ele continuou arrastando o nariz ao longo da minha pele. O toque sensual gerou uma corrente de arrepios que me despertou. Quando chegou à minha orelha, sua voz estava nervosa e repleta de necessidade.

Arthur: Diga-me que posso te beijar. Eu sinto o cheiro da excitação no seu corpo. Diga-me.

Meus joelhos tremiam, e minha boca se abriu para finalmente ceder. Eu quero tanto que ele me beije.

Infelizmente ou felizmente, a voz de Vini quebrou o momento.

Vinicius: Arthur, eu posso pegar um cabo do... Ops... Sinto muito. Eu não quis interromper.

Arthur: Faça tudo que precisar, Vinicius. — Arthur respondeu sem se mover

Vinicius: Sim. Tudo bem, cara — disse, seus passos rapidamente recuando.

Esses segundos de distração me deram a chance de sair da minha neblina induzida pela luxúria.

Carla: Isso foi muito pouco profissional da minha parte. — Eu passei por baixo do braço dele e praticamente corri para fora do closet.

Passei alguns minutos me recompondo no banheiro antes de me juntar a Vini na sala de estar, que já tinha quase terminado o cenário.

Vinicius: Me desculpe por isso. Eu não sabia que seu encontro hoje à noite era com Arthur. — Minha boca se abriu, mas a resposta veio do homem que entrou na sala atrás de mim.

Arthur: Não é. Mas deveria ser, porra.

Eu me virei, encontrando Arthur vestindo o suéter de caxemira azul que eu escolhi e uma calça bem ajustada. A profunda cor azul realçou a intensidade de seus olhos.

Olhos que estavam me perfurando.

Arthur: O treinador precisa falar comigo. Eu tenho que atender essa chamada agora. Por que vocês dois não se ajeitam enquanto isso? Vou pedir alguns lanches no serviço de quarto antes de começar.

Vinicius: Sem problema. Obrigado, Arthur — disse.

Em seguida, ele se foi. Durante quase duas horas. Eventualmente, eu me aventurei em procurar por ele. Tudo estava tranquilo, nenhuma indicação de que ele ainda estava no telefone.

Bati de leve na porta do quarto, mas não houve resposta. Então bati novamente. Quando ainda assim não havia nada além do silêncio, eu abri a porta do quarto. Arthur estava deitado no meio de sua cama king-size. E parecia estar dormindo.

Carla: Arthur? — Seus cílios bateram enquanto ele abria os olhos.

Arthur: É a mulher dos meus sonhos.

Carla: O que você pensa que está fazendo? — Minhas mãos foram para o meu quadril.

Arthur: Acho que adormeci.

Carla: Antes ou depois do telefonema falso do seu treinador?

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