Arthur: Mãe! — Encontro minha mãe na recepção com semblante preocupado e quase caio duro por isso.Enfrento multidões correndo atrás de uma bola, mas penso que não serei capaz de enfrentar as notícias que tem para me dar.
Arthur Onde está Carla? — Levo um beliscão e entre ela e a Carla não sei qual me bate mais, virei um saco de pancadas mesmo.
Beatriz: Podia demorar mais um pouco! — Fala como se tivesse culpa pelo atraso. — Carla está lá dentro e mal falam comigo. Dei uma de bisbilhoteira, não que eu goste disso, bem sabe que odeio fofocas, mas ouvi que a esposa do joagador estava com a pressão muito alta.
Arthur: Pronto, vou morrer de um ataque cardíaco, só pode. — Nem espero minha mãe terminar e parto como um louco atrás de um funcionário do hospital.
E sabe quando você está louco de pressa e preocupação e todo mundo desparece?! É sempre assim! No balcão não havia ninguém. Podiam ser mais organizados!
Xxx: Arthur Picoli! — Uma moça morena vestida elegantemente com um dos uniformes da maternidade me reconhece. Ser famoso tem suas vantagens. — Deve estar procurando por sua esposa. — Me olha com admiração e tenho que lembrar de bater uma foto com ela, mas depois.
Arthur: Sim! Poderia me levar até ela? — Pergunto apressado, sem me preocupar com os protocolos. Ela já sabia quem eu era e depois eu mandava meu empresario preencher a papelada e pagar a conta.
Xxx: Creio que o senhor deva preencher a ficha da gestante!
Arthur: Depois você vê isso com meu empresário, certo?! O nome dele é Robson.
Xxx: Mas eu não posso deixar o senhor entrar! — Ah, mas poderia mesmo. — Temos alguns protocolos para seguir.
Senhor, como odiava os protocolos, por isso resolvi ser jogador, tudo mais simples, sem linguiça para encher.
Arthur: Olha só, bato foto com você, com suas amigas e até dou autógrafo, mas dê um jeito de eu chegar até minha esposa antes da minha filha nascer ou não sobrará mais nada de Arthur Picoli para vocês. — Carla é capaz de me matar, é mais brava do que boi em véspera de rodeio.
A moça me olha assustada, sem entender muito e nem precisava entender, bastava apenas me levar ao encontro de Carlinha.
Arthur: Não vai me dizer que minha filha já nasceu?
Xxx: Oh não! Maria Clara não nasceu ainda. Carla Diaz estava fazendo exames a última vez que me avisaram. A assessoria do hospital tem acompanhado a evolução do parto de modo a informar em suas redes sociais. Há uma agitação impressionante da mídia em volta de sua filha, o que é perfeitamente plausível, considerando que o senhor acabou de ser indicado ao Fifa.
Eita que essa mulher era bem informada.
Xxx: Prazer, Leide Abreu! Sou enfermeira aqui na maternidade e logo nossa assessora de imprensa virá conversar com o senhor.
Arthur: Sem imprensa, por favor! — Mal consegui me livrar e já querem me colocar de volta nos holofotes. — Escolhemos essa maternidade porque nos prometeram discrição e que lidariam com a imprensa. Então, exijo ver minha esposa e assistir o nascimento da minha filha.
Leide: Claro! Mas o senhor deve compreender que tudo aconteceu muito rápido e que não tivemos tempo para nos organizar.
Arthur: Por favor, Leide! — Nome chique esse e bem sonoro. — Quebra meu galho e me leve até minha esposa.
Tento fazer cara de pai desesperado, o que não é muito difícil, já que estou desesperado mesmo. A convenci depois de me fazer prometer que não iria dedurá-la à direção por quebra de protocolo.
Mal sabe ela que vou é exigir que dobrem seu salário. Subimos alguns degraus e chegamos a uma ala elegante da maternidade. A enfermeira havia me levado para as acomodações que seriam ocupados por Carla e minha filha, mas não as encontramos ali.
Me senti enganado e murchei.
Leide: Fique aqui, por favor, que irei ver para onde a levaram! — A enfermeira diz.
Espero por longos cinco minutos e quando a porta abriu, Leide me informou que Carla havia sido levada para a sala de parto. A segui pelo corredor e quando chegamos, todos já me reconheceram, incluindo Doutora Milena que estava com o semblante taciturno.
Arthur: Doutora, onde está minha esposa? — Pergunto num misto de euforia e preocupação.
Dra: Acalme-se, meu jovem! Carla Diaz está bem e sendo monitorada, mas nos preocupamos com sua pressão que está um pouco acima do recomendável. Estávamos apenas esperando sua chegada e uma nova avaliação para decidirmos se faremos uma cesárea. As contrações ainda estão muito espaçadas e...
Não consigo mais compreender o que me fala e sinto medo. Meu Deus, nunca pensei que sentiria tanto pavor na vida!
Dra: Está bem? — Pergunta preocupada.
Arthur: Não foi nada, só um mal súbito! Acho que foi a emoção que me tomou de repente. — Tentei disfarçar um pouco, afinal, tinha uma fama de macho para zelar.
Dra: Sei! — Ela revira os olhos, dando a entender que não havia acreditado.
Arthur: Está bem! Amarelei mesmo! — De nada adiantava negar o óbvio. — Por isso que são as mulheres que trazem os filhos ao mundo. — Solta uma gargalhada e acabo por concordar.
Dra: Leide, arrume um uniforme para o papai de primeira viagem aqui e o leve até a esposa antes que tenha que chamar ajuda para levantá-lo. Vejo vocês em breve! — Bate nas minhas costas e sai como se nada tivesse acontecido.
Essa coisa de médico ficar calmo é irritante, queria só ver se fosse o filho deles nascendo.
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Aulas, Cria!!
FanfictionSinopse: Na primeira vez que encontrei Arthur Picoli ele estava no vestiário masculino. Foi a minha primeira entrevista como jornalista esportiva profissional. O famoso Atacante do Flamengo decidiu me mostrar tudo. E, por tudo, não quero dizer que e...