Capítulo 122 :

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ARTHUR

Arthur: Que coisa mais pavorosa, Mãe! — Acabava de contar os detalhes do parto para minha mãe que escutava rindo da minha cara de pai de primeira viagem. — A senhora acha que passar seis horas em trabalho de parto é moleza? — Levo uma bolsada na cabeça.

Beatriz: Mais respeito, seu ingrato! Eu fiquei doze horas de você. E vamos ser justos que não foi você que ficou seis horas em trabalho de parto, Arthur. Mas valeu a pena, porque ela é tão linda!

Olhávamos para o berçário onde minha filha dormia tranquila. Hora ou outra ela mexia a cabecinha cheia de cabelinhos clarinhos e abria a boquinha.

Arthur: É linda mesmo! — Falo vidrado pelo meu toquinho de gente, um pedacinho do meu amor por sua mãe. — Serão duas docinhos em casa, Mãe, e preciso colocar o Pedro para aprender a lutar, talvez em uma escola de tiro.

Beatriz: Para que tudo isso? — Ela me olha com cara de poucos amigos.

Arthur: Duas meninas em casa e lindas ainda por cima é chamarisco para macho safado.

Beatriz: Fala por experiência própria! — Levo mais uma bolsada, dessa vez na bunda. — Mas é bem feito para você, vai pagar por todos os pecados que fez com as filhas dos outros.

Arthur: Credo, Mãe! Até parece que não me ama. —  Ela revira os olhos e acabo me agachando para poder abraçá-la. Estava tão boba com a neta que dava gosto de ver.

Xxx: Seu Arthur! — Uma das enfermeiras do berçário, me chama. — Está na hora de levar a princesa para sua mamãe. O que acha de ela chegar com o papai para ver a mamãe?!

Arthur: Eu posso? — Pergunto todo bobo. Já estava com saudades da Carla e seria uma surpresa linda eu chegar com nossa bebê no quarto.

Xxx: Claro que pode! —  Ela entra e volta com minha pequena nos braços. Estava toda linda de vermelho, enroladinha em uma manta branca.

Arthur: Eu sou foda mesmo! Olha que belezura que eu fiz! — Me gabo, porque eu posso. — Sabe, Mãe, acho que vou ter outras iguais a essa com a Carla. Mistura boa, não acha?

Beatriz: Tão modesto, não acha, Enfermeira? — Ainda faz piada, mas não seria minha mãe se não fizesse.

Xxx: Ele pode, Dona Beatriz! — A enfermeira pisca e acabamos os três rindo.

Apesar da confusão inicial, todos foram muito atenciosos conosco e nem precisava fazer reclamação como pretendia logo que pisei na maternidade.

Quando entro com Maria Clara em meus braços, Carla leva as mãos à boca, demonstrando a emoção através de seus olhos brilhantes.

Arthur: Olha quem veio ver a mamãe! — Digo sorrindo como um bobo, mas se ser bobo significa ser feliz, eu sou um e faço questão de ser para sempre.

Me aproximo da cama e Carla estende os braços para recebê-la. Clara reconhece a voz da mãe e procura por seu peito.

Carla: Com quem você acha que ela se parece? —  Pergunta sorrindo. E se pudesse eternizar esse momento em um quadro o faria; e ia fazer, porque smartphones tinham câmera para isso.

Arthur: Ela é linda como você, amor! — Faço questão de bater várias fotos. — Tomara que ela tenha o dentinho coisadinho.

Carla: Para com isso! — Carla já briga, porque é uma brabeza.

Arthur: Com o quê? Com as fotos ou com os elogios que sei que você gosta? — Jogo um beijo para ela, só para vê-la sorrir e corar.

A combinação de timidez com brabeza mexe com meus instintos de macho, mesmo sabendo que não é o momento mais apropriado.

Carla é uma mulher bonita, atraente e cheia de vida, mas vê-la com nossa filha nos braços a tornava ainda mais especial. Talvez fosse apenas meus olhos apaixonados que notassem tanta beleza e, Senhor, esperava que só eu enxergasse isso, porque havia me tornado muito possessivo e ciumento.

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