Capítulo 50 :

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Arthur estava falando com o treinador na linha enquanto as equipes terminavam no campo, mas os grupos de treino estavam mudando de lugar.

Eu não conseguia ouvir nada, mas observava atentamente quando Arthur tomou seu lugar no campo e apontou para várias coisas. Os jogadores fizeram ajustes e movimentaram-se sob seu comando.

O homem não era diferente fora do campo do que era dentro. Ele era agressivo, confiante, consciente de tudo acontecendo ao seu redor e completamente no comando. Eu me senti como uma líder de torcida do colegial e também fiquei um pouco excitada assistindo Arthur em ação tão de perto.

Eu sentia falta dessa parte da minha vida, eu amava o jogo em si. Mas ver alguém com quem eu me preocupava jogar naquele campo fez alguma coisa em mim. Os chutes, os passes de bolas, a enorme capacidade atlética dos homens se unindo para formar uma unidade e competir.

Havia algo tão intrinsecamente bonito nisso. Mesmo que eu nunca tivesse deixado de estar envolvida com o futebol, algo despertou em mim enquanto eu assistia da arquibancada naquela tarde. Eu não tinha certeza se era o meu amor pelo esporte ou a esperança de que eu poderia um dia novamente combinar o meu amor pelo esporte com um homem no campo.

O vestiário tinha uma vibração muito diferente após o treino do que tinha depois de um jogo. Era mais relaxado e descontraído, até mesmo os treinadores estavam rindo.

Vinicius tinha voado naquela manhã, então eu o encontrei, e tínhamos uma entrevista com o novo jogador que estava começando neste fim de semana, em seguida, mudando para jogadores mais importantes. Arthur foi cercado pela enorme fila de costume, então olhei em volta procurando outro jogador para entrevistar enquanto esperava.

A curiosidade sempre esteve muito presente em minha vida. Anderson estava prestes a jogar seu primeiro jogo com o Flamengo, e ninguém ainda tinha descoberto a razão por trás da rivalidade de faculdade com Arthur.

Anderson estava a quatro armários de Arthur, mas o jogador que estava utilizando o espaço entre eles já tinha desaparecido no chuveiro. Vini e eu esperamos uns vinte minutos antes de nos aproximarmos para entrevistar Anderson.

Na minha visão periférica, peguei Arthur olhando para onde eu estava. Ele olhou para mim, olhou para Anderson, em seguida, voltou sua atenção para mim até que nossos olhos se encontraram.

Quando foi a nossa vez, eu me apresentei como normalmente fazia.

Carla: Oi, Anderson, eu sou Carla Diaz, estou com...

Anderson: Arthur Picoli. — Ele me deu um sorriso malicioso e, em seguida, olhou para Arthur, que estava dando sua própria entrevista, mas os dois homens se enfrentaram por um breve segundo.

Carla: Na verdade, eu estou com o SportTv News — tentei mudar de assunto. — Posso lhe fazer algumas perguntas para a nossa matéria de antes do jogo de domingo?

Anderson: Qualquer coisa por você. — Era só o que me faltava.

Carla: Pronto, Vinicius? — Eu tive um mau pressentimento sobre isso e queria terminar antes mesmo de iniciar.

Felizmente, Vini nunca levava muito tempo, e nós estávamos gravando trinta segundos depois.

Carla: Parabéns pela sua negociação, Anderson. Você está animado para jogar seu primeiro jogo com o time no domingo?

Anderson: Estou. Eu só estou aqui há algumas semanas, mas já gosto. Acho que encontrei a minha casa com o Flamengo.

Mesmo que estivesse morrendo de vontade de perguntar o que tinha acontecido entre ele e Arthur na faculdade, eu não perguntei. Algo me dizia que Anderson estava à procura de uma razão para ferrar com Arthur, e eu não ia ser a faísca para inflamar aquela velha chama. A entrevista correu sem contratempos.

Anderson era realmente encantador e muito profissional. Após terminar, Vinicius baixou o equipamento, e eu coloquei o microfone na minha bolsa.

Carla: Obrigada por seu tempo. Boa sorte no domingo. — Ele me pegou desprevenida quando se inclinou e beijou meu rosto.

Anderson: O prazer foi todo meu. — Quando comecei a ir embora, ele me parou. — Estou na suíte 801. E não me importo de compartilhar se você estiver interessada. Vai ser como nos velhos tempos para Arthur e mim.

Mas que merda!

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