Capítulo 66 :

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Alex: Sobre o treino, quando você fez a posição do cachorro, vi que ainda precisa melhorar um pouco. Por que não fica por aqui alguns minutos e me deixa ajudá-la a se alongar?

Carla: Parece uma boa ideia. — Eu me virei para Arthur e alegremente alimentei o fogo. Já podia sentir o cheiro da fumaça. — Por que não vai para o vestiário enquanto Alex me ajuda com a minha posição? Encontro você em seguida. — Arthur tentou muito, mas o olhar obsceno de Alex era demais para suportar.

Arthur: Ah, porra. — Sua mão possessiva agarrou minha cintura. — Você ganhou. Vamos dar o fora daqui.

Alex ainda parecia confuso quando Arthur rapidamente me guiou em direção ao vestiário.

Arthur: Você é uma gracinha — ele rosnou.

Carla: Eu acho que sou sim. — Saindo da academia, eu zombei de Arthur pela minha vitória. — E eu pensando que você seria um duro concorrente. Acho que não.

Arthur: Você vai ver só o duro... — Ele pegou minha mão.

Carla: Eu não imaginei que você fosse ciumento.

Arthur: Nem eu — ele resmungou.

Carla: Eu tenho que tomar um banho rápido e ir direto para a estação. Temos uma reunião de planejamento matinal. Eles estão adicionando algumas entrevistas de última hora com alguns jogadores do Vasco antes do jogo deste fim de semana.

Arthur: Encontro com o inimigo. Você está tentando me matar? Primeiro a brincadeira com o babaca e agora passar tempo com o rival. Acho que esta noite vou precisar de um pouco de atenção extra. Estou me sentindo negligenciado.

Carla: Ah, você está?

Arthur: Sim. Eu acho que preciso que você me mostre como sou especial.

Carla: E o que exatamente isso implica?

Arthur: Eu vou pensar em alguma coisa. Quando descobrir, faço questão de enviar uma mensagem de texto para você com os detalhes, bem no meio da sua reunião.

A língua perversa dele era muito bem traduzida em mensagens de texto. Nós viramos a esquina, descendo a quadra onde Marlene morava. Arthur estava me contando sobre sua agenda para o resto da semana, quando de repente ficou em silêncio. Levei um momento para perceber.

Carla: Arthur? — Ele estava olhando para o outro lado da rua. — Tudo bem?

As ruas do Rio de Janeiro eram movimentadas. No início, não notei nada. Mas então eu vi. Uma mulher tinha parado do lado de fora do prédio de Marlene e estava olhando em nossa direção. As pessoas iam e viam, mas ela ficou lá, olhando sem parar para nós.

Ela era absolutamente linda. Magra tipo modelo, com longos cabelos loiros e olhos tão grandes, que pude notá-los mesmo em uma rua movimentada.

Meu coração parou.

Eu sabia a resposta, mas perguntei de qualquer maneira: Carla: Você conhece essa mulher do outro lado da rua?

Arthur: Sim. É a Ana. — Arthur virou a cabeça para frente e continuou andando.

E assim, a confiança que eu tinha sentido mais cedo, todo aquele poder se transformou em medo e vulnerabilidade.

E, sim, até mesmo um pouco de ciúme.

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