Capítulo 70 :

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Coloquei nossos jantares na mesa da sala de jantar.

Carla: Você estava apenas entediado esperando por mim? Ou realmente teve um dia ruim?

Arthur: Talvez um pouco de ambos. — Ele esfregou as mãos sobre o rosto e se sentou à mesa.

Carla: Você teve um treino ruim hoje?

Arthur: Não foi tão ruim. — Ele levantou a tampa de prata que cobria seu jantar e olhou para a salada Caesar que eu pedi para ele. — Amanhã vai ser uma merda com a ressaca que já estou começando a sentir.

Carla: Você normalmente não toma mais do que uma ou duas latinhas durante a semana. Está tudo bem? — Arthur esfregou a parte de trás do seu pescoço.

Arthur: Marlene tinha uma visitante quando fui vê-la esta manhã.

De repente, eu perdi o apetite.

Carla: Quem?

Arthur: Ana. Ela acha que pode simplesmente voltar para as nossas vidas e tudo vai ficar bem.

Algo sobre a frase voltar para as nossas vidas fez com que eu me sentisse ainda mais desconfortável.

Carla: Vocês brigaram?

Arthur: Não. — Balancei a cabeça, e comemos em silêncio por alguns minutos. — Só um monte de lembranças ruins.

Eu não tinha ideia de como responder a isso, então não falei nada. O ar estava pesado e era difícil engolir enquanto nós passamos por vários outros temas durante o jantar.

Depois, Arthur estava deitado na cama enquanto eu escovava os dentes no banheiro principal com a porta aberta.

Carla: Eu não vou voar de volta com você na noite de domingo. A estação está me mandando para Goiânia após o jogo.

Arthur: Ah, é? Quem você vai entrevistar?

Carla: Marco Souza.

Terminei de escovar os dentes, tirei a faixa da cabeça que usava enquanto lavava meu rosto, e estava prestes a desligar a luz do banheiro quando notei uma das camisas de Arthur pendurada na parte de trás da porta.

Essa era uma camisa de treino, mas seu nome estava estampado nas costas.

Meus dedos roçaram em cada letra. P-I-C-O-L-I. Eu estava totalmente apaixonada por ele. Não havia nenhuma maneira de parar a essa altura. Só tinha a esperança de que, quando a queda acabasse, Arthur estaria lá para me pegar.

Sabendo por que sua cabeça estava onde estava hoje à noite, eu tinha duas escolhas: poderia ir para a cama, me aconchegar ao lado dele e me perguntar se ele estava pensando nela enquanto nós adormecíamos, ou... poderia afugentar essas lembranças ruins e não deixar nenhum espaço para ele pensar em ninguém além de mim.

Se eu vou cair, eu poderia cair bem livre e desfrutar do passeio durante a queda. Tirando minha camiseta, bem como a calcinha, vesti a camiseta de treino. Ela deslizou para baixo em minha bunda, mal me cobrindo. Perfeito.

Arthur estava olhando fixamente para a TV, então eu andei até o armário que ficava no alto e coloquei minhas roupas dobradas de uma forma que revelava toda a minha bunda.

Arthur: Porra, eu amo isso. Meu nome em suas costas e essa bunda redonda perfeita. — Me virei e inclinei a cabeça timidamente.

Carla: Pensei que você estivesse com sono.

Arthur: Eu teria que estar morto para adormecer com você desse jeito. — Sua voz baixou o tom. — Dê uma voltinha para mim.

Carla: Você só quer olhar para o seu próprio nome — provoquei, mas me virei mesmo assim. A cama rangeu quando ele se levantou.

Arthur: Eu marcaria meu nome em toda essa bunda, se pudesse.

Bruto, mas o sentimento me amoleceu um pouco. Seus passos vibraram no chão enquanto ele caminhava em direção a mim. O hálito quente fez cócegas na minha garganta quando ele se inclinou e falou no meu ouvido:

Arthur: Curve-se. Eu quero te usar. — Ele esfregou meus ombros. — Estou um pouco bêbado e quero esquecer qualquer outra coisa que exista por um tempo. Exceto eu, dentro de você. Onde tudo parece certo. Você está bem com isso, linda?

Engoli em seco e assenti. Era exatamente o que eu queria. Sem espaço para ninguém, exceto nós dois.

Pelo menos por esta noite.

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