A Keh teria rido de mim. Eu estava na fila do supermercado no fim da noite na rua de baixo do Copacabana Palace com uma variedade de doces do balcão da padaria que estava prestes a fechar.Quando ela disse para levar para Arthur uma sobremesa, cannolis foi o que veio à minha mente. Eu sabia que estava totalmente apaixonada.
Depois de Marcelo, nunca pensei que iria me sentir assim com outro cara. Quando o nome de Arthur brilhava na tela do meu celular, eu sorria. Vê-lo pessoalmente fazia meu coração bater mais rápido. Às vezes, eu lia uma mensagem de texto simples dele uma dúzia de vezes.
Com Marcelo foi diferente. Eu poderia fazer uma lista de um milhão de coisas que amei nele. Eu pensei que era o que o amor verdadeiro é. Lógico. Prático. O amor era uma lista de coisas tangíveis que mostravam que ele era o cara certo. Mas com Arthur eu não conseguia encontrar as palavras para descrever o que sentia por ele.
Eu provavelmente poderia fazer uma lista de um milhão de razões pelas quais eu deveria ter ficado longe. No entanto, eu sabia no meu coração que ele era o cara certo. Minha alma o tinha escolhido, não minha mente.
A fila do caixa estava ladeada por prateleiras de itens sazonais de compras por impulso. Borrachas escolares cor-de-rosa com perus desenhados, abóboras pequenas pintadas, pacotes de figurinhas de futebol. Levei a borracha ao nariz e o cheiro me lembrou do ensino fundamental. Joguei uma em minha cesta, juntamente com um punhado de pacotes de figurinhas. No momento em que o caixa me chamou, minha compra tinha me custado cento e quarenta reais.
O elevador vazio compensou o tempo perdido. Ele acelerou para o andar de Arthur tão rápido que minha cabeça estava um pouco tonta quando saí. Uma mistura de excitação e nervosismo me bateu quando levantei a mão para bater na porta.
Minha batida foi leve, mas ecoou pelo corredor silencioso.
Esperei.
Meu batimento cardíaco acelerou enquanto os segundos passaram. Talvez ele já estivesse dormindo. Bati novamente. Desta vez, mais alto. Passos vibraram no chão enquanto ele se aproximava.
Quando a porta se abriu, levantei a sacola de cannolis, balançando a caixa de padaria por sua corda vermelha e branca.
Carla: Pensei que você poderia gostar de uma sobremesa. — Arthur ainda estava vestido com as roupas que tinha usado no jantar.
Bem, na verdade, parecia que ele tinha acabado de ser interrompido de se despir. Sua camisa branca estava desabotoada, o cinto, solto, e seus pés já estavam nus. Meu primeiro pensamento quando o vi foi: que desperdício comprar cannolis quando há melhores coisas para comer.
Eu sorri. Mas algo nos olhos dele fez meu coração despencar antes que ele pronunciasse uma só palavra. Ele se virou, olhando para trás em sua suíte de hotel. Quando me encarou, sua expressão dizia tudo.
Arthur: Eu não estava esperando você.
Carla: Devo ir embora?
Arthur: Não. É que... Ana apareceu há poucos minutos e...
Carla: Ana está em seu quarto de hotel com você? — Ele passou a mão pelo cabelo.
Arthur: Não é o que parece. Eu juro.
Carla: Então me diga. O que é? — Eu olhei para a suíte de Arthur e vi Ana em pé na sala de estar. Seus pés estavam descalços, e ela nos observava de longe.
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Aulas, Cria!!
FanfictionSinopse: Na primeira vez que encontrei Arthur Picoli ele estava no vestiário masculino. Foi a minha primeira entrevista como jornalista esportiva profissional. O famoso Atacante do Flamengo decidiu me mostrar tudo. E, por tudo, não quero dizer que e...