Capítulo 52 :

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Carla: Não é importante.

Arthur: Para mim, é. Ele estava dando em cima de você? Eu posso lidar com isso, se é com isso que você está preocupada. Eu teria que falar com ele depois, mas não vou fazer uma cena, se foi só isso. — Olhei em seus olhos. Ele foi sincero.

Carla: Sim. Ele estava flertando. Me disse que não se importava de partilhar. Que partilhar com você seria como nos velhos tempos da faculdade.

Eu esperava que Arthur estivesse com raiva. Eu também esperava que ele mantivesse sua palavra de não causar uma cena.

Merda, eu estava errada.

Em questão de segundos, o mundo desabou. Arthur empurrou Anderson contra um armário. Repórteres estavam gritando, os jogadores pulavam dos bancos para chegar aos dois homens, e os treinadores estavam afastando corpos de seu caminho para chegar aos seus craques.

Arthur deu um soco, alguém agarrou Anderson e o empurrou para a direita, e Arthur acertou o punho em um armário com tanta força que o metal ficou marcado por uma impressão de um enorme punho.

Ambos os homens tentaram engalfinhar um ao outro, mas havia tantas pessoas segurando-os, que golpes reais não foram trocados. Quando os dois foram separados, o treinador Renato soprou um apito alto e gritou para todos desocuparem o vestiário, exceto a equipe. Repórteres foram levados como gado para a saída.

Vinicius: Que diabos aconteceu entre esses dois? — Ele me perguntou quando estávamos no corredor.

Eu não tinha ideia, mas estava prestes a descobrir. Passava da meia-noite quando a porta do quarto se abriu. Como Arthur não tinha voltado depois de algumas horas, eu tinha assumido que ele não iria para o meu quarto esta noite.

E eu estava bem com isso. Após a maneira como ele reagiu, eu não tinha vontade de estar perto dele. Obviamente, os dois homens tinham um passado. Mas ele não era o único que sofreria as consequências de hoje.

A maneira como ele se comportou validava a opinião do Sr. Babaca de que as mulheres não pertenciam ao vestiário. Sem mencionar que eu realmente não preciso de mais atenção na minha vida pessoal. Meu trabalho era relatar histórias, não ser a história.

No entanto, enquanto eu revirava na cama, incapaz de adormecer, me perguntei se ele estava bem. O quarto estava escuro como breu, já que eu fingia dormir. A manhã provavelmente traria mais clareza. Não era muito bom ficar chateada à meia-noite.

Arthur não acendeu as luzes. Ele caminhou para o lado da cama e eu o ouvi abrir a calça e jogá-la na cadeira do canto.

Ele não acendeu a luz no banheiro até que a porta estivesse fechada. Poucos minutos depois, a cama afundou, e ele deslizou para o meu lado. Meus olhos estavam fechados, mas eu podia senti-lo olhando para mim.

Arthur: O nome dela era Ana... — Sua voz era quase um sussurro, e havia uma tristeza nela que me fez esquecer que eu estava chateada com ele em um instante.

Embora o quarto estivesse praticamente escuro, eu podia ver seus olhos. Eles estavam preenchidos por uma angústia que causou uma dor física no meu peito.

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