Capítulo 28 :

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Arthur: Você me quer dentro de você tanto quanto eu quero me enterrar. Você simplesmente não admitiu isso a si mesma... — Ele esticou o pescoço para baixo, para que estivéssemos nariz com nariz. — Ainda. Mas você vai.

Engoli em seco. Dessa vez, eu estava sem palavras. Eventualmente, ele gemeu e deu um passo para trás. Passou a mão furiosamente através de seu cabelo e disse:

Arthur: Nós precisamos fazer isso em outro lugar. Eu não confio em mim mesmo nesta suíte de hotel sozinho com você.

Eu pensei que ele estava brincando, mas, poucos minutos depois, ele saiu usando um boné de e um suéter.

Carla: Aonde estamos indo?

Arthur: Para algum lugar onde eu não possa passar dos limites com você. — Em vez de pedir ao manobrista para pegar o carro, ele optou por um Uber. —  CCBB, por favor.

Carla:  CCBB? É lá onde você não vai passar dos limites comigo?

Arthur: Sim. — Meus olhos estavam grudados no teto vividamente enquanto entramos.

Carla: Este lugar é incrível. Já passei por ele centenas de vezes antes, mas nunca entrei. — Arthur e eu andamos pelo museu.

Ele me guiou por um longo corredor no lado esquerdo da igreja e acenou para dois padres sentados em uma fila, conversando. No final do corredor, abriu uma porta e me conduziu primeiro.

Carla: Para onde estamos indo?

Arthur: Para o telhado.

Carla: Telhado?

Arthur: Sim. Venho aqui algumas vezes. Um amigo trabalhava aqui. Ele tinha um pombal na cobertura. Quando eu era criança, vinha para cá ficar com ele o tempo todo. É calmo. A maioria das pessoas vai ao topo de predios para ver a vista da cidade. Mas você pode ter a mesma vista daqui de cima.

Carla: E você pode ir lá em cima?

Arthur: Não. Você pode ser presa. Eu vou correr quando os policiais vierem, mas você não vai conseguir com essa porcaria de sapatos sensuais.

Carla: O quê?

Arthur: Estou brincando. É aberto aos funcionários. Mas eu conheço a maioria das pessoas que trabalha aqui, então, me deixam subir sempre. O Sr João trabalhou aqui durante cinquenta anos antes de se aposentar. Eu cresci perto dele e de sua esposa, Marlene.

Arthur não estava exagerando. A vista da cobertura era espetacular. Aninhada entre dois dos picos do museu estava uma confortável e pequena área que dava para ver a cidade inteira.

Carla: Então, o que aconteceu com as gaiolas de pombos após João se aposentar? — Não havia nenhum sinal de uma gaiola ou um pombo, neste caso.

Arthur: Ele ficou com eles por um tempo. Depois que morreu, Marlene doou tudo para algum colecionador. Há uma grande quantidade de pessoas que gostam de pombos nesta cidade.

Ficamos parados ao longo do trilho no último piso de tijolos, e Arthur apontou para alguns edifícios; ele conhecia bem a área e a arquitetura.

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