- 22 de dezembro, segunda-feira.
Por muitas vezes me perguntei se realmente era possível crer no termo "amor a primeira vista" sem relevar os dizeres daqueles que foram criados como irmãos desde a infância, mas após as ocorrências deste fim de semana não tenho certeza se ainda sou capaz de refutar a teoria que vaga pelo mundo há mais tempo do que posso me lembrar. Real ou não, algo aconteceu comigo em relação aquela mulher. E para conseguir alguma ajuda com isso, gostaria de conversar com uma das minhas mães, mas não tenho com fazer algo assim. Antes mesmo de ouvirem a metade de toda a história, estariam idealizando a melhor maneira de tirar a minha vida e como seria o melhor velório. Estava sozinha nessa, então teria de me virar para entender o que estava acontecendo comigo.
Quando acordei naquela manhã, pensei em mais de uma tentativa para me livrar do longo vestido rosé que mamãe havia escolhido para a "grande noite". No entanto, depois de vê-la dobrar dona Alícia por mais vezes do que sou capaz de contar, rapidamente as minhas idealizações correram por ralo abaixo. Teria de seguir os seus preparativos sem reclamar dessa vez, mas não o faria assim tão fácil. Soldado abatido ou não, lutaria até o último segundo mesmo sabendo que jamais venceria. Ainda não estava pronta para desistir da guerra.
- Pode entrar - imaginando ser uma das mulheres da minha vida, disse enquanto tentava me decidir qual dos tênis iria usar após o auge da formatura.
Queria sair de casa com eles e com o look montado atrás de mim sobre a cama, mas sendo um preparativo da dra Davis, essa já era mais do que uma simples vitória. Havia agradecido a dona Alícia por ter me concedido essa escapatória, não era sempre que ela conseguia algo desse nível da mamãe.
- Ainda não conseguiu escolher apenas um? - Se pondo ao meu lado para a observação sobre os vários pares de cano alto ou não, de plataforma ou baixo, esporte ou casual. Eram muitas as opções, tanto que alguns não haviam nem mesmo conhecido os meus pés ainda.
- Preciso que combine com a roupa mãe - dizendo o óbvio, respirei fundo ao tomar em minhas mãos jordan da Nike, ela então sorriu.
- É um conjunto "descolado" meu amor, qualquer um deles irá combinar com ele - falando assim, ela me fez parecer uma idiota por demorar tanto para pegar o primeiro que aparecesse na minha frente - Toma, esse preto fira ótimo com a tonalidade clara do jeans da calça - me entregando um coturno do estilo militar, ela expôs a sua opinião ganhando por completo a minha atenção - Não se surpreenda, eu também já fui jovem um dia. E pensa que herdou essa teimosia e gosto para roupas de quem?
- Sempre pensei que a teimosia tivesse vindo da mamãe, afinal, a sra sempre perde pra ela - sorrindo ao dizer, senti que estava brincando com a morte e não possuía essa noção - É brincadeira mãe.
- Sabemos que existe alguma razão no que disse, mas o fato de ela ganhar quase sempre não quer dizer que a opinião perde pra dela - sorriu feito uma idiota ao se sentar sobre os pés da cama sem me perder de vista - Eu só escolho não ir contra, porque para mim tudo o que importa é saber o quanto ela está feliz, o quanto você estão bem. Por isso saí ao seu favor dessa vez.
- Obrigada mãe - repetindo o agradecimento uma vez mais naquele mês, fui abrigada pelos seus braços em um abraço apertado. E ali, não pude deixar de pensar no tempo ao lado da garota do clube. Agora a idiota estava sendo eu.
- Venha, sua mãe está nos esperando para o café. Já terminamos por aqui - me se pondo de pé, chamou ao estender sua mão. Então me limitei a deixar meu corpo cair sobre a cama sem me importar em amarrotar as peças abaixo de mim.
- Eu tenho mesmo? Não estou com fome.
- Você conhece a mãe que tem, então vamos evitar irritá-la ao menos por hoje. O que acha?
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𝗠𝗶𝗻𝗵𝗮 𝗜𝗿𝗺𝗮̃ 𝗠𝗮𝗶𝘀 𝗩𝗲𝗹𝗵𝗮 - 𝒻𝒾𝓁𝒽𝒶 𝒹𝒶 𝓂𝒾𝓃𝒽𝒶 𝓂𝒶̃𝑒
Random🔞 𝐀𝐲𝐥𝐚 𝐯𝐢𝐯𝐢𝐚 𝐮𝐦𝐚 𝐯𝐢𝐝𝐚 𝐭𝐫𝐚𝐧𝐪𝐮𝐢𝐥𝐚 𝐞 𝐜𝐨𝐦 𝐚 𝐧𝐨𝐫𝐦𝐚𝐥𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞 𝐝𝐞 𝐬𝐞𝐦𝐩𝐫𝐞. 𝐌𝐚𝐬 𝐭𝐮𝐝𝐨 𝐜𝐨𝐦𝐞𝐜̧𝐚 𝐚 𝐬𝐨𝐟𝐫𝐞𝐫 𝐮𝐦𝐚 𝐢𝐧𝐞𝐬𝐩𝐞𝐫𝐚𝐝𝐚 𝐫𝐞𝐯𝐢𝐫𝐚𝐯𝐨𝐥𝐭𝐚 𝐪𝐮𝐚𝐧𝐝𝐨 𝐚 𝐟𝐢𝐥𝐡𝐚 𝐦𝐚𝐢𝐬 𝐯�...