『Rebelde e apaixonada』

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Ayla Rivera;
31 de dezembro, quarta-feira.

Ódio, insatisfação e descrença, eram os únicos sentimentos presentes em mim desde o instante em que Nicole cedeu apoio ao pedido de Alisson a nossas mães. Depois de tanto ceder conselhos de como agir em meio aquela situação, ela havia agido contra mim. Filha da mãe, havia me traído.

Ao fim de tudo, quando vi o jogo ser virado a seu favor durante uma tentativa de provocação em meu quarto, percebi que não teria mais como vencer. A estratégia não era minha, e talvez fosse mesmo o melhor. Precisava pensar com mais calma, analisar toda a situação formada, digerir as ações ocorridas até aqui. Talvez fosse um exagero da minha parte, precisava aceitar isso, agir feito alguém maduro, alguém adulto.

Afirmando para mim a certeza do que ainda viria a acontecer, estávamos dentro do carro de Leon seguindo para a comemoração escolhida por todos, menos por mim. Mas isso não importava, eu não estava ligando para nada daquilo. A vitória não havia sido minha, e depois de ficar sozinha com ela dentro do confortável automóvel, finalmente vi alguma vantagem em tantas desavenças. 

Me aproveitando da falta de luz oferecida pela noite junto aos vidros levemente escuros, sem pensar duas vezes, quebrei logo a barreira montada para a presença das nossas mães.

O clima era quente, assim como nossas respirações desreguladas. Os vidros já se viam completamente embaçados, repletos de marcas de mãos. Do lado de fora, tais marcas eram tudo o que podia ser observado sem muito esforço. No entanto, não era necessário ser um gênio para saber o que tanto ocorria dentro daquele pequeno e desconfortável espaço. Ela estava certa, Leon iria nos matar.

Devido ao seu trabalho, mais de uma vez cheguei em meu limite, estava mais do que satisfeita com aquela ocorrência.

Quando deixei meu corpo descansar em derrota, curvei os lábios em um sincero e agradecido sorriso. Se ainda mantinha uma pequena raiva escondida em alguma parte do meu interior, ela se esvaiu junto ao primeiro suspiro de prazer. Tudo acabava sempre valendo a pena no final, não havia como negar um fato desses.

— Isso foi intenso, proibido de formas que ainda não sei descrever, e claro, foi muito bom – tentando ajeitar as peças de roupas que voltavam para o meu corpo, confessei notando um brilho diferente em seu olhar. Aquilo me cativou, me fez enxergá-la ainda mais.

— As vezes é difícil aceitar que alguém tão marrenta quanto você conseguiu ganhar o melhor de mim, mas aconteceu – seu sorriso era radiante, trazia luz para o momento que dividiamos, mas não era apenas isso.

—  Rebelde e apaixonada, isso combina mesmo com você – não era brincadeira, não estava tentando tirar uma com sua cara. Havia sido muito sincera ao dizer tais palavras.

— Se não fossem as circunstâncias, nossas mães sentiriam muito orgulho da gente. Mas iremos fazer o teste em algum momento, ainda existe uma pequena chance – deixando o carro do melhor amigo, ela afirmou me cedendo espaço para fazer o mesmo ao seu lado. Então estendeu a mão.

Sorrindo para o seu gesto ao encarar o seu olhar, apenas entrelacei os nossos dedos fechando a porta logo atrás de mim. Faltava pouco para o bater da meia noite no relógio.

— Uma pequena chance, foi nisso que me fizeram acreditar – o seu sorriso era sincero, acolhedor, e ao mesmo tempo preocupado – É nisso que devemos nos apegar, não é?

— Não há nenhuma dúvida sobre isso, posso te garantir – estávamos nessa juntas, o seu apoio era mais do que muito bem vindo.

Encontrar o restante do nosso pequeno grupo não foi algo muito fácil, mas depois de andar quase todo o espaço oferecido pelo ambiente, finalmente conseguimos os enxergar de longe. Estavam os três reunidos com mais algumas pessoas, se divertindo com uma garrafa de bebida entre eles. O jogo era interessante, mas não para quem assiste de fora com uma pequena onda de sentimentos escondidos. Nem se quisesse, poderia me juntar a eles.

𝗠𝗶𝗻𝗵𝗮 𝗜𝗿𝗺𝗮̃ 𝗠𝗮𝗶𝘀 𝗩𝗲𝗹𝗵𝗮 - 𝒻𝒾𝓁𝒽𝒶 𝒹𝒶 𝓂𝒾𝓃𝒽𝒶 𝓂𝒶̃𝑒Onde histórias criam vida. Descubra agora