𝗠𝗶𝗻𝗵𝗮 𝗜𝗿𝗺𝗮̃ 𝗠𝗮𝗶𝘀 𝗩𝗲𝗹𝗵𝗮 - 𝒻𝒾𝓁𝒽𝒶 𝒹𝒶 𝓂𝒾𝓃𝒽𝒶 𝓂𝒶̃𝑒

『Entendido chefe.』

Nicole Davis;
2 de fevereiro, segunda-feira.

Ainda remoendo o ocorrido na data de ontem, me via jogada frente ao computador sem noção do que faria dali pra frente. Estava sem foco, pensativa desde aquelas palavras.

Como o combinado com Ayla, tentamos mesmo conversar com a dra Rivera, mais de uma vez a procuramos, e em todas elas fomos rejeitadas. Era um cúmulo, mas havia ocorrido. Ela não queria nos ver, não se esforçava em nos ouvir.

Não estando surpresas por sua negação em nos receber dentro de sua casa, tentamos optar por ir atrás dela na delegacia. Mesmo que apelativo, era uma das poucas oportunidades que teríamos. Em circunstâncias diferentes, ela jamais nos daria ouvidos, e ao receber os nossos nomes em sua mesa na seguinte ocasião, novamente fomos obrigadas a lidar com uma resposta negativa. Não importava o quanto tentássemos, ela não parecia estar disposta a ceder. Estava se tornando algo muito chato ter que lidar com toda a sua rejeição, não era nada justo. Quando ela se daria conta disso?

- Nic? - chamando por mim, parou na saída enquanto cuidava de manter o seu celular seguro - Vou acompanhar a Alisson em uma consulta médica, se precisar me liga. Tudo bem?

- As últimas palavras usadas aí são minhas, sabia disso? - aproveitando o meu retorno para o mundo dos vivos, comentei lhe tirando um sorriso travesso. De fato, ainda era uma criança.

- Aquele assunto ainda será resolvido, podemos esperar por ela na entrada de um dos seus lugares de costume - ergueu os dedos - Delegacia ou em casa, não tem como não conseguirmos alguma coisa com tanta insistência.

- Não precisa se preocupar, eu cuido disso e você vai tirar o sossego dos seus amigos - era um ponto, mas o melhor de tudo era o sincero sorriso que tomava os seus lábios. O modo como ela sorria com os olhos era diferente, era uma característica apenas sua.

- Sim sra capitã, mais alguma coisa? - aderindo a brincadeira, neguei tudo em diversão e a vi deixar o apartamento no momento seguinte. Talvez estivesse com pressa, mas mudei de pensamento no instante em que levei um pequeno susto ao vê-la aparecendo pela fresta da porta - Já ia me esquecendo. Quero saber de tudo depois, não me esconda nenhum detalhe.

- Entendido chefe - batendo continência sem me dar o trabalho de ficar de pé, a negação em seu semblante satisfeito era pra mim, a maior recompensa que poderia ter. Eu a amava tanto quanto a mim mesma, e tudo o que eu queria era ver sempre o seu bem.

- Idiota - não deixando de me xingar, daquela vez era mesmo algo sério, sua saída havia acontecido para me deixar flutuando em meio a inúmeras probabilidades com relação a ideia abordada por ela. Também voltava ao motivo por trás da nossa irritante insistência. Se possível, tiraria a vida de cada um com apenas um torcer de cordas. Talvez fosse possível, mas não existia nada ao meu lado para servir de ajuda diante toda a situação. Dentre tantos, ainda faltava o ingrediente final e principal. Coragem.

Estudando todo o caso do filha da mãe que causa tanta revolta em minha querida irmã, começava a entender e aceitar que a razão sempre esteve ao lado dela, ao lado de Deniel. Jamais deveriam ter cedido a liberdade para um ser tão escroto como aquele, não havia como ele não ser culpado de tatos atos abomináveis. As novas acusações provavam exatamente isso.

Assassino em série, estuprador filho da puta, agressor de mulheres. E agora isso, o principal suspeito do crime que parava toda a cidade. Regis Alone se tornava alguém muito popular e conhecido em nossa cidade. Para o seu azar, não era da melhor maneira existente. Mas por quanto tempo isso poderia durar?

Esperava que não muito, pois precisava voltar a ter boas noites de sono outra vez. Estava me cansando de viver tão preocupada com tudo, não era algo como o qual eu estivesse acostumada. Isso me doía o cérebro, não estava sendo nenhum pouco fácil passar por tudo isso.