『Deniel Batista』

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  Ayla Rivera;
  24 de janeiro, sábado.

Finalmente a chegada do fim de semana, o primeiro de muitos que viriam ao lado de Nicole sem nos preocuparmos se estaríamos correndo riscos ou não, pois tudo já havia se resolvido, todas as cartas haviam sido postas sobre a mesa e a conclusão não agradou a todos. Era isso, para agarrar a própria felicidade, é necessário possuir ciência de que jamais será possível agradar a cem por cento da população envolvida.

Com o olhar preso ao teto, respirei fundo quando enfim senti a necessidade de deixar o conforto da cama. Afinal, era comum ser expulsa do meu próprio quarto pelos caprichos de mamãe. Tal situação fazia falta, mas estava buscando crer que tudo não passava de um costume bobo, tentava acreditar que com o passar do tempo tudo se tornaria tão normal e rotineiro quanto o que era antes.

— Ayla, o que você acha de sairmos para almoçar fora? – dando as caras logo depois de deixar o nosso espaço sem a pretensão em me acordar, mesmo estando ciente da resposta, ela ainda questionou realmente interessada na resposta. Pude sorrir satisfeita com isso, pois ali se tornava cada vez mais evidente que não havia agido de má fé, não havia feito a escolha errada. Mesmo que não estivesse pronta para gritar aos quatro cantos, podia escandalizar dentro do meu ser que já a amava como a mim mesma. Não era apenas fogo de palha, não era uma simples paixão com desejo carnal. Apenas para mim a confissão já havia sido feito, eu a queria como o meu futuro pré definido. Não possuía certeza sobre o que era o amor, mas já sabia que a amava tanto quanto a vontade respirar no dia seguinte.

— Pode ser naquele restaurante que eu tanto gosto? Não quero procurar pelo mais escondido, até porque não precisamos mais disso – arrancando um sorriso bobo dos seus lábios, observei a diversão em seu olhar se fazer presente mais uma vez entre tantas. Aquilo era como magica para mim, simplesmente admirada com a facilidade em que possuía para tirar o melhor do seu ser.

— Já estou pedindo a nossa reserva – mantendo a velocidade e eficiência em digitar tudo o que precisava para o seu pedido, disse a afirmação – Vou só trocar de roupa para que possamos sair.

— Não possuo pressa alguma – terminando de ajeitar os fios do meu cabelo, a vida negar sem fermento nada para dizer. No entanto, não precisava ser gênio para saber o que tanto se passava em sua mente – Não faz essa cara, não estou vendo graça.

— Mas eu não disse nada – sorrindo em diversão enquanto se apossava das chaves do meu carro, se defendeu imediatamente – Te espero lá embaixo, tudo bem?

— Não vai vestir nada para o frio? – aceitando a sua mudança de assunto, impus uma questão simples. Ela então sorriu.

— Ayla querida, está uma lua ardente lá fora, não vejo a necessidade de vestir nada além da regata – não tinha como saber disso, não havia saido do quarto até o momento, e ainda mantinha as janelas fechadas e cobertas por cortinas. Porém, o que de fato chamou pela minha atenção foi a sua referência ao tentar zoar comigo. Parecia as nossas mães, o que me ganhou por completo.

— Se você diz, só vou prender meu cabelo e estarei pronta – tendo feito tudo o que é necessário para passar o dia como uma pessoa dona de si, comentei o me virar para o espelho, mas diante o seu olhar, acabei não fazendo nada. Os braços cruzados ao me petrificar com seus olhos tão azuis quanto o oceano, me fizeram entender que não era hora de deixar meus fios sob prisão – Se não quer que eles sejam presos, é só dizer. Não tem que me olhar dessa forma, parece que esta arquitetando a minha morte em silêncio, caso não saiba.

Tudo não passava de uma brincadeira, seu sorriso em negação deixava claro o seu saber diante a situação. Com isso, abandonamos a diversão conseguida dentro do espaço particular do apartamento, e nos direcionamos até o corredor que nos levava para o elevador. Já passava do meio dia, estava mesmo mas hora de almoçar.

𝗠𝗶𝗻𝗵𝗮 𝗜𝗿𝗺𝗮̃ 𝗠𝗮𝗶𝘀 𝗩𝗲𝗹𝗵𝗮 - 𝒻𝒾𝓁𝒽𝒶 𝒹𝒶 𝓂𝒾𝓃𝒽𝒶 𝓂𝒶̃𝑒Onde histórias criam vida. Descubra agora