『Eu te amo』

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  Ayla Rivera;
  27 de fevereiro, sexta-feira. 

"– Nos encontramos do outro lado Delegada Rivera. "

Já fazia alguns dias que tudo havia sido projetado pela minha mente, e apesar de estar ciente quuanto a isso, ainda não conseguia deixar tal acontecimento preso no passado. Mesmo que fosse ser ideal abraçar o esquecimento, era difícil não pensar nas teorias escondidas por trás daquele pesadelo. Tudo permanecia claro, tão fácil de observar ao fechar os olhos por breves segundos. Então não, não conseguiria dar fim a essa tortura enquanto não desvendasse todo o mistério guardado atrás dessas fortes idealizações de situação problemática.

O lado ruim das coisas parecia querer grudar em mim, não dava mais para me surpreender com nada novo, pois no fim, de uma forma ou de outra, algo era sempre esperado. Talvez devesse temer um pouco mais o mal rogado sobre a minha vida e todos aqueles que me rodeam, já estava me cansando de tantas novidades negativas. Meu canal impunha a verdade, mas devido ao poder que tentava derrubar, alcançava poucos resultados.

O fim de semana se aproximava sempre de forma muito rápida, tudo em um simples piscar de olhos. E assim, o distanciamento do que era feito através das teclas do notebook também começava. Diferente do que era feito durante toda a semana, sábado e domingo eu não estava mais para trabalho. Eram os únicos dias em que não sentia a enorme necessidade de estar indo contra tudo o que era apresentado pelos seres "superiores" da nossa cidade. Afinal, se pudesse, uma passada de mal jeito ao meu lado e teria gente procurando o dono do ponta pé até agora. Isso para não me expressar de uma forma mais drástica, pois nunca observei pessoas mais falsas, mais manipuladoras.

Minha mãe se via cada vez mais distante da delegacia, conseguia enxergar o dia em que ela daria fim a tudo e voltaria a agir nos tribunais. Na verdade, seria muito bom vê-la em ação frente a algum juíz. Porém, apesar de estar com três dias livres em sua semana, era possível ainda enxergar todo o seu empenho diante o trabalho. Era aquela a sua paixão, um desejo que jamais morreria. A admirava tanto por isso, por conseguir estar presente todas as vezes em que seus olhos brilham com algum comentário da rotina vivida na delegacia. Talvez eu estivesse um pouco equivocada, talvez ela jamais fosse ser capaz de voltar atrás em sua decisão e retornar para a advocacia "simples". A adrenalina estava em seu sangue, as histórias do meu avô deixavam isso mais do que claro. Ela havia sido alguém muito difícil de lidar, e sua mãe sempre gostou de fazer todos os relatos com relação a isso. Mamãe se tornou a sua âncora, a colocou em seu devido lugar com poucas ações. Ao fim de tudo, elas eram mais do que apenas um exemplo.

— Ayla, você conseguiu perceber algo novo por aqui? – não, eu não havia notado nada de diferente. E para tentar o fazer o mais breve possível, me livrei do celular que cobria minhas mãos e comecei a fazer uma rápida análise sobre o ponto mostrado pelo seu apontar de dedo. Então respirei fundo ao encontrar o seu olhar nenhum um pouco satisfeito com o que me mostrava.

— Não tenho culpa de nada disso, devia se sentir envergonhada por pensar uma coisa dessas de mim – lhe dando as costas para cair na direção do meu carro, fingi não notar o seu sinal para que me colocasse no banco do carona. Havia pego a minha permissão há dois dias, então estava na hora de finalmente poder sentir o vibrar do motor da máquina dada a mim por tio Marcelo.

— Você no volante é um perigo para a sociedade querida, queria que eu pensasse o quê se estava testando o carro ontem? – não exibindo muitos humores para mim, questionou de fato interessada na resposta quando contrariada foi ela quem adentrou o lado do carona.

— Não se realmente funciona como os filmes demonstram, mas se começar a falar como a idiota que chamo de melhor amiga, garanto que irei aumentar a velocidade e te arremessar pela porta – com o veículo já em movimento, fiz a sutil ameaça tentando não rir quando a vi colocando o cinto imediatamente – Não fui eu quem fiz aquilo, mas sei onde tem alguém que pode deixar tudo novo outra vez. Só vai ter aquela imagem em sua memória, porque os rastros de que ela um dia existiu serão apagados em poucas horas de trabalho desse profissional da área – não medindo palavras para elogiar o trabalho do cara, disse apenas aquilo que todos comentam. Não existia alguém tão bom quanto ele em nossa cidade, o consideravam como o melhor, então quem sou eu para fazer pouco do seu talento?

𝗠𝗶𝗻𝗵𝗮 𝗜𝗿𝗺𝗮̃ 𝗠𝗮𝗶𝘀 𝗩𝗲𝗹𝗵𝗮 - 𝒻𝒾𝓁𝒽𝒶 𝒹𝒶 𝓂𝒾𝓃𝒽𝒶 𝓂𝒶̃𝑒Onde histórias criam vida. Descubra agora