Ayla Rivera;
22 de fevereiro, domingo.Aquilo era muito estranho, nada fazia muito sentido. Como fui parar em um lugar tão escuro sem ter me dado conta? Algum significado por trás de tudo devia ter.
Não conseguia me mexer, estava presa sobre uma cadeira em algum lugar estranho, e no fim, de tanto me debater acabei indo de encontro ao chão reclamando da leve dor que me abateu. Não seria fácil me livrar daquela enrascada, mas algo dentro de mim gritava a informação de que não era apenas o que parecia, existia muito mais por trás de tão pouco. E apesar de desejar justamente o contrário, não demorou para que me desse conta do óbvio.
No momento em que finalmente consegui enxergar mais do que apenas pequenos vultos, senti minha respiração falhar, meu coração se apertar a ponto de quase parar de bater. Não conseguia acreditar naquilo que era apresentado na frente dos meus olhos, me recusava a aceitar aquela cena como a única verdade existente.
Naquele instante, minha visão se encontrava completamente embaçada, meu olhar havia sido tomado por inteiro pelas lágrimas. Como aquilo foi acontecer? Quando cometemos tamanho vacilo para estar em tais condições?
As questões era infinitas, mas a resposta era apenas uma. E mesmo que que estivéssemos firmes em não dizer nada, sabíamos muito bem o que aquilo significava. Ao menos diante o que se era observado, era possível finalmente abraçar a infeliz certeza sobre o caso.
— Nic? – tentando não soar muito alto, a chamei de forma suave, sempre na busca por aproximação mesmo que significasse mais alguns hematomas em meu corpo – Me responde, Nicole? – sentindo a forma agressiva em que as lágrimas corriam por minha face, chamei pelo seu nome enquanto fazia até o impossível para engolir o choro que implorava para sair – Querida, por favor fala comigo – estava a ponto de perder o controle, não possuía mais certeza se seria capaz de me conter. E implorando para que tudo não fosse assim tão ruim, novamente tentava fazer algum contato – Nic! Me responde, por favor amor, fala comigo – aquela altura minha voz já não podia mais ser reconhecida por muitos. O choro contido torturava até a alma, trazendo assim, mudanças para o tom usado.
Desespero, era isso.
Com tantos pensamentos ruins diante toda visão que me passava as poucas informações obtidas naquele lugar, o medo me dominava de maneiras que não podiam ser medidas. Isso mesmo, o terror da cena em minha frente me deixava sem ter como agir. Era impossível acreditar em tais possibilidades, e foi quando finalmente consegui me livrar das amarras que não se viam tão firmes quanto deveriam.
Receosa, amedrontada devido ao medo que se instalava dentro do meu ser desde o primeiro instante em que consegui algo claro para observar. Sim, eu estava sendo impedida pelo meu próprio cérebro. Mas algo me fez tirar forças de onde sequer sabia ser possível, então me aproximei e a tomei em meus braços para descobrir o que havia acontecido.
— Porque fizeram isso com você? – nunca sendo capaz de impedir o fluxo das lágrimas que só sabiam aumentar, lamentava intensamente ver tantos ferimentos em seu belo rosto. Mas isso não era tudo.
— Porque não deixei que fizessem com você – mesmo que com extrema dificuldade, pela primeira vez em meio a tanto caos, finalmente consegui ouvir a sua voz, e o que ela me disse disparou toda a minha negação junto ao choro que não podia mais ser seguro. Era aquele o meu limite, não aguentava mais.
— Seu braço, ele está quebrado – tendo cuidado ao fazer todas as análises que julguei serem necessárias, comentei sentindo uma imensa dor rasgar o meu peito.
— Você está bem, e nada é mais importante pra mim – associava o seu modo de agir ao da nossa mãe, mas conseguia enxergar também até onde as semelhanças deixavam de existir – Já te falei uma vez, se for preciso, dou a minha vida para te proteger até mesmo do improvável.
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𝗠𝗶𝗻𝗵𝗮 𝗜𝗿𝗺𝗮̃ 𝗠𝗮𝗶𝘀 𝗩𝗲𝗹𝗵𝗮 - 𝒻𝒾𝓁𝒽𝒶 𝒹𝒶 𝓂𝒾𝓃𝒽𝒶 𝓂𝒶̃𝑒
Acak🔞 𝐀𝐲𝐥𝐚 𝐯𝐢𝐯𝐢𝐚 𝐮𝐦𝐚 𝐯𝐢𝐝𝐚 𝐭𝐫𝐚𝐧𝐪𝐮𝐢𝐥𝐚 𝐞 𝐜𝐨𝐦 𝐚 𝐧𝐨𝐫𝐦𝐚𝐥𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞 𝐝𝐞 𝐬𝐞𝐦𝐩𝐫𝐞. 𝐌𝐚𝐬 𝐭𝐮𝐝𝐨 𝐜𝐨𝐦𝐞𝐜̧𝐚 𝐚 𝐬𝐨𝐟𝐫𝐞𝐫 𝐮𝐦𝐚 𝐢𝐧𝐞𝐬𝐩𝐞𝐫𝐚𝐝𝐚 𝐫𝐞𝐯𝐢𝐫𝐚𝐯𝐨𝐥𝐭𝐚 𝐪𝐮𝐚𝐧𝐝𝐨 𝐚 𝐟𝐢𝐥𝐡𝐚 𝐦𝐚𝐢𝐬 𝐯�...