» Ayla Rivera;
- 30 de dezembro, terça-feira.Não sabendo mais como aguentar toda a insistência de Alisson, respirei fundo ao me deixar desabar sobre a minha cama quando desliguei o celular sem lhe dar chance para terminar o seu assunto. Havia chegado ao meu limite para as poucas horas do dia que sequer me tiraram do quarto, pois ainda não havia conseguido o necessário para sair daquele espaço.
Nessa manhã, mal tive o prazer de acordar e já me vi atendendo a chamada com o nome da minha melhor amiga. Era muito amor, ou ela me odiava em segredo. Não existia uma explicação diferente para isso, a ocorrência me cedia apenas essas duas opções para abraçar.
Fitando o teto como uma bela paisagem, ouvi o toque do celular soar alto no minuto seguinte a minha busca por conforto, mas me mantive firme em ignorá-lo. Aquilo precisava ser feito, um momento de paz era o necessário para minha mente. Na verdade, havia tentado fazer uso das palavras de Nicole, mais de uma vez para não exagerar. No entanto, não existia um único argumento que fizesse aquela cabeça dura me ouvir e aceitar que passar a noite de amanhã em casa era o meu maior desejo. Então, só me restava aceitar que não poderia vencê-la e ir em busca das palavras certas para conseguir um ponto positivo com as minhas mães, mesmo sabendo que talvez não fosse ser algo muito simples. Porém, apesar de não estar assim tão afim das festas, precisava abraçar a possibilidade de ser uma ideia muito boa para fazer proveito do último dia do ano. Afinal, o que essas últimas horas poderiam estar me reservando?
No fim, essa era uma questão muito difícil de se responder. Para ter qualquer certeza, apenas se me permitisse vivenciá-las na pele, algo que não parecia querer me agradar tanto.
Ainda observando a tela do celular ascender com o nome de Alisson por trás da chamada, respirei fundo, segui em busca de toda higiene matinal, e deixei o meu quarto sem portar o aparelho em mãos. Estava cansada daquilo, cansada de não ser ouvida, de não ser dona da minha opinião. Precisava de um tempo sem ter que apresentar argumentos para ficar em casa, mesmo sabendo que para sair, a dor de cabeça podia ser ainda mais dura. Eu estava crescendo, mas ninguém queria aceitar isso.
— Conseguiu convencê-la? – tendo estado ao meu lado a maior parte do tempo durante a minha falha tentativa em despachar a atenção de Alisson, Nicole quis saber assim que me deixei ser abrigada pelo sofá, aceitando de bom grado o carinho recebido em meus fios.
— O que está parecendo? – não estava sendo grossa, nem mesmo queria estar conversando, mas era necessário me desfazer por completo do assunto. O seu sorriso divertido me mostrava que ela me entendia, que podia contar com mais alguém que não fossem os Valentin.
— Dê um tempo pra ela, então tenta apresentar o seu ponto pessoalmente, não por telefone. Talvez tenha um efeito positivo se agir assim – a razão parecia ser sua, no entanto, eu não possuía tanta certeza quanto a isso. Então apenas acenei.
Ali, aconchegada sobre o sofá com a cabeça descansando sobre o seu colo, nem mesmo percebi o quão rápido o tempo pareceu passar. Estava certa de que havia adormecido em algum momento, a falta de noção sobre as horas quando abri os olhos, me davam essa forte perspectiva. E tudo se confirmou quando consegui alcançar o celular dela e focar nas horas marcadas.
Mãe e mamãe já deviam ter chegado do aeroporto, tio Davis logo estaria em sua casa, o trabalho de uma agenda lotada o esperava. Queria que ele ficasse por mais tempo, mas não era algo possível, entendia isso. Então abracei a despedida na espera do dia em que o seu retorno fosse ser possível. Ao menos dessa vez tenho algo para estar sempre me lembrando de sua marcante visita.
— Finalmente acordou – me observando retomar uma postura adequada, ajeitou os fios bagunçados que cobriam o meu rosto – Se ainda estiver com sono, mamãe pediu para que seguisse até o quarto. Segundo ela, é mais confortável.
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𝗠𝗶𝗻𝗵𝗮 𝗜𝗿𝗺𝗮̃ 𝗠𝗮𝗶𝘀 𝗩𝗲𝗹𝗵𝗮 - 𝒻𝒾𝓁𝒽𝒶 𝒹𝒶 𝓂𝒾𝓃𝒽𝒶 𝓂𝒶̃𝑒
De Todo🔞 𝐀𝐲𝐥𝐚 𝐯𝐢𝐯𝐢𝐚 𝐮𝐦𝐚 𝐯𝐢𝐝𝐚 𝐭𝐫𝐚𝐧𝐪𝐮𝐢𝐥𝐚 𝐞 𝐜𝐨𝐦 𝐚 𝐧𝐨𝐫𝐦𝐚𝐥𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞 𝐝𝐞 𝐬𝐞𝐦𝐩𝐫𝐞. 𝐌𝐚𝐬 𝐭𝐮𝐝𝐨 𝐜𝐨𝐦𝐞𝐜̧𝐚 𝐚 𝐬𝐨𝐟𝐫𝐞𝐫 𝐮𝐦𝐚 𝐢𝐧𝐞𝐬𝐩𝐞𝐫𝐚𝐝𝐚 𝐫𝐞𝐯𝐢𝐫𝐚𝐯𝐨𝐥𝐭𝐚 𝐪𝐮𝐚𝐧𝐝𝐨 𝐚 𝐟𝐢𝐥𝐡𝐚 𝐦𝐚𝐢𝐬 𝐯�...