『Meu passado me condena』

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  Ayla Rivera,
  5 de abril, domingo. 

Ao me preparar para dormir na noite passada, havia planejado ficar até amais tarde na cama ao sinal do novo amanhecer. Porém, mesmo sendo eu a lembrá-la do que foi marcado há alguns dias, acabei me esquecendo de que hoje era o encontro com Leon e minha dupla favorita. Claro, isso se não fosse programado algum tipo de comemoração em cima da hora. Seria esse o afazer favorito do Órtegas junto aos Valentin, estava se tornando mais do que apenas um costume.

Quando deixei o elevador vestida com algo apropriado para o momento, o relógio ainda estava longe de marcar meio dia, possuíamos horas de sobra. Com isso, respirando fundo ao checar todo o material dentro da minha bolsa, sorri recebendo o capacete que a mim era entregue.

Não iríamos de carro, dessa vez ela resolveu optar por aproveitar de um modo diferente todo o trajeto que nos cedia sono até o alcance do ponto de encontro. Mas não era nada de outro mundo, podia-se buscar por adaptação em um picar de olhos. Era a vantagem de se estar em um ambiente tão agradável e desafiador. Tempo e diversão era tudo o que não faltava naquele terreno pertencente a família Órtegas.

— Pensei que fosse seguir de mãos limpas como da última vez – virando a chave quando se pôs sobre a moto, comentou firmando a postura montada para que eu fosse praticamente arrastada para cima da máquina que cobria o motor de 600cc. Aquilo era um sonho para muitos no mundo.

— Não estava esperando a demora daquele dia, mas hoje estou indo prevenida – segurando com firmeza em sua cintura, a vi apenas negar o que ouviu. Mas não estava ligando para nada daquilo, queria apenas passar o meu tempo em silêncio enquanto cuidava de assuntos que julgava ser muito importante. Minha cabeça estava a prêmio, e não devia me surpreender com isso.

— Tudo bem então, mas tenta não se desligar muito da gente. Esta sendo planejado um pequeno torneio de moto velocidade, e seria muito bom se estivesse atenta e torcendo por mim – não deixando de me divertir com a sua empolgação, assenti concordando com o seu ponto no momento em que a partida foi dada. O percurso não seria longo, e com ela na direção, o tempo de chegada seria ainda menor.

Torneio de um dia, fazia algum tempo que não ouvia essa expressão. A última vez eu ainda era uma adolescente mimada e encrenqueira, fazia parte de um seleto grupo de garotas responsáveis por defender a escola em duras partidas de voleibol. Era uma boa época, mas não sentia a menor falta.

Chegando ao destino marcado para a proeza do momento, descendo da moto fui recebida por um apertado abraço em conjunto da minha dupla favorita no mundo. E mais ao longe, conseguia observar a aproximação imponente do autor de tudo o que acontecia no momento, e que ainda aconteceria mais a frente.

— Chamamos vocês para se divertirem, Rivera. Pra que raios você e trouxe uma bolsa? – notando indignação no tom usado por Ali, retribui o sorriso do seu irmão e aceitei sua ajuda para não ficar de fora de tudo o que me parecia ter sido organizado para o longo dia que teríamos naquele exagerado espaço.

— Não trouxe nada demais, apenas meu tablet junto de um caderno com algumas anotações que possuem importância significativa para mim – mantendo a bolsa sempre pendurada em meu ombro, neguei sua feição de falta de entendimento sobre tudo o que ouviu – Gosto de relatar certas parte do meu dia, ou mencionar algo que teria me agradado se ocorresse daquela forma.

— Tão focada assim, não seria melhor se tivesse uma espécie de diário? – fechando um toque estranho com minha namorada, Leon perguntou também analisando tudo com muito cuidado e talvez algum interesse escondido por trás de tudo.

— Não é necessário, já possuo um em meu nome nas nuvens do meu notebook. Preencherei a próxima página assim que estiver de volta em casa, preciso de foco, deixar que as coisas aconteçam para poder as relatar com grande clareza – de forma simples, tirei suas palavras sob um divertido sorriso de Nicole. Ela estava sempre disposta a zoar com a cara do amigo, e dessa vez, sem querer acabei lhe ajudando de alguma forma. Pelo menos foi isso o que pareceu no início.

𝗠𝗶𝗻𝗵𝗮 𝗜𝗿𝗺𝗮̃ 𝗠𝗮𝗶𝘀 𝗩𝗲𝗹𝗵𝗮 - 𝒻𝒾𝓁𝒽𝒶 𝒹𝒶 𝓂𝒾𝓃𝒽𝒶 𝓂𝒶̃𝑒Onde histórias criam vida. Descubra agora