『Irmãs, amigas e namoradas』

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  Nicole Davis,
  25 de março, quarta-feira.

Com o dia se passando dentro do seu normal, não havia muito com o que se preocupar. Ayla se mantinha atenta às horas, mas sem tirar o foco do que era feito em seu computador. Parecia estar com medo do aparelhos fugir, mas também se dedicava a manter sempre a mesma velocidade entre um teclar e outro. Talvez fosse algum texto, talvez não passasse de um diálogo com os amigos. Mas era difícil saber, pois não desejava invadir a sua privacidade, e ela não parecia estar disposta a me apresentar o que quer que fosse.

— Nic, querida, poderia me acompanhar até o aeroporto? Sua mãe deve aterrissar em breve – descendo as escadas com as chaves de seu carro em mãos, mamãe chamou por mim enquanto chegava algo em sua bolsa. Ayla finalmente se desligou do que digitava e nos cedeu alguma atenção.

— Ela não me disse que chegava hoje – fechando o aparelho, ela comentou já se pondo de pé. Não havia sido oficialmente chamada, mas se tornava evidente que ela estaria ao nosso lado dentro daquele veículo.

— Não era pra vocês ficarem sabendo até o seu embarque, não queríamos saber de preocupações e aflições durante as horas de voo – exibindo uma calma diferente daquela que habituava em seu ser, mamãe explicou já abrindo a porta para deixar o espaço oferecido pela residência que levava o seu sobrenome – Venham, não quero ter que deixá-la esperando.

— Puxa saco – me fazendo sorrir, a mais nova de nós disse baixinho, de forma que mamãe não pudesse lhe ouvir. Ela era alguém que gostava mesmo de lidar com fogo sem ter medo de se queimar. As vezes isso se tornava um exagero de sua parte, mas ali estava, se fazendo presente a todo momento. Era uma forte característica sua.

O tempo gasto até o aeroporto não era nada muito expressivo, mas servia para que alguns fossem postos em dia durante todo o percurso. No entanto, deixando o celular descansar dentro do seu povo, Ayla parecia se desligar do mundo pela primeira vez desde a nossa saída do hospital. Naquele momento, a mídia não era o que mais possuía a sua atenção, refutar comentários de opiniões diferentes nas divulgações daquele canal, mesmo que apenas verbalmente, deixava de ser o que tanto lhe roubava o dia. E apesar de não dizer nada, possuía algumas ideias sobre que podia estar se passando em sua mente.

Cumprindo com as próprias palavras, desde o momento em que teve em suas mãos aquilo que era necessário para apresentar o seu pedido frente ao Planalto, poucas horas se passaram até o instante em que dona Alícia levantou voo para a capital. Sua decisão era apenas uma, e fazer acontecer era tudo o que importava.

Diferente do que podia esperar com toda a ocorrência, a sua estadia em Brasília acabou sendo algo longo. Confesso ter pensado em apenas 24 horas, um dia para o outro. Mas não, o processo de abertura de inquérito era algo demorado, e se tratando de alguém com o nome e "honra" do dr Juan Piquerez, devia ser óbvio que tudo se tornaria ainda mais exaustivo.

Ao estacionar frente ao aeroporto, mais meia hora se passou até o instante em que a delegada Rivera deixou o primeiro avião a pousar naquele solo no início daquela tarde. Ela parecia mesmo estar muito cansada, exausta da viagem, mas também consumida pela dor de cabeça que deve ter sido se sentar junto a tantos homens em uma única mesa. Mas seu sorriso ao nos ver mudou toda uma expressão em seu rosto, e aquilo me aqueceu o peito. A olhando intensamente, estava vendo Ayla em seu futuro promissor, e foi impossível não sorrir com tal pensamento.

— Sabem o quanto senti a falta de vocês? – mos prendendo do seu abraço, ela fez a pergunta retórica junto a todo conforto que sua presença nos passava.

— Também sentimos muito a sua falta meu amor – lhe roubando um rápido selinho, mamãe disse por todas nós com um idiota sorriso presente em seus lábios. Ela era mesmo muito apaixonada pela mulher que dormia ao seu lado durante todas as noites, não escondia isso de ninguém.

𝗠𝗶𝗻𝗵𝗮 𝗜𝗿𝗺𝗮̃ 𝗠𝗮𝗶𝘀 𝗩𝗲𝗹𝗵𝗮 - 𝒻𝒾𝓁𝒽𝒶 𝒹𝒶 𝓂𝒾𝓃𝒽𝒶 𝓂𝒶̃𝑒Onde histórias criam vida. Descubra agora