『Senhoritas, como posso ajudar?』

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Nicole Davis;
8 de fevereiro, domingo.

Quando disse sim ao pedido de mamãe, havia me esquecido de que hoje seria domingo, o que aumentava consideravelmente as chances de dona Alícia ser arrastada junto a ela para o restaurante. Algo dentro de mim gritava na tentativa de me avisar que esse não seria um almoço muito agradável para todas as partes envolvidas, e apesar de fazer o necessário para reprimir essa voz insistente, sabia que meus instintos não estavam assim tão enganados.

Perto do horário combinado, observei Ayla alternar o uso do notebook entre o celular em suas mãos enquanto cuidava de preparar a sua aparência para a ocasião imposta por mamãe. Ela estava mesmo muito atenta ao que se encontrava na tela do seu aparelho, mas se via distraída o suficiente para não me notar ali, o sorriso em minha direção ao deixar o celular descansar em seu bolso era uma prova quanto a isso. Ela estava pronta e eu também, podíamos deixar o apartamento para seguir com direção ao restaurante escolhido dessa vez.

Em solo ainda mais firme, cumprimentamos o nosso porteiro e adentramos o carro que se encontrava parado a frente do prédio nos esperando. Havíamos optado por usar um táxi, pois a intenção de beber não combinava com o desejo de estar frente ao volante. A delegada da família jamais no cederia apoio, e se fosse necessário, ela mesma nos conduziria até a delegacia mais próxima. Mais de uma vez isso já havia ficado claro, não era necessário ainda mais repetições.

- Queria muito poder escolher o drink de entrada - como quem não quer nada, ouvi sua voz soar educadamente baixa, então sorri com o seu dizer. Ela só podia estar brincando.

- Já não falamos disso ontem? - dando pouca importância para o seu dizer, questionei sem possuir interesses reais em uma resposta. Não era necessário nada disso, mas ela não se importava com muita coisa.

- Resumindo, você disse que para sonhar não se paga nada, apenas isso - ela não estava errada, foi mesmo tudo o que eu disse antes de cair sobre o sofá pouco depois. Queria apenas aproveitar o que ainda restava do dia na ocasião passada.

- E existe alguma mentira nessa frase? - atraindo um sorriso de negação vindo da parte do motorista, vi minha namorada respirar fundo diante a questão jogada sobre o seu colo. Ela sabia a quem pertencia a razão, não adiantava ir contra a obviedade existente ali - Foi o que pensei.

- Idiota - cruzando os braços, citou ao fazer da janela o seu refúgio para o horizonte buscado durante o pouco tempo que restava para estarmos estacionando frente ao restaurante escolhido por mamãe. Ainda não o conhecia, era a minha primeira vez o frequentando. Devia ser algo do seu agrado, além de ser mais reservado, é claro.

Chegando ao nosso destino dentro do tempo estimado, passei para o motorista o dinheiro da corrida e respirei fundo ao observar a entrada do estabelecimento com patamar de pessoas super importantes. O que deixava claro não ser ambiente para qualquer um, afinal, nem mesmo eu conseguia me sentir bem ao ser observada por todos ali presentes. O meu jeito informal não combinava com toda a formalidade do lugar, havia errado quando pensei ser um local agradável para se estar.

- Senhoritas, como posso ajudar? - sendo abordadas logo na entrada, respirei fundo ao notar um leve sorriso surgir no canto dos lábios de Ayla. Devia ser óbvio isso, ela sempre esteve presente em todos os lugares que nossas mães frequentavam, esse não seria nenhum pouco diferente.

- Boa tarde Ramon, sabe se a mamãe já chegou? - diante sua questão, o homem logo checou sua lista e varreu todo o lugar com apenas um olhar. Então sorriu ao assentir.

- Queiram me acompanhar por gentileza - nos dando as costas, ele pediu ao caminhar por entre cada mesa bem postada naquele salão. Dra Melissa estava sentada ao fundo, afastada de todos os demais clientes, e como já esperado por mim, ela não estava sozinha. Tão séria quanto em todas as vezes passadas, dona Alícia a ouvia com muita paciência e interesse. Devia ser um assunto importante - Aqui estão.

𝗠𝗶𝗻𝗵𝗮 𝗜𝗿𝗺𝗮̃ 𝗠𝗮𝗶𝘀 𝗩𝗲𝗹𝗵𝗮 - 𝒻𝒾𝓁𝒽𝒶 𝒹𝒶 𝓂𝒾𝓃𝒽𝒶 𝓂𝒶̃𝑒Onde histórias criam vida. Descubra agora