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Era oficial três dias morando na casa do vento, sendo inclusa nos jantares, almoços e tudo que envolvia a Cass e Ness, saindo para buscar coisas que as sacerdotisas ainda se sentiam inseguras, eu virei o elo com resto de Velaris, ainda estava trabalhando na biblioteca, ainda mais agora.

Foi criado um grupo de sacerdotisas específico para estudar Koschei, o próprio Grã Senhor selecionará com a ajuda de Clotho, acabei sendo inclusa, Merrill não gostou muito, mas também está convocada para os estudos.

- Toda e qualquer informação, menção ao nome Koschei, devem direcionar a informação diretamente para Amren, não terá nenhum patamar elevado dentro deste grupo, mas todas obedeceram a mim, então caso isso não seja algo que as fêmeas se sintam confortáveis peço que falem com Clotho ela irá as substituir por alguém da lista de suplentes. - Rhysand pisca um olho quando passa por mim, antes dele chegar à saída Merril pergunta.

- E quanto as minhas pesquisas, Grã Senhor?

- Suas pesquisas agora serão sobre o Koschei, e sua inteligência vai servir a ao propósito de juntar informações cruciais para combater nosso inimigo, não se enganem minhas caras estamos em guerra.

- Guerra? - muitas ecoaram a palavras nervosas.

- Calma minhas irmãs, o que estou pedindo a todas aqui não é nada do que já não fizessem, só sabem o propósito... Boa sorte pois dela dependemos para salvar a todos. - Muitas ficaram preocupadas pois já tínhamos passado por horrores, eu era uma sobrevivente da recente guerra, e olhe onde estava, ainda estava me reerguendo, ainda aprendendo a andar, me tornar valkiria era sim o motivo que me faltava para sair do esconderijo.

Ainda reconstruíamos nossas mentes após o ataque na cidade, ainda faltava tanto para caminhar, e sempre cruzávamos com mais uma ameaça, por isso queria lutar, por isso dei o passo seguinte, e agora estou aqui no alto da escada na frente da porta, figurativamente, com minha nova família, minhas irmãs, e começando a criar novos laços, como aquele com quem acabei de cruzar, nosso grã-senhor que nos olha com carinho, que nos motiva e assim como ele, Cassian e Azriel, Feyre, Mor, todos eles lutavam por nós, é justo que eu lute por eles também, é por isso que eu não paro, mesmo que doa eu não sei parar na primeira dor, talvez tenha aprendido até a exaustão com Az, com Cassian, com Nestha que orgulho da minha irmã imparável, incansável, uma guerreira e Emerie onde Nestha falha Emerie compensa, onde eu falho Emerie compensa, é ela o elo, é ela a força e a inteligência, somos uma, e unidas somos centenas.

Imagino como a mente de Az esta, deve ser por isso aquele pesar todo, passaram por tanto e ainda falta muito, imagino que deva ser frustrante não conseguir desvendar quem e quais fraquezas o inimigo tenha, imagino como deve ser pesado esse fardo de ser o Mestre espião aquele de onde vem toda e qualquer informação, imagino Cassian sendo ele um dos inúmeros generais da corte noturna responsável de coordenar os exércitos para proteger em caso de ataque, ou realmente ir para a guerra os sons dos tambores ainda ecoavam pelos cantos deste mundo, desde a última vez que foram tocados, não faz muito tempo.

E nossos Grã-senhores agora mesmo em vez de viverem suas vidas estão buscando formas de conter uma nova guerra, que o povo sofreria, não é só Velaris, não é só as aldeias illyanas, ou a cidade escavada é toda a corte noturna, eles estão lutando por Prythian. Por o futuro do filho deles.

Dias depois...

Saindo da biblioteca com um livro que encontrei nos andares mais profundos, não consegui largar ele, tem algo, os textos são muito antigos, em um idioma velho até mesmo para as sacerdotisas, até o momento consegui traduzir metade de duas páginas, e estou a horas, Clotho mesmo está tentando traduzir, deixei os outros cinco livros em mãos de outras incluindo Merill, e três sacerdotisas estavam procurando o último livro o segundo da coleção, não encontrado junto com os demais, fala sobre deuses da morte, escolhi a mesa de jantar e estou comendo biscoitos e bebendo chá de menta e transcrevendo cada palavras, tão perdida na leitura que nem vi quando Cass entra.

- Gwyn? É bem tarde, o que está fazendo? - Senta do meu lado mexe na bola de luz, a casa acende a luz do cômodo e começa a ler meus rascunhos, ele começa a enrugar o cenho. - Se isso for verdade, você achou uma agulha no palheiro.

- Vê aqui onde diz que habita um lago a tempos sem fim? - Aponto para Cass que fica relendo o que já traduzi, meu biscoito na boca preso pelos dentes, espalho meu papéis até achar as anotações que fiz para completar a tradução, ele pega o livro devolve assim que lê a primeira linha, ele não leu pois não conhece o idioma escrito. - Acho que encontramos algo! - Dou um sorriso, ele me abraça arruma meu cabelo.

- Chamei Rhy ele esta chegando. - O som de asas e logo em seguida o Rhys entra pelas portas arrumando os cabelos com cara de sono, nada diferente de Cass.

- Gwyn? Cass disse que você está traduzindo textos que falam do Koschei.

- Ainda não tenho certeza, mas tem uma familiaridade com o que buscamos, pode ser, como não. - Ele estende a mão para pegar o livro e começa a ler e folear o livro, suas mãos são delicadas em passar as páginas, mas logo devolve.

- Não entendo uma palavra se quer, que idioma é esse?

- Antepassados dos illyrianos usavam esse dialeto, não tem nome conhecido, tudo sobre foi esquecido ou apagado, os primeiros povos desta região passaram o conhecimento e salvaram os livros, é uma coleção resgatada de Sangravah, que já vem de outro lugar, um templo antigo dentro das cadeias de montanhas, pelo menos essa é a memória da coleção, local não determinado próximo ao Ramiel, está bem aqui. - Aponto para ficha quase se desmanchando, Rhys usa a magia e recupera o papel. - Obrigada isso é muito importante, volto a me concentrar nas palavras, agora éramos dois, e Cass fica trazendo coisas para nós comermos ou bebermos, o dia já esta raiando e estamos um pouco mais que dois capítulos, Rhys aprende ligeiro, Cass também aprendeu mais sobre.

- O que estão fazendo na minha cozinha? - Ness entra pela porta já pronta pro treino. Rhys sorri e a convida a sentar. - Não me diga que amanheceram nesse livro?

- O dialeto é difícil tem muitas ramificações, estamos tentando encontrar palavras que encaixem nas que já traduzimos, Ness ajuda por favor.

- Vou ler a frase: "Em meados da segunda parte do verão, foi feita a celebração para o Deus da morte". - ela me olha. - Isso é Koschei? Sim, ou não?

- Um talvez... Ness tinha vários deuses da morte, você matou um lembra? Bastava ser brutal que eles já eram condecorados como deuses da morte, entende? - Algo que sempre gostei foi dessa parte de contar a história, descobrir ela.

- Lembro. - Ness se estremece na cadeira. - Podem ler esse livro? aquilo falou comigo em algo antigo.

- Amren está vindo, esta intrigada com o livro. - Rhysand contorna a mesa e fica ao lado de Nestha. - Não é a mesma língua, isso é o original, o que a criatura usou era mais recente derivado deste, como disse Gwyn tem um pouco, e associar é o mais chato desse trabalho.

- São sete livros com as estrelas nas capas, sete onde um deles está perdido, as sacerdotisas estão varrendo as prateleiras para ver se o encontram, mas nada até a hora em que fiquei lá em baixo. Rhys veja aqui ele fala de caçada selvagem, era um meio de celebrar, mas fala que o deus está preso e não está feliz pois tudo está apodrecendo, a última oferenda não foi aceita.

- Az falou alguma coisa para você Rhys? - Cass pergunta parecendo outra coisa, como se precisasse que eu ouvisse sobre Az, eu não perguntei sobre ele, mas estava prestes, tinha um peso no meu peito, a noite as vezes o sono não vinha, como essa noite, eu não dormi, porque não tinha sono, o trabalho era para me fazer sentir sono, e o dia tinha amanhecido pela segunda vez seguida sem que eu precisasse dormir.

- Ainda incomunicável... Logo acredito que logo ele volte com as informações necessárias. - Rhysand mal tirava os olhos do livro, meu peito apertou, uma semana, oito dias em que Az partiu, ele nem se despediu.

...

Corte Segredos Das Sombras - GWYNRIELOnde histórias criam vida. Descubra agora