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JURIAN

Meu mundo tinha virado de cabeça para baixo, confuso escuro, sem esperança.

Ela, ela, ela, ela.

Gwyneth Bendara tinha arrancado do meu peito o coração destroçado que nem sabia que existia, agora me agoniza, me atormenta.

Ela era a linda, e eu um estupido, cego.

O cheiro dela...

O som de sua voz melodiosa...

Como sua risada me iluminava, me fazia crer que era possível, e tudo voltar a ficar claro, ou melhor escuro.

Foi embora para os braços do macho que é seu parceiro, maldição novamente amar uma mulher, não ela não era uma mulher, ela era uma fêmea feérica, tinha que se lembrar todas as malditas vezes, teve que deitar com Vassa quando seu corpo desejava a fêmea que dormia no fim do corredor.

Como se odiava, como podia a querer, como?

Seu corpo perfeito, curvas perfeitas, pele macia, olhos impressionantes, boca macia, tinha tocado nela no curto espaço de tempo que a teve nos braços desmaiada cada sarda em sua face era um lembrete de quem ela pertencia, os pontos que lembravam constelações estelares, lembravam noite, lembravam Azriel.

Ela era dele, mesmo dormindo o chamava, eram ligados um ao outro, Azriel que fica à espreita observando, aparecendo em momentos em que penso que da escuridão nada vem, e lá está ele uma maldita aberração, como eu o odeio, meu único desejo morte, que ele morresse e ela estaria livre, livre pra mim.

Eu devia voltar para casa, mas nem Lucien me entendeu, nem Vassa! Melhor ficar longe de tudo dessa vida desse mundo, devia estar morto, devia ter morrido.

Mas quero viver, preciso viver, preciso seguir em frente, talvez Vassa me entenda, mas não quero voltar e descobrir que a perdi também.
Isso me enfurece, é doentio perturbador.

"Eu poderia lhe dar a fêmea que deseja"

- Giro a minha própria volta, a voz vem de algum lugar e de lugar nenhum.

- "Jurian? Não quer ser amado?"

- Quem está ai?

"Você sabe quem, venha a mim! Posso lhe dar o que busca por um pequeno preço."

- Quem é você? - Grito o vento parece uma risada tenebrosa, sopra centenas de folhas por um caminho entre as arvores, sigo, a noite está tão escura, minha alma tão marcada quanto meu corpo foi a muito tempo.

Sigo pelo caminho que o vento sopra mostrando.

"Isso, venha! Essa fêmea tem nome?"

- Sim, Gwyneth Bendara!
"E o que a impede?"

- Ela tem um parceiro feérico! Azriel Encantador de sombras!

"Já o encontrei certa vez!" - Paro, não podia ser, mas era Koschei.

- Você é o maldito feiticeiro que transformou Vassa em pássaro de fogo?
- Grito e o ar fica quieto, as folhas param de mexer, até os animais não emitem som.

"Sim! Quer Gwyneth ou quer Vassa?"

- As duas!

"Ambicioso, egoísta, mesquinho"

- Eu sei! Eu amo Vassa, mas me apaixonei por Gwyneth! Ela é tão pura, doce, forte, guerreira, alegre, ela é a fêmea mais linda que já vi.

"Mais bela que Vassa?"

- Mil vezes, um milhão de vezes.

"Façamos um trato? Quer?"

- Não! Sei como são seus malditos tratos, posso estar perdido por uma paixão, mas não sou burro ao ponto de cair em de seus tratos. - Bêbado e desorientado, maldito fosse Koschei.

"Que pena! Poderia lhe dar a fêmea, puxa-la para você."

- Não ela! Não a conhece, é obstinada, inteligente, portadora da luz.
"Interessante"

- O que? O que? - Silencio, muito silencio.

"Decidi que a quero, o vento conta sobre ela, o mar, as pequenas criaturas, obrigada por me dar um norte."

- O que quer dizer com Norte? Esqueça ela... Eu menti.

"Não mentiu!"

A minha volta tudo ficou morto, eu caminhei e gritei por ele novamente, eu não sabia onde estava o que tinha feito, mas um peso enorme em meu peito se assomava, deuses eu tinha dito seu nome ao mostro.

O que fiz?

...

Corte Segredos Das Sombras - GWYNRIELOnde histórias criam vida. Descubra agora