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É impossível distinguir de imediato se o que seus olhos podem ver, é uma maldição ou uma benção. O caminho apagado visto apenas pelas duas mulheres, mostra o horizonte de um povo esquecido pelos demais que um dia juraram lealdade, juraram nunca abandonar e prestar socorro há qualquer momento em que fosse preciso. Almas que foram deixadas para trás após o ataque, meio consumidas, meio despedaçadas, aprofundadas no próprio desespero de terem esquecido quem realmente são. Ambas estão na metade do caminho, com os pés cortados, os braços esfolados e a beleza coberta por sangue. Ambas choram e mal pode se mover a não ser para frente e de certa forma, não há motivos de olhar para outro lugar ou mover-se.
S/n ─ O que acha dessa vista?
Elentari ─ Eu não sei onde quer chegar com essa visão deturpada, com essa cena criada, mas saiba que eu não acredito em nada que disser para mim. Você deixou de ser uma escolhida no momento em que escolheu trilhar seu caminho ao lado de Hestow, além de tornar-se impura com uma maldição que não se sabe de onde vem.
S/n ─ Ainda acha que isso é só uma forma de fazer você ceder? Eu não preciso te mostrar uma cena triste pra isso, Elentari, você já está de joelhos aos meus pés há mais tempo do que pode imaginar. No instante em que voltei, o seu mundo perfeito caiu e a verdade tenda a ser revelada nessas horas. ─ Com um empurrão para o lado, S/n a joga no mar de mortos ao passar para a última linha onde delimita o penúltimo e último reino, onde sua família foi massacrada covardemente. ─ Consegue ver o que foi perdido aqui?
Elentari ─ Isso não passa de uma mentira. não passa de uma calúnia contra seu próprio povo.
S/n ─ Pela deusa, desde quando ficou tão patética? Cala a merda da boca e abre a porra dos olhos, sua cretina do caralho. No entanto, você ainda sim é uma mulher de sorte, as almas que restaram nesse campo mal podem se mexer, estão fracas e perdidas, debilitadas demais para tentar devorar a sua. ─ Como uma vadia mal encarada, S/n faz questão de arrastar a mulher pelo chão cinza, desfrutando de seus gemidos de dor, de seus resmungos e xingamentos. Em seu coração, a gritaria desenfreada ecoa em batidas selvagens, que são alimentadas pelo brilho da estrela no topo da ruína.
Elentari ─ O que é aquilo?
S/n ─ Um deus foi misericordioso com o meu povo, antes que as almas deixassem de existir de verdade, ele as prendeu ali, naquela pequena estrela encolhida por magia. Imagine só, se sua irmã estiver lá dentro e encontrar o caos em que a filha foi deixada. Seria arriscado demais, não acha?
Elentari ─ Sua manipulação não funciona comigo!
S/n ─ Eu sei que já percebeu que nenhuma de nós tem poder aqui, é uma terra sem magia, sem vida. ─ Seus braços se cruzam para que Elentari desvie o olhar de seus olhos azulados e marejados pata os movimentos impacientes.
Elentari ─ Como consegue viver sabendo que matou pessoas inocentes em nome de um homem como ele? Achei que sentiria vergonha de colocar os pés nessas terras, que sentiria remorso por tudo que fez.
S/n ─ Por que ainda insiste em colocar esse assunto como pauta principal? A resposta está escancarada na sua frente, você não acredita nela porque não quer. ─ Muitos esperaram que S/n entrasse para alguma liga de alta patente, esperaram que seus pés rastejassem atrás de migalhas de algum rei perverso, de barba podre e barriga grande, ou adulasse uma rainha vaidosa, narcisista e cheia de si. Mas o que obtiveram como resposta a sua revolta por não terem movido um dedo, foram trilhas de corpos começando pelos feiticeiros imundos.
Elentari ─ O que queria que fizéssemos? Eles eram mais fortes que nós, suas armas eram totalmente desconhecidas, a fúria deles era inabalável. Não podíamos fazer nada a respeito, não mandariamos mais pessoas para morrer naquele dia, seria um erro grave e uma perda ainda maior. ─ Tremendo como um cão surrado, suas pernas a levantam do chão a obrigando manter a postura de uma guardiã, não mostrando sua fraqueza maior para sua então inimiga declarada.
S/n ─ O reino próximo ao Vale vermelho havia desenvolvido a mesma arma na época, com os mesmos materiais, as mesmas características e a mesma função. No dia do ataque, eles estavam em uma assembleia por perto, mostrando a alguns nobres a eficácia da nova arma para as guardas reais e o quão perigosas elas eram.
Elentari ─ Nos chama de covarde, mas você foi a primeira a fugir.
S/n ─ Eu não fugi porque eu quis, eu apenas sobrevivi em prol do último pedido do meu pai. Se ele não tivesse implorado por minha vida, a existência do clã Lótus estaria em ruínas. Agora saia do meio dos mortos, sua vaca, estamos chegando ao lugar onde eu vi a minha família pela última vez. E não criem esperanças, se acha que eles estarão ali, pelo menos aos pedaços, deles só sobraram as memórias e os gritos de terror.
Elentari ─ Covarde.
S/n ─ Talvez eu tenha herdado o lado ruim da família. ─ A puxando pelos cabelos, S/n faz questão de arrastá-la como uma escrava, como fazem os bárbaros na costa sul, deixando que seu corpo seja perfurado diversas vezes, deixando que fios grudem em suas mãos e saiam do couro cabeludo de Elentari. ─ Você quer a verdade do que aconteceu aqui, quer saber o porquê de eu ter me tornado parte de Hestow? Eu vou te mostrar o motivo de eu ser quem eu sou, de eu ser a guardiã das sombras, já que agora, não sou mais a escolhida.
Elentari ─ Do que diabos você está falando? Se tornou-se imortal, não haverá mais escolhidos. ─ S/n para e a joga bruscamente contra o chão, agachando-se para encarar o rosto avermelhado de sua amada tia.
S/n ─ Eu me tornei algo além da compreensão humana, e sendo sincera, o que nos foi reservado para o futuro, é melhor do que ver essa sua cara falsa de medo.
Elentari ─ Alguém tomou seu lugar como guardiã, não foi? Me diga o nome da benevolente alma que foi capaz de tomar o seu posto.
S/n ─ Ela tem a metade da minha alma, então não ache que ela seja tão benevolente. Ela foi partida ao meio no ataque, foi Levada e eu jurei que não haveria mais chances de recuperá-la ou mantê-la viva.
Elentari ─ Me diga o nome dela, me diga o nome da criança, é a sua obrigação me contar, é o meu direito saber quem ela é. ─ O som da gargalhada fria de S/n ecoa pelos ventos, treme o chão e o sol se põe de vez. ─ Do que está rindo? Acha que é algum tipo de piada? Está tudo na lei dos guardiões, quando surge um novo, seu nome deve ser dito.
S/n ─ Olhe bem nos meus olhos e descubra você mesma. ─ Com o olhar relaxado e a expressão fria, S/n se aproxima do rosto de Elentari para que seus olhos mostrem a ela a verdade sobre a sua outra metade por de trás da sua cortina.
Elentari ─ Mas ele veio com você, como ele pode estar aí?
S/n ─ O arte de deixou com o cérebro pequeno? Isso se chama reencarnação.
Elentari ─ Para se reencarnar, é preciso se estar com a alma intacta!
S/n ─ Somos um universo único, certo? O deles não. E graças a rainha Ymir, nós também não somos mais apenas seres em uma terra solitária e um sol colorido. Bem vinda a nova era Elentari, uma era que você não viverá.
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─ Ela viu o Erwin de ND mas não viu quem devia
─ Elentari, para de testar minha paciência, sua bruaca
─ O que estão achando?
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Paths Of The Guardians | Destinies | S/n + Levi | Aot
FanficCair dos céus em meio a uma batalha de titãs, não torna um alguém, um anjo salvador. No máximo, se ganha com o feito, espadas apontadas para sua cara com lâminas afiadas, expressões de curiosidade, horror e agressividade, dispostas a fatiar cada mem...