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Hestow Bate á Porta

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No topo da torre todos podem vê-la guardar os horizontes com seus olhos afiados e sua lança na mão. Seus cabelos e vestido branco, balançam com o soprar frio e intenso do aproximar de uma forte tempestade vinda do leste, que já quase alcança as terras nevadas, as montanhas e os vales. Sua principal preocupação agora, além de receber com segurança novos aliados em seu reinado de poder, é lidar com o irmão do primeiro portador da espada, a Gêmea Statera Naron. A jovem mulher conhece bem os costumes e os planos de Hestow, entende que ele fará o possível para reaver o que um dia quase lhe pertenceu e se precisar, novamente provocará um grande massacre, levando não só a sua terra como todas as outras.

Aylin ─ Ficar parada o tempo todo não vai ajudar em nada, sabe que em algum momento ele vai aparecer e vai sair matando todo mundo. ─ Cansado de vê-la em tal posição por mais de um dia inteiro, suas mãos cobrem-lhe o rosto para que o a luz do sol que vem do oeste, não cegue.

Hestow ─ Devia ouvir mais o seu filho, ficar assim o tempo todo não faz bem para alguém que acabou de dar à luz a uma criança tão poderosa. ─ A voz aveludada mascarada de más intenções ecoa atrás de Aylin. No entanto, seu corpo é bruscamente jogado para o lado por algo forte o suficiente para abrir um buraco médio no chão. Um clarão invade seus olhos por alguns segundos e a rapidez de um corpo passando de um lado para outro, joga Hestow para longe do garoto e o outro grupo de pessoas próximo. ─ Você ficou mais forte do que eu imaginava, jurei que encontraria mais bagunças do que acertos, mas me enganei.

S/n ─ Eu senti você há quilômetros. O que foi que aconteceu, sua mamãe não te ensinou o suficiente? ─ A lança volta para a sua mão como um raio veloz e no horizonte, as camadas das nuvens de tempestade, se aproximam cada vez mais.

Hestow ─ Que falta de honra partido de alguém da realeza. Falar assim de alguém que se prestou ao papel de te ajudar... Eu no lugar dela, aniquilaria o restante.

S/n ─ A sua invasão no foi suficiente, pobre criança perdida? ─ Tendo sua provocação ignorada, o homem recompõe sua elegância e naturalmente da alguns passos para frente, imponente como um bom rei das sombras deve ser.

Hestow ─ Você tem algo que me pertence, devolva, antes que eu arranque a sua cabeça.

S/n ─ Não me recordo de nada que tenha sido seu algum dia, principalmente aqui. Poderia me esclarecer do que se trata essa coisa que lhe pertence? ─ Sorrindo diabólico, com os olhos tão escuros quanto os de um predador cruel, o homem passa a dar voltar ao redor de Sn, buscando um ponto fraco onde possa atingir, onde possa facilmente entrar e tirar as informações que não conseguira antes.

Hestow ─ Ah, eu tinha me esquecido de como você consegue ser uma fedelha irritante, com um monte de piadinhas na ponta da língua e nunca a seriedade!

S/n ─ Já devia ter se acostumado, velhote. Afinal, você vive há mais tempo que eu.

Hestow ─ Me devolva a espada do meu irmão e eu não mato todo mundo desse lugar... Apenas me devolva o que deveria ser meu por direito!

S/n ─ E quem foi que decretou isso? Até onde eu sei, o seu dever aqui é proteger. Mas o que você fez? Saiu matando boa parte da população a troco de nada.

Hestow ─ Nada? Ao menos tem noção do que tem em mãos? Essa espada trás o equilíbrio para este mundo, traz a paz e deixa tudo na mais perfeita ordem, não deve nunca estar nas mãos de uma criança mimada que não foi capaz de salvar os próprios pais da morte. 

S/n ─ Pelo menos eu não fui deixado em um mundo que não gosto pra proteger um povo que é duas vezes melhor que um dia você jamais será... Ela não te pertence e nunca vai pertencer, não foi feita para as suas mãos ruins.