Meu Doce Erwin Smith

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Algum Tempo Atrás Antes de Partir

As coisas tem que ser difíceis para que as pessoas compreendam o valor de cada mínima coisa que esteja ao seu redor. Claramente algumas dessas pessoas não precisam passar por tais dificuldades para entender isso pois sabem desde sempre o que é estar em uma situação que requer entender cada passo dado. No entanto, como humanos que erram em determinadas ocasiões acabando por perderem parte de sua essência no decorrer de sua jornada, partes da existência gosta de nos fazer lembrar sobre tais valores como o apreço pela vida, usando de uma técnica nada adorada por todos, a dor.

Um desses momentos acontece agora, com um dos homens mais puros que S/n já viu em sua vida, que transparece partes do que seu pai um dia foi. Por mais que tenha explicado algumas vezes, Erwin não consegue compreender o motivo de ter que fazer seus amigos, o seu braço direito, a Hange para todas as loucuras, passar por uma mentira grave, algo que pode fazer com que eles o odeiem no final. A visitante claramente o compreende. Passaram da época da história andar conforme a carruagem da vida no caminho do destino e é estranho ter de mostrar para eles de forma velada uma realidade que nunca aconteceu para que possam estender o tempo de vida de seu mundo, para que ela possa salvar seu povo, voltar e salva-los da extinção eterna.

Erwin ─ Eu ainda acho que não estou pronto para isso, não estou pronto para deixar tudo isso! ─ Seus olhos focam o horizonte ao oeste para onde há um portal natural no qual irão usar para sair deste mundo para outro. Graças as pequenas explicações de Lunez enquanto S/n terminava de fazer seu pacto com Eren para que ele pudesse retornar como os outros e libertar um ou dois de outros universos para viverem da forma que bem quisessem, assim como pediram alguns deuses em sussurros nos sonhos.

S/n ─ Como não? Você é a personificação das asas da liberdade. De todos nós, você é o mais livre aqui, Erwin... Você é o pássaro que conseguiu arrebentar a gaiola e voar para o mais longe possível para nunca mais voltar.

Erwin ─ E se eles me odiarem, se eles não sentirem mais confiança em mim? Eu os coloquei em risco tantas vezes pela causa, fiz tantas escolhas que depois pareceram erradas mas que não me arrependo.

S/n ─ Eles nunca vão te odiar, é mais fácil que me odeiem por tudo que eu fiz desde que eu cheguei, do que odiarem você por ter feito mais uma escolha e que vai salvar a todos no final. ─ Levando suas mãos ao colarinho do seu manto, S/n sente algo perfurar seu coração sem que algo realmente esteja a acertando, sente sua garganta secar mesmo que não precise o tempo todo estar se hidratando como uma pessoa comum como costumava ser, sente suas mãos e seus dedos travarem e enfraquecerem como uma praga parasitária que se alastra por todo seu corpo.

Erwin ─ O que fará se eles te odiarem? Você também não vive mais sem nenhum deles. Eu percebi que você é completamente diferente de quando chegou aqui, como se não fosse mais a mesma.

S/n ─ Confesso que doeria como ter o coração arrancado por mil fios de eletricidade, porém com a infinidade da sua força, e eu respeitaria a escolha de todos eles se quisessem manter-se longe ou me odiando para sempre... Em relação a mim e ao que eu era antes e agora... São duas versões onde uma estava com medo e fingia o tempo todo para manter as pessoas longe e a outra está completamente decidida, confiante e pronta para qualquer situação, assim como você deve estar, Erwin.

Erwin ─ A você do começo e o eu de agora, estão no mesmo barco, eu acho que sinto muito!

S/n ─ O que?

Lunez ─ O que?

S/n ─ Erwin Smith com medo? Eu estar com medo, até da pra entender, não sou um exemplo de perseverança, determinação e força, afinal, fugi com o rabo entre as penas muitas vezes. Mas o comandante Erwin Smith? ─ Soltando o manto que tanto lhe prende em si mesma como congelar de dentro para fora, S/n pega as mãos do homem e profundamente respira para poder focar em seus olhos estreitos que escondem o profundo mar azul. ─ Não se prenda ao chão, não pertença ao passado, acredite, não tem nada lá para você agora.

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