Luz

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Seus olhos se abrem e tudo é escuridão, como se a luz nunca tivesse existido ali. É frio e o som do nada percorre por todo o seu corpo de forma tão desesperadora que, sua única opção é tentar correr para algum lugar. No entanto, não há um lugar para correr, não há pernas ou pés que possa sentir para lhe dar ao menos um gosto de que está livre para se mover. É desesperador para todos os seus sentidos estar ali, a agonia consome o seu interior como um parasita que antes não era visto, e com todo o medo do mundo, sua mente grita para que deixem-na sair.

O nó formado em sua garganta, cresce como uma tempestade que vem de algum lugar que não se sabe onde. O grito de seu íntimo tenta sair, tenta lhe dar a voz, mas nada sai. Não há luz, não há movimento, não há voz ou som, apenas o desesperador barulho da sua mente. Das vozes pedindo socorro, das vozes pedindo misericórdia, das mulheres assassinadas, das crianças abandonadas, dos corações dilacerados, e tudo parece cair em suas mãos, ser a sua mais plena culpa.

O som de algo lhe chama atenção aos olhos, uma luz se acende a sua esquerda, como o sol apontando pela manhã em uma noite escura. Da luz, uma mulher surge e do surgimento o mesmo olhar de desespero que encontra em seu rosto. Então, sua luz acende, mas de uma cor totalmente diferente, vermelha, manchada pelo mais puro vermelho sanguinário que já viu em toda a sua vida e pode ter a certeza de que significa uma única coisa.

Uma terceira luz se acende em sua frente, tão branca e pura, tão brilhante que faz com que queira correr até ela para buscar amparo. Dela, uma pequena criança surge, segurando em sua mão cinco peças, peças essas que voam lindamente em posições de quatro lados em um círculo que acende e no centro, em uma chama maior. A escuridão parece correr de imediato, a luz que vem daquele centro ali, daquele meio tão iluminado, parece querer expurgar com todas as forças que tem, a escuridão.

A quarta luz então se faz presente... O seu brilho é fraco, quase inferior aos outros, opaco e um pouco escuro. A energia que vem dela, emana frieza, uma solidão corroída e uma grande tristeza sem fim. A mulher que vem de lá, tem seus olhos cansados, cabelos compridos, deixando que as lamurias de sua alma transpareçam mais do que qualquer outra coisa. Um verdadeiro destino cruel, que a faz querer gritar, aumentando aquele mesmo desespero de antes, medo de serem seus fracassos e seus acertos sendo jogados contra si.

As lágrimas caem sem parar, molham seu rosto como a chuva molha o chão e é preciso gritar pare se libertar de tamanha tortura, não deseja saber o que vai acontecer depois, não quer saber. Todas as coisas que virão depois, em seu conhecimento em momentos como esse, são sempre as mais aterrorizantes cabeças sendo cortadas de seu corpo, vidas tiradas por suas mãos.

Erwin ─ S/n, você tem que acordar, me escuta... ─ O homem a toma em seus braços e a sacode de modo gentil, toca em seu rosto, sente seu pulso, sente sua respiração e não encontra nada além de uma mulher gelada, pálida como um cadáver.

Hange ─ Erwin, você tem que se acalmar, não vai conseguir nada desse jeito!

Erwin ─ Ele não pode ver a mãe desse jeito, não podemos... Hange... ─ A mulher o afasta da mulher a repousando nada cama. Com o que sabe, ela tenta de diferentes maneiras e mais de uma vez, reanimar o que parece não poder ser reanimado.

Kaleb ─ O que tá acontecendo aí dentro? Vão acordar... Que droga.

Erwin ─ Você sabe o que está acontecendo?

Kaleb ─ Sei, isso raramente acontece e ela nunca explica o motivo, mas pelo menos explicou como trazer de volta! ─ Ele tira da bolsa de couro escuro que carrega consigo uma espécie de gancho, seu material não é reconhecido pelos olhos dois outros dois. Mas, Kaleb sabe muito bem como manusear a coisas estranhas, cravando-o no peito da mulher, mexendo a ponta dentro do coração, fazendo movimentos que simulam estar bombeando o sangue de uma forma brutal.

Edward ─ Onde está a minha irmã, o que fizeram com ela? ─ O homem apressadamente surge em carne, osso e puro ódio. ─ Acha que esse instrumento ridículo vai funcionar, seu garoto inconsequente? Eu deixei bem claro, avisei mil vezes que deveria me chamar caso coisas assim acontecessem. ─ Edward afasta Kaleb e arranca o objeto do corpo de sua irmã, aproveita o buraco deixado e enfia sua mão esquerda no peito aberto alcançando o coração parado. Com a outra mão ele alcança a mente e encontra a raiz do problema. ─ Ela está preza no limbo, tirem eles dois daqui! ─ Entrando no que não deveria, ele a puxa com toda sua força, escuta os seus gritos, enxerga as luzes, sente o calor, o vazio, todas as coisas misturadas em uma só, formando uma densa nuvem no meio de tanto nada, prestes a desabar e levá-la para o nada. ─ S/n, quantas vezes eu já lhe disse que deve evitar esse lugar? É um local sem saída. Nem mesmo a imortalidade poderia te tirar de lá. ─ Ele a joga com tudo sob a cama e sons de tosse ecoam pela tenda.

S/n ─ Não foi culpa... Não foi culpa minha, eu simplesmente estava lá quando abri os olhos!

Edward ─ Nunca abra os olhos. Você ainda não entendeu? Abrir os olhos é ser tomada por uma força que nem deuses e muito menos demônios conhecem, e você sabe disso.

S/n ─ Eu não pude evitar...

Edward ─ Não pode evitar? ─ Furioso de uma forma que a mesma nunca viu, um tapa é desferido em seu rosto, seguido de outro e mais outro. No entanto, nos olhos dele, há medo, um medo que se conhece bem.

Edward ─ Sabe o que seria impossível de evitar? Ele achar uma brecha na sua fraqueza, um filete na sua memória e conseguir o que tanto quer. Isso sim seria impossível de evitar. Agora se levanta, troque de roupa e prepare o máximo de magos, bruxas, feiticeiros e aqueles que possuem o dom da magia. Vamos começar a redirecionar os portais naturais agora.

S/n ─ Agora?

Edward ─ Eles venceram, a guerra acabou e agora é a nossa vez de entrar no palco e esperar que a cortina suba e o show se faça presente. ─ Sua roupa elegante se torna chama, da chama para algo com couro e armadura em pontos vitais, branco como marfim, dourado como os cabelos de uma criança beijada pelo sol. Seus olhos demonstram a ira de seu pai. ─ Vamos irmã, vamos mudar o mundo.

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─ Acontecimentos interessantes, bora salvar o mundo

─ O jeito que o Edinho trata a irmã dele é diferente

─ Ah, esses sonhos...

─ Postando hoje pq amanhã não vai dá...

Paths Of The Guardians | Destinies | S/n + Levi | AotOnde histórias criam vida. Descubra agora