Desperta-me

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Desperta-me... A voz sussurra no fim do sopro do vento, na última linha do ar gelado entre a tensão das pessoas presas no embate na terra.

O silêncio é matador, como cravejar uma adaga envenenada no coração da pessoa que mais se ama. Ambos os lados calaram-se no instante em que ouviram no longe, o som de uma águia flutuar pelo vento chegando aos seus ouvidos. No chão em que estão pisando, não se vê vida há muitos anos, não se vê mata, não se vê bicho, não se vê nada, e ouvir tornou-se dadiva, afinal, conclui-se que, se um deles mover um músculo sequer, algo pode acontecer.

Claros e cientes, eles não sabem quanto tempo se passou desde que começaram a barganha pela terra. Mas ele vem de novo, alimentando a nascente com o seu brilho, aquecendo o pulmão e a pele, iluminando o vale e água, o sangue e a alma. Novamente o sol nasce entre as nuvens que surgiram durante a madrugada, clareando o céu escuro e avermelhado, impondo um pensamento passando de geração para geração. Quando se está chovendo e o sol volta a brilhar, não importando o tempo da chuva, é sinal de que boas coisas estão por vir.

Gasphar ─ Estão com medo de alguma coisa? Até pouco tempo estavam prontos para me atacar com tudo que tinham e agora estão calados, quietos como cães adestrados.

Erwin ─ É uma pena que esteja pensando assim e é uma pena ainda maior dizer que você perdeu. Assim que o sol alcançar as sete, ela vai se levantar e todo esse lugar vai recomeçar novamente. ─ Como um bom soldado, um agente da paz, Erwin recolhe suas espadas, esconde sua capa e volta a sua habitual roupa. Para os espíritos que ainda não se foram, eles gritam em louvou, sentindo o calor do sol os tomar com um chama incomum, limpando o ser de quaisquer impureza que tenha lhes restado quando foram libertos por ela. A cada segundo que o majestoso se aproxima, cada uma deles encontra a sua paz e desperta para o plano astral, onde deveriam ter estado há muitos e muitos anos.

Aylin ─ Me desculpem por quase estragar tudo, é inevitável deixar o ódio de lado em horas como essas!

Elouan ─ Eu sei como se sente, meu querido neto, sempre tive problemas com raiva quando mais novo. Mas eu te digo algo importante antes de qualquer coisa. Mantenha sempre o controle de si e de suas emoções, pessoas como ele amam usar das nossas fraquezas para sair por cima e sempre conseguem. Certas coisas podem nos tornar fortes e podem ser nossa maior ruína, nossa maior destruição em muitas situações. Peço que seja forte, meu precioso menino, proteja todos aqueles que considere dignos, aqueles que sempre amará com afinco.

Aylin ─ O meu medo é não conseguir!

Elouan ─ Você deve temer o não tentar e o tentar uma vez e desistir. Nada na vida é fácil, apenas com a sua determinação, força de vontade e o gatilho certo, se consegue aquilo que tanto almeja e eu tenho certeza de que será um homem capaz de grandezas. Mas não por ser de uma grande família de guerreiros e heróis, mas sim por ser Aylin Snow, estou certo?

Aylin ─ Sim.

Elouan ─ Sua mãe ali deitada, é uma prova de que desistir não é uma opção e nunca será uma opção para aqueles que almejam a grandiosidade, para aqueles que desejam estar no futuro.

Safira ─ Nos conhecer agora, não anula o orgulho imenso que sinto, de todos vocês... ─ Em cores mais vivas, a alma sobe para o alto elegantemente, preparando um discurso para deixar na memória, o glorioso dia em que sua terra renascerá das cinzas. ─ No dia em que o ataque aconteceu, eu tive um grande medo consumindo a minha alma. Pude sentir todo o meu ser obscurecer e ceder aquela sensação de estar prestes a deixar tudo para trás, de perder as pessoas que eu amo. Me lembro de apenas fragmentos e a memória marcante de uma das minhas crianças correndo para salvar sua vida.

Paths Of The Guardians | Destinies | S/n + Levi | AotOnde histórias criam vida. Descubra agora