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No Brilho dos Olhos

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Em algumas partes do horizonte, o céu quis manter-se fechado, com nuvens escuras e provavelmente carregadas da mais pura chuva. Ela já preparada para tal possível evento, manteve um sorriso em seu rosto enquanto seu irmão lhe dava sermões sobre sempre se manter atento ao que o céu pode proporcionar em eventos como esse. No entanto, apenas apontando um dedo para o céu, a chuva foi aos poucos se desviando para um local que realmente precisava dela.

E por fim ela ordenou que cada um de seus aliados, magos, bruxas, feiticeiros e aspirantes a magia, escolhessem o local no qual se sentissem confortáveis, compatíveis o suficiente para não haver problemas durante processo. Sendo a última depois que seu estimado irmão tomou o seu lugar, seus pés a guiam em direção a construção do novo castelo do povo Lótus, onde algo interessante lhe chama a tenção desde o instante em que a chuva foi afastada.

Em frente ao portão já levantado, adornado com pedras vindas de um dos reinos que trabalha com roxas vindas do espaço e a extração de determinados minérios das mesmas roxas para a fabricação de alguns tipos de metais. Sensações dominam o seu corpo, formigamentos por todo ele, que o fazem arrepiar e procurar a fonte em todos os cantos, com os olhos como os de um águia procurando sua caça.

Edward ─ Está pronta, irmã? Me parece que as coisas já começaram para você.

S/n ─ Vai me dizer que eu sou a única que vai sentir essas coisas antes de todo mundo?

Esward ─ Os anciãos desse reino não fizeram nada de útil antes de morrer? Me escute com bastante atenção. Você é a chave condutora, todas essas coisas vão passar por você como forma de desacelerar ou acelerar a sua energia e seu desenvolvimento. Claramente cada um aqui tem esse poder, no entanto, você é a mestra dessas terras, e por algum motivo, os portais respeitam isso.

S/n ─ O antigo guardião supremo se recusava a me ensinar o que realmente era importante, então seja paciente. Mesmo que eu tenha lá... Os meus quase milhões de anos, ainda contém coisas que eu não sei.

Edward ─ Então se concentra e procure a fonte da energia que está sentindo nesse momento, todos eles têm sinais, por mais que estejam ocultos dos olhos mais afiados do mundo. Aliás, tem algo que sirva de amuleto para te ajudar a conduzir os portais? ─ Com os olhos no irmão como quem quer manter sua atenção longe das mãos, ela respira fundo e da bainha em sua cintura, ela retira uma das poucas espadas que Levi conseguia recuperar do campo de batalha e levar para casa como recordação. Achar todas elas, foi como achar agulha no palheiro, já que o homem fez questão de as esconder muito bem, longe das vistas de todo mundo. ─ Ele sabe disso?

S/n ─ A essa altura? Ele deve ter me jogado umas mil pragas diferentes, porque eu não trouxe só a espada! ─ Do bolso do sobretudo surrado que costuma usar em momentos em que o clima está mais gelado, ela retira a primeira xícara depois da que foi quebrada por ele.

Edward ─ Mulher, você por um acaso enlouqueceu de vez nesses últimos anos?

S/n ─ A loucura faz parte dessa família, já devia estar acostumado, irmão. ─ Segurando seus amuletos com afinco, seus olhos percorrem as pedras das paredes levantadas procurando quaisquer vestígios do que seja o prenuncio de um portal. Como linhas entalhadas nas pedras extremamente resistentes, ela finalmente enxerga a energia colorida entrelaçar-se em meio as estruturas como uma cobra astral. ─ Só pode ser brincadeira...

Edward ─ O que você vê? É algo que se assemelha a um portal, uma energia incomum a nossa?

S/n ─ Nas pedras... foquem nas pedras, elas são a segunda fonte do que precisamos pra continuar! ─ Decidindo seguir de baixo para cima, a mulher vai entrando com seus olhos nas linhas conectadas, embaralhadas entre si, buscando a fonte do poder. No topo, onde já deveria estar uma estátua em homenagem a guardiã do mundo, a fundadora dos treze, um borrão quase gigante vai se formando, uma onda de energia que irradia todos os lados possíveis, como um sol emanando seus gases pelo espaço.