A Criança

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O que é ser digno?

Erwin mantem-se separado de todos, com suas mãos repousadas na coluna da única torre que sobrará de pé. O seu lado justo questiona se as decisões de Elouan para com ele e sua filha, foram exatamente as certas, principalmente por estar julgando a si mesmo por decisões do passado, a escolha de fingir sua morte para dar continuidade a uma realidade que talvez não aconteceria. O homem da liberdade sempre percebeu nela, uma certa diferença, uma imagem de que as coisas estavam diferentes no instante em que despencou do céu como um anjo, um anjo rebelde e cheio de querer.

Erwin ─ Ele disse que eu sou a âncora, mas eu mal consegui salvar os meus homens... E eu ainda não sei, não sinto onde está essa tal coisa. Por que justamente eu? ─ Aproximando-se aos poucos, despistando seus fiéis amigos cheios de perguntas, a mulher um tanto fragilizada se deixa levar pela emoção e sensação de tudo estar dando certo desde o instante que pisou nessas terras.

S/n ─ O que te preocupa?

Erwin ─ Há quanto tempo está ai?

S/n ─ Acabei de chegar, vi que você tava aqui, choramingando, perdido olhando pra essa torre e decidi vir ver se estava bem!

Erwin ─ Eu estou bem, conseguimos salvar as suas terras e libertar as almas sem tantas perdas!

S/n ─ Você falou com ele... É claro que falou. Qualquer um que fale com o velho Elouan, passa a pensar na vida, e isso acontece com as pessoas que falam com você, Erwin. Aliás, o que foi que ele te disse? ─ Com o corpo dolorido, os pés cedidos ao cansaço e os braços tão dolorosos quanto sua mente, ela se sente e encosta suas costas na torre. O vento que vem de todos os lados cruzando pelo vale, mexe seus cabelos e os faz voar em direções opostas. ─ Vai ficar em pé ai? Pode tirar essa armadura e descansar, soldado, vamos lutar mais tarde!

Erwin ─ S/n, antes de tudo, eu quero que me conte a verdade sobre ela, a menina que Hellenor está mantendo um pouco longe de nós! ─ Esperando que ele se sente, seus olhos procuram pelas chamas de seu companheiro de anos, desejando que ele compreenda seus simples chamado para que ele traga seu pequeno broto de rosa. No entanto, há uma pequena diferença em seu broto de rosa, que já está desabrochado há um pequeno tempo, por terem passado um tempo no mundo de Erwin, uma parcela do tempo em que ela teve que resolver problemas e a sua volta para casa. O tempo é diferente em muitos lugares, de um mundo para o outro ou de um tempo para outro, e nesses movimentos entre as histórias, a mulher escondeu algumas vertentes sobre si mesmo.

S/n ─ Eu acho que você merece uma explicação...

Erwin ─ Ela tava com você quando começou o sacrifício?

S/n ─ Espera, eu vou responder tudo com calma... Eu só adianto que, eu tive que esconder, se não eu não ia conseguir salvar ninguém há tempo! ─ Voando calmo pelo céu, planando para baixo como um avião em queda, Hellenor, a melhor fênix de todas, vem vindo animadamente com a menina segurando em suas penas para não cair. É possível ver seus cabelos negros, tão negros quanto os de Levi, esvoaçando e ganhando mais brilho na velocidade em que se posiciona na direção dos raios de sol.

Erwin ─ Sua mãe disse que poderia olhar as minhas memórias e saberia o que aconteceu e as coisas que eu vi... S/n, ela esteve aqui todo aquele tempo, do nosso lado observando cada passo nosso.

S/n ─ Quando você diz ela, você se refere a quem... Onde foi parar a Elentari?

Erwin ─ Exatamente... Ela morreu há muitos anos atrás e aquela mulher que você lutou contra, não era ela de verdade! ─ No reflexo dos olhos de Erwin, a mulher cansada pode ver um brilho incomum. Há momentos em que a alma reconhece a presença de um ser divino e transmite a sua aura de poder através das janelas nos próprios olhos. Isto é, ao verem alguém de imenso poder, são agraciados por um benção, rastros de poder que ficam pelo ar e caem sob eles, que acabam sumindo com o tempo.

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