De Mãos Dadas

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S/n se recuperou de forma rápida e no mesmo instante voltou a correria de esconder coisas, montar outras, realocar pessoas e ignorar Levi até onde podia. No entanto, não se dá para correr de certas responsabilidades para sempre e em algum momento ela teria que enfrentar o homenzinho cheio de perguntas para ser respondidas o quanto antes. Mas, a mulher claramente não sabe o que dizer se tratando de seu amado homem destemido e conta os segundos para poder se esconder atrás de algum trabalho novamente.

Quando amanheceu, ele partiu novamente atrás dela não a encontrando em sua grande barraca. Recebeu de Erwin a novidade de que ela havia saído para dar uma volta sozinha e possivelmente só voltaria a tarde. Mas graças a sua querida filha, ele a encontrou na beira de um lago distante do acampamento, cercada por algumas aves e alguns animais.

S/n ─ Eu sei que você tá aí, não adianta suar suas habilidades.

Levi ─ Eu não tô me escondendo, ao contrário de você, eu quero conversar como gente normal!

S/n ─ Eu sei, mas o que quer que eu diga? Acho que já sabe de tudo e não precisa ouvir uma segunda vez.

Levi ─ Eu quero saber o que te deu pra querer se jogar contra uma coisa que você não consegue lutar. Isso anda me irritando, achei que não fosse tão burra assim.

S/n ─ Como é que é? ─ S/n se vira e encara o homem, que de braços cruzados e a cara mais fechada do que o de costume, se aproxima como se fosse arrancar sua cabeça com uma faca de mesa. ─ Continua bem atrevido, sabia que eu sou a rainha desse lugar?

Levi ─ E desde quando eu me importo? Você continua sendo irresponsável por ter se jogado daquele jeito e não ter reagido como deveria fazer. Esse é o exemplo que quer dar aos seus filhos

S/n ─ Vai usar meus filhos como desculpa agora?

Levi ─ Não. ─ Transbordando intenções, ela encara fortemente os olhos dele, move sua cabeça de um lado para outro e abre um sorriso que claramente o desmontou por dentro em questão de segundos. ─ O que que foi?

S/n ─ Pra alguém que queria falar tanta coisa, você tá bem calado. Além disso, eu sei que você tava com medo de me perder.

Levi ─ Nada disso, eu fiz aquilo pelos seus filhos e os outros. Acho que nenhum de nós saberia lidar com as coisas desse mundo, principalmente um reino desse tamanho.

S/n ─ Erwin ficaria no meu lugar, ele sabe tudo o que eu fiz, faço ou vou fazer.

Levi ─ Você já sabia que isso podia acontecer, por isso treinou ele... Você não tem vergonha nessa sua cara?

S/n ─ É isso que um líder deve fazer. Escolher seu melhor sucessor, ensinar tudo que sabe e estar pronto para qualquer coisa que aconteça.

Levi ─ Então ele vai ter que esperar por mais uns anos. ─ Ele se vira prestes a partir, mas é agarrado por um cipó e levado para o lado da majestade má intencionada.

S/n ─ Quem tá fugindo agora? ─ O rosto ainda pálido da mulher, se aproxima do rosto corado de Levi, que ganha mais cor a cada centímetro quebrado. ─ Não acredito que tá com vergonha!?

Levi ─ Eu tô tentando falar sério, S/n.

S/n ─ Então fala, eu só tô segurando a sua mão, que tá bem em cima da minha perna! ─ Levi é quem se aproxima um pouco mais podendo sentir a respiração de S/n ficar desregulada. ─ Você não sabe o quanto eu senti a sua falta e eu acho que foi egoísmo da minha parte fazer boa parte das coisas pensando em te tirar daquele mundo.

Levi ─ Concordo com a parte do egoísmo, apagar a minha memória não foi nada gentil da sua parte.

S/n ─ Eu tinha que manter a história no lugar e foi difícil. Mas até quando vai ficar falando?

Levi ─ Eu disse que queria conversar...

S/n ─ Exatamente pra que? Se eu posso te mostrar tudo com um só toque. ─ A mão de Levi alcança o rosto da mulher a puxando para mais perto de sua boca, colando um pouco mais seus corpos afastando qualquer outro questionamento. Empolgando-se no beijo caloroso, ele a deita na grama verde brilhante, colocando seu corpo sob o dela levando sua outra mão para uma das pernas onde consegue encaixar-se perfeitamente ao corpo dela.

Levi ─ Então me mostre tudo como da última vez. ─ Seus olhos de cores encaram os dela, que cintilam em um roxo vivo e através deles, ele mergulha em um mar de lembranças, desde a mais recente em direção a última vez que ficaram juntos da mesma maneira que o agora.

S/n ─ Segura a minha mão, vai querer se manter em um lugar seguro se for ver totalmente o que eu vi! ─ Ele sorri minimamente entrelaçando seus dedos nos dela, tocando a palma das mãos. Como uma corrente elétrica passando por todo seu corpo, sua mente mergulha de uma vez nas vivências dela, perdendo-se em cada coisa que foi vista e feita, maravilhado e aterrorizado. Entre as lembranças há quase um breu, seguido se imagens suas de todos as formas possíveis, indicando o dia em que ela se sacrificou, dando seu sangue a terra caída. Seus olhos viajam um pouco mais e logo se depara com o nascimento de sua filha, como um clarão no meio da noite escura. Quase no fim, as lagrimas sofridas dela por ter deixado e apagado sua memória naquele dia. Por último, ele mesmo encarando a si no futuro, como se soubesse e tivesse visto tudo através dos olhos de S/n. ─ Você não parece nada assustado!

Levi ─ Entendi por que não queria me contar você mesma, tava com vergonha de dizer que morreu por mim!

S/n ─ Achei que você arrancaria a minha cabeça no minuto que ouvisse a verdade. Muitas coisas aconteceram com você também e eu sinto muito que tenha que ter passado por tudo aquilo, o estrondo, a Hange e os outros.

Levi ─ Não quero falar disso.

S/n ─ E quer falar do que? Eu já te mostrei tudo que eu tinha, até a parte em que eu perdi a cabeça.

Levi ─ Ela...

S/n ─ "Ela", você tá se referindo a sua filha?

Levi ─ Por que ela cresceu tão rápido? Tem coisas que eu ainda não entendo, mesmo que aconteça na minha frente.

S/n ─ Foi uma evolução pessoal eu acho. Ela viu que o pai e mãe estavam em perigo e ativou alguma coisa, um modo de defesa, tanto que teve força surpreendente pra colocar aquele canalha pra correr.

Levi ─ Erwin me disse que ele sofreu uma punição do pai dele, o rei dos... Rei dos elfos...

S/n ─ Se sentido em um conto de fadas, querido? A vida não são só titãs e Marleyanos. E sim, ele teve metade da sua força "arrancada" como forma de punição e mesmo assim ele ainda é forte. Me impressionou a Aurora conseguir lidar com ele como se tivesse falado com uma pessoa comum.

Levi ─ Ela disse que devíamos nos casar logo, antes que aquele cara volte a encher o saco.

S/n ─ Tudo no seu devido tempo e agora eu quero continuar aqui, nessa paz que eu não sinto há dias, do seu lado e mais nada.

Levi ─ Até ontem tava correndo de mim dizendo que tinha muita coisa pra fazer. Como é mentirosa.

S/n ─ Agora as coisas podem esperar! ─ Ela muda a posição sentando-se no colo dele, que a abraça tocando a pele nua das costas fazendo-a arrepiar-se.

Levi ─ Se fizer uma dessas coisas de novo, eu vou atrás de você até no inferno.

S/n ─ Eu não tenho dúvidas disso.

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─ Será que eu enfio um hot?

─ Será que eu realmente lembro como se faz um hot? Me acostumei com os dias de luta.

─ Em pensar que essa história tá quase acabando...

─ O que será que vai vir depois?

─ Lembre-se que tudo aqui continua no terceiro livro de Nasty Desires, que virá assim que o segundo for concluído.

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