RAFAELLA
Seis anos depois...
Faz três anos e nove meses que eu me formei e voltei para o Brasil, deixando metade do meu coração em Boston.
Gizelly e eu fizemos a faculdade. Eu de contabilidade e administração, e ela medicina. Optamos também pelos cursos adicionais. Efetuamos a gestão empresarial e recursos humanos, para trabalharmos em escritório. Ela no hospital e eu nos hotéis as quais papai é responsável aqui no Rio.
Gizelly quis juntar as duas áreas, pois queria mais que tudo trabalhar na diretoria do hospital. Porém, segundo o diretor geral, a qual patrocinou seus estudos, a aconselhou a se inteirar de tudo. Pois segundo ele, ela faria vez ou outra a ronda hospitalar. Com isso, precisaria saber ao menos o básico no técnico. Entretanto com o passar do tempo, já quase na metade dos períodos da medicina, ela resolveu fazer a faculdade de contabilidade e gestão empresarial. E é por esse motivo que ela ficou. Seria mais três anos pela frente.
Há quase quatro anos atrás, tivemos uma conversa extremamente séria sobre nossa relação, que não estava tão bem quanto nos últimos anos. Gizelly e ele estávamos prestes a completar quatro anos juntas quando decidimos não afastar e terminar nosso namoro.
Não estava mais aquela coisa, e nossos horários quase não batiam devido aos cursos paralelos as quais optamos por fazer. Contudo, nosso relacionamento foi ficando gasto. Havia muitas brigas e discussões nos últimos dias antes da nossa conversa geral. Fazíamos faculdade durante o dia, cada uma em sua classe, com as grades diferentes, e com isso, quase não nos víamos na universidade. Apenas à noite em casa, e pouquíssimos minutos antes de irmos para os cursos. Resultando de eu chegar e ela já estar dormindo em seu quarto, ou ela chegar e eu já estar hibernando no meu.
Aos fins de semana, as quais eram para ser nosso, acabávamos por fazer trabalhos da faculdade ou do curso. Quase não saíamos mais, nem sequer assistir um filme na sala num domingo à noite. No entanto, uma entendeu o lado da outra. Afinal, sabíamos que seria assim. Só não sabíamos que seria tão difícil estar morando na mesma casa, sempre juntas, e ao mesmo tempo tão distantes. E na intenção de preservar nossa amizade, à cima de tudo, e nossa relação saudavelmente, conversamos e chegamos a um denominador comum.
Nosso término.
Sofia, nossa filha, completou três anos mês passado. E juntas, fomos até Boston visitar Gizelly. Íamos até lá duas vezes ao ano desde quando ela nasceu. Em seu aniversário, e no aniversário dela. Era um ritual nosso. E elas, porém, são como unha e carne. Sofia é apaixonada pela mãe e visse versa.
Lembro-me de quando descobri a gravidez. Eu já estava aqui no Brasil. Na verdade, eu já estava grávida quando Gizelly e eu resolvemos dar o basta. Eu só não sabia. Já estava de doze semanas de gestação, no entanto.
Eu só não sabia.
Havia acabado de chegar no Brasil e entrado para o corpo de membros da agência de turismo FK, juntamente de meus primos as quais foram recebidos em seus respectivos estados. Pois vovô, antes de partir desta para melhor, nos deixou uma rede de hotéis espalhados em alguns pontos específicos do mundo, as quais seus filhos tomaram posse. Amigavelmente. Entretanto, com o passar dos anos, a empresa foi se expandindo. Hoje, seis anos depois, quando todos se formaram, os pais automaticamente foram se afastando dos cargos, exaustos por sinal, e dando lugar para nós. Papai, todavia, continua trabalhando comigo por trás de tudo, me auxiliando em tudo que for preciso. Em seu escritório particular, em sua casa.
Quando descobri a gravidez, depois dos primeiros meses sentindo os sintomas muito comum, a primeira coisa que fiz, depois de conversar com meu pais, foi ligar para Gizelly.