16 - Que horas cê vem?

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GIZELLY

Após eu ter desfeito a ligação com Sofia, dei partida no motor do meu carro e segui para o prédio residencial onde moro.

Cheguei em casa, comi alguma coisa rápida, tomei um banho e deitei. Não sei quantas horas eu passei hibernando, sei que quando acordei já passava das dez da noite. Eu estava tão cansada de ter dirigido durante quase seis horas, que eu só me limitei em pedir algo para lanchar e voltei a dormir novamente.

A segunda-feira amanheceu e eu já estava mais disposta. Valeu à pena perder metade do meu domingo dormindo, pra estar cem por cento inteira para o trabalho.

Cheguei ao setor administrativo hospitalar e bati meu ponto. Essa semana seria corrida e um pouco cheia, pois peguei folga sábado e domingo. E o próximo fim de semana, eu também tinha a intenção de pegar outra folga consecutiva. Pois Sofia entraria de férias e estávamos de viagem marcada. Ela, Rafa e eu.

Ao lembrar de Rafaella, foi impossível não pensar no que aconteceu na madrugada de sábado para domingo. A vontade de conversar sobre o que rolou é hiper grande, porém, quando retornei sua ligação ontem à tarde assim que cheguei, ela não tocou no assunto, e deixou claro que havia me ligado somente por Sofia. Após isso, ela passou o telefone para nossa filha e não voltou a falar comigo na ligação.

Resolvi espantar todos os pensamentos tortuosos e focar em meu trabalho.

Quando entrei em minha sala, em um dos escritórios, pus minha bolsa sobre uma das poltronas de canto, e em seguida sentei atrás de minha mesa. Peguei a pasta verificando os primeiros documentos do dia, e organizei alguns papéis em minha prancheta. Logo separei alguns materiais as quais iria precisar e vesti meu jaleco, deixando minha sala novamente.

Hoje seria o dia de ronda pelos andares e corredores da unidade de saúde. Passei a manhã toda inspecionando tudo, gerindo as equipes, fiscalizando estoque e equipamentos.

Quando terminei minha função, o relógio já apontava para às onze e meia. Aproveitei as meia hora que faltava para o meu almoço e fui até a pediatria. Eu havia ficado preocupada com o pequeno Francisco, o bebê do neonatal.

Parei no corredor, do lado de fora do berçário, observando as movimentações através da vidraça. Victória aplicava medicamentos em um dos bebês, devidamente equipada com roupa hospitalar, touca, máscara e luva. Ela não me viu, estava de costa. Sorri ao ver os cuidados dela e das outras enfermeiras para com os bebês. São todos tão pequenos e indefesos, que dava vontade de levar todos comigo para casa.

Fui tirada de meus devaneios quando vi, através do vidro, os olhos de Victória sorrir para mim. Sorri de volta e ela deixou a sala, vindo em minha direção.

- Olá! Tudo bem?- Sua cumprimento doce e suave, aqueceu meu coração.

- Como anda o estado do Francisco?-

- Está bem agora. Foi só um susto! Está respirando bem melhor com a ajuda dos aparelhos, Já já ele pega o peso que tem que pegar e vai pra casa.-

- Que bom! Fiquei realmente preocupada com ele.-

- Ta tudo sobre controle!- Seu suspiro aliviado me fez sorrir ameno. Ela logo reparou a prancheta em minhas mãos. - Está fazendo a ronda?-

- Terminei! Estou indo almoçar. Você vem?-

- Hoje meu almoço vai ser em meu consultório. Eu trouxe marmita, pois sabia que o dia seria apertado.-

- Ah! Está sendo para todos. Bom, então vou indo. Só passei pra ronda e pra saber do bebê.-

- Bom almoço e bom trabalho.-

- Pra você também.-

Nos despedimos sem o abraço e o beijo costumeiro, pois seus trages nos impedi de tal ação. Segui para minha sala e deixei as coisas sobre a mesa. Peguei minha bolsa e desci até o refeitório.

Duas garotas, Um encontro! 2Onde histórias criam vida. Descubra agora