GIZELLY
"Estacionei no condomínio, em frente ao prédio onde Rafaella mora e saí do carro, abrindo a porta traseira logo em seguida, para Sofia descer. E quando terminei de pegar todas as sacolas que eu havia trago, ouvi alguém chamando por meu nome. Era Elton, o jardineiro dos pais da minha noiva.
- Gigi, a dona Gê pediu pra entregar essas coisas pra menina Rafaella.-
- Quer subir e falar com ela?- Sugeri quando fechei a porta do carro, acionando o alarme.
- É só pra entregar mesmo. Você está subindo?-
- Sim!- Peguei a sacola de papel a qual ele me oferecia, e percebi ser da loja RK, onde sua mãe é dona.
- Obrigada, Elton.-- De nada filha.-
E no mesmo pé a qual ele veio, ele voltou. Segurei a mão de minha filha e fomos em direção a entrada do prédio. Quando fiz menção em apertar o botão para chamar o elevador, o mesmo se abriu, dando-me de cara com os colegas de trabalho da Rafaella.
- Boa tarde Gizelly!- Léo foi o primeiro a me cumprimentar.
- Boa tarde!- O cumprimentei de volta, de uma maneira geral. Logo todos os outros dois devolveram o cumprimento. E sem dizer mais nada, esperei que eles saíssem do espaço confinado, entrando logo em seguida.
- Gizelly, posso falar com você?- Léo chamou minha atenção quando apertei o número do andar que eu subiria.
Em uma fração de segundos pensei rápido. Olhei desde o número aceso, até a porta que estava prestes a se fechar. Então assenti e saí do mesmo.
- Pode falar!- O incentivei de maneira branda. Porém totalmente seco meu tom de voz. Leonardo Picon realmente me tira do sério.
- Vocês podem indo. Eu já chego no carro.- Ele então se referiu aos outros dois, que assentiram e se afastaram com um último aceno em minha direção. Sofia e eu o encarava em expectativa, e eu posso jurar que estamos com a mesma expressão de insatisfação para com ele. Seria extremamente cômico, se não fosse trágico.
- Então, Gizelly, eu definitivamente gostaria de saber o que eu fiz pra você não ir com a minha cara.-''Porque eu já vou com a minha própria'' É o que eu queria de fato responder.
- Como assim?- Porém me fiz de desentendida.
- Você não solta um sorriso quando me ver, sequer expressa qualquer emoção. Eu já tentei por diversas vezes ser seu amigo, mas todas as tentativas foram falhas. E eu realmente não entendo. Ainda é pelo fato da Rafa ter ficado comigo na adolescência, quando vocês ficavam?-
- De onde tirou isso, rapaz? Sempre tratei você de maneira cordial.-
- Não, Gizelly, você sempre foi muito educada. Mas qualquer pessoa de longe, ver que você apenas me suportava. Ou me suporta.-
- Olha, Léo, eu realmente queria está tendo essa conversa com você agora. Mas eu preciso levar essas coisas, e a Sofia ainda não lanchou.-
- Não, sim... Sei que estou tomando seu tempo, mas pensa bem Gizelly, eu sou amigo da Rafa e sempre fui. Acho que está mais do que claro que ela escolheu você. Não tem essa necessidade de me tratar assim, quando tem outras coisas ou outras pessoas que você deveria se preocupar agora.-
Franzi o cenho em confusão com sua fala repentina.
- Quer dizer o quê com isso?-
- Quero dizer que você deveria acompanhar mais sua namorada, principalmente nas viagens à trabalho. Não acha que ela tem ido sozinha demais?-