GIZELLY
Como no dia anterior em que estive com parte da minha família, minha irmã, meu pai e madrasta no sítio de meus avós paternos, no dia seguinte busquei por Rafaella e nossa filha, para então passarmos o dia na casa de um de meus tios maternos, juntamente com alguns outros. Esses que eu não os via fazia tempo.
Aproveitamos o domingo como nunca. E no fim dele, pegamos o voo de volta para casa.
Os dias se passaram como um raio. Quando nos demos conta, Rafaella já completava seus oito meses de gestação. E essa estava cada vez mais indisposta, cada vez mais cansada, com a barriga que cresceu mais alguns centímetros. Em sua última consulta, Marcela a advertiu e recomendou repouso, pois Theo já estava virando, encaixando-se para sair. E era normal tal coisa, já que em algumas semanas ela entraria no nono e último mês. Porém, com a pressa que nosso menino está desde os sete meses, ele poderia forçar sair a qualquer momento a partir de agora.
Não foi fácil fazê-la transferir todas as suas tarefas da agência para alguém de sua confiança. Mas muito contragosto ela passou o posto. Pelo menos em sua licença. Manoela voltava aos poucos para o trabalho, agora com sua bebêzinha de dois meses. No entanto meio período por conta da pequena. Já Marcella, de resguardo; uma vez que deu a luz há alguns dias.
Era a semana do aniversário de nossa filha, e em uma conversa do que faríamos para a comemoração, Rafaella optou por fazer algo simples. Vejamos! Nas suas condições atual, pensando também em Marcella em casa impossibilitada de sair, optamos por fazer uma festa do pijama em casa. E claro, com o consentimento de Sofia.
Passei a semana toda, após largar do expediente e ir as lojas, correndo atrás das coisas para tal. Alugamos uma mesa toda decorada, porém simples, para tirar fotos. Contratamos também um buffet infantil para os lanches, e a ornamentação do espaço. Seria tudo na brinquedoteca no apartamento de Rafaella.
E quando o dia chegou, Sofia se via animada, observando tudo sendo pronto e montado. Era um sábado, e às dez da manhã a equipe já estava em ação. Cheguei de meu plantão e nem dormi, passei em casa apenas para um banho e trocar de roupa. Logo em seguida fui em direção ao condomínio, na intenção de dar suporte a Rafaella.
Às duas da tarde já estava tudo pronto, faltando apenas as comidas que ficaram de chegar próximo ao horário da festinha. Às seis da tarde.
Às cinco e quarenta as crianças já começara a chegar. Todos eles de pijaminhas. Antonella amiguinha de creche e filha de nossa vizinha, Bernardo filho de Flay, Luiz Miguel filho de Ivy e Jake sobrinho de Pyong, já estavam presentes na sala assistindo clips musicais infantis. Em cada mãozinha, um saquinho de pipoca. E sobre a mesinha de centro, os copinhos com suco. Copinhos esses decorados com no nome de Sofia e o tema da festinha do pijama. Essa que estava no banho com Rafaella.
- Tia Gi?- Bernardo chamou minha atenção enquanto eu preenchia os pãezinhos com salsicha e molho para o cachorro-quente.
- Pode falar bebê!-
- Eu não gosto de batatinha no cachorro quente.-
- Não gosta?-
- Não!-
- E por que não gosta? O que ela fez contra você?- Perguntei numa falsa ofensa, e ele sorriu sapeca.
- Ela não fez nada tia Gi. Batatinhas não tem vida.- Dizia rindo com vontade, como se eu tivesse contado a maior piada da vida.
- Ué... Como não?- Pus as mãos em minha cintura, com o cenho franzido.
- É uma comida, tia Gi.-
- Então o que me diz sobre essa aqui, que caiu da minha mão pra fora da bandeja?- Com meu tom confuso, ele olhou em direção a mesa onde a bandeja estava, e então subiu o corpo na ponta dos pés. - Viu?-