87 - Saudade acumulada.

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4/5 FIM

GIZELLY

Às dez da manhã desembarcamos no aeroporto nacional do Rio de Janeiro. E diferente do Sul, o solo carioca estava quente. Rafa e eu precisamos retirar as jaquetas e dobra-las, segurando no antebraço. Com a outra mão livre, puxávamos as malas. Viajamos com três, e agora voltamos com quatro. Pois compramos uma bolsa extra para trazer tudo que compramos na viagem. Roupas, brinquedos, e enfeites para nossa casa.

Ontem em nosso passeio pela cidade de Canela, Rafa me presenteou com uma foto nossa desenhada em um vidro. Esse que acende, feito um abajur. Era uma foto a qual tiramos na hora, com o nome da Cidade no rodapé e um "Eu te amo". Me apaixonei pela lembrança, e essa ficaria na estante da sala.

Quando o carro de aplicativo a qual pedimos chegou, entramos e fomos direto para o nosso condomínio. Adentramos a portaria meia hora depois, e quando o mesmo estacionou, o motorista nos ajudou com as bagagens e se foi. Com a cópia da chave, Rafa abriu o portão e entramos em silêncio. Do lado de dentro podíamos ouvir os cantos de Sofia, acompanhando as músicas do desenho, enquanto Theo batia com algo em algum móvel. Esse era o baterista da banda.

Quando Rafa abriu a porta de entrada, atraímos as atenções deles. O que fez com que os dois nos olhassem em surpresa.

- A mamãe!- Sofia foi a primeira a dizer, passando por cima do sofá, tentando nos alcançar.

- Oieee!!!- Rafaella se inclinou e abriu os braços.

Theo por sua vez, ao ver a mãe pegar a irmã primeiro, abriu o berreiro de onde ainda estava. Até Pluma chegou abanando o rabinho para nós duas.

- Ei, que foi?- Chamei atenção do nosso bebê, indo em sua direção. Ele estava no colo da babá, tomando seu café da manhã.

- Acho que alguém ficou com ciúmes.- Gringa comentou com ar de risos.

- Não precisa filho. A mamãe vai vim falar com você também!- Falei pegando-o em meu colo, e ele permaneceu encarando a interação de Rafa com Sofia. Porém sem o choro. - Ei? Eu tô aqui! Só tem a mamãe Rafa na sua vida?-

- Alguém tinha que vir puxando o meu saco né?!- Rafaella brincou, se aproximando com nossa filha no colo. - A Sosô só quer saber da mamãe Gi, né filhote?- Ele então se jogou em seu colo, e eu passei a pegar Sofia que agarrou meu pescoço. - Olha porque ele me queria?-

Olhei para Rafa, e Theo deitava em seus baços, puxando a blusa em direção ao peito.

- E você, filinha? Tudo bem?-

- Uhum! A mamãe touxe o meu godão doce?-

- Ih Rafa... A cobrança pelo prometido.- Falei e Rafaella pareceu lembrar desse detalhe.

- Mais tarde nós vamos na rua e compramos, ta filha?-

Depois disso as crianças passaram para o colo da outra mãe, que já estava sentada no sofá conversando com nossa babá. Theo ainda estava no peito, e Sofia puxando assuntos. O que fazia Rafa responder todas as perguntas pacientemente.

Já havíamos comido algo no aeroporto mais cedo, então só esperávamos o almoço ficar pronto. E mesmo eu dizendo que pediria pelo aplicativo, Gringa fez questão de preparar algo rápido.

Deixei eles na sala e entrei com as malas para o quarto. As deixei em um canto, para separarmos as roupas que seriam para lavar em uma outra hora, e segui para o banheiro. Tomei um banho bastante relaxado e fresco, sentindo saudades da água gelada batendo em meu corpo, e depois vesti um short largo e confortável, com uma de minhas camisetas. Antes de voltar para sala, Rafa entrou no quarto com nosso filho no colo.

Duas garotas, Um encontro! 2Onde histórias criam vida. Descubra agora